Feito Mia Couto (escritor moçambicano)
No seu livro último “voo do flamingo”
Penso que deveria todas as noites
Recolher meus ossos para dormir...
Só assim não sentiria dor
Seria apenas uma massa disforme de carne
Que se adaptaria em qualquer lugar
E que poderia ser engolida por qualquer buraco
No outro dia
Meus ossos descansados
Seriam por mim recolhidos
E revestidos de carne
Assim eu poderia sair pelo mundo
E viver as outras dores que ele tem
E não ficar apenas preocupado
Com as minhas próprias dores...
Mário Feijó
15.12.11
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