sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

QUEM TEM MEDO DE MIM?



Era para ser tudo sério
Tão sério como o é a vida
E eu me entreguei a você
Por amor! Por Paixão! Por tesão!

É pouco? Quer mais?
Só que você brincou comigo
Brincou com meus sentimentos
E meu trem descarrilou...

É pouco? Quer mais?
Tive que recomeçar do zero
Mas quem tem medo de viver?
Este morre mais cedo!

Mário Feijó
07.01.11

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

TODOS OS DIAS (poesia cubista)



TODOS OS DIAS


T
 O
  D
   O
    S

 O
S

   D
    I
     A
      S

AMANHÃ OS DIAS QUE SE FORAM SERÃO PASSADO

T
  O
   D
    O

       P
        A
         S
          S
           A
             D
              O

É ÁGUA QUE NÃO MOVE MOINHOS

Mário Feijó
06.01.11.

GRANDES AMORES



Eu já tive alguns amores
Uns veio a vida e os levou
Outros foram morrendo com o tempo
E houve os que ficaram a me amaldiçoar...

Não foram muitos nem poucos
Foram amores na medida certa
Alguns até vestiram-se de filhos
Outros nem lembro mais quem foram....

Deram-me doses de carinho
Pequenas capsulas que eu
Chamei de capsulas de felicidade
Levaram muito de mim
E de si deixaram quase nada...

Hoje eu sou uma síntese
De tudo que já vivi e recebi
Mas de mim sobrou muito pouco
Penso que o que eu tinha de bom
Os meus grandes amores levaram...

Mário Feijó
06.01.11

E NO SEXTO? QUE CESTO?


E no cesto coloquei a esperança
Não somente a partir do sexto dia
Mas de todos os dias que virão
Daqui pra frente neste e noutros anos...

Quero alegria em meu coração
Porque meus lábios estão enrijecendo
Com a falta de alegria
Com a ausência de sorrisos...

Quero não precisar contar
Não ficar ansioso pelas ausências
Pelas incompreensões e pela falta
Que as borboletas estão fazendo no meu jardim...

Acho que fiz escolhas
Que desagradaram pessoas
Que queriam matar o menino
Que ainda mora dentro de mim
E que neste momento sofre por suas perdas...

Mário Feijó
06.01.11

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

E NO QUINTO... (Todos os dias...)


E no quinto dia
Quase mandei tudo pro inferno
Na tentativa de ser feliz
Mas ser feliz é apenas uma decisão...

Nem sempre estamos disponíveis
Para perdoar o tempo, a lua, o sol
Quanto mais perdoar pessoas!
Mas paciência também come-se fria...

Existe um ditado que diz
Que a vingança é um prato
Que se come frio! E paciência?
Se você não se mantiver “frio”
Nunca a conhecerá...

Com pessoas resolvi ter paciência
Embora muitos digam que não
Só eu sei que engulo sapos-bois
Pelo tamanho nunca sei se é um ou outro...

Que no cesto
Eu encontre esperança!

Mário Feijó
05.01.11

CORRENDO RISCOS


A morte é um risco constante
Mesmo antes de nascer!
Esquecemos que um dia
Ela será o destino de todos...

Mas não se pode
Brincar com a vida!
Não existe dor maior
Que a da separação pela morte...

“Pior que um filho morto
É conviver com um
Que quer morrer”(*)
E só quem passou por isto
Um dia irá entender...

Corre-se todos os riscos
Ao experimentar a vida
E viver é uma experiência eletrizante
Deixemos a morte como ponto de partida

Ou quem sabe até mesmo de chegada!
Enquanto isto corra todos os riscos
Inebrie-se com a vida...

Mário Feijó
05.01.11

(*) Frase citada no filme MAR ADENTRO, com Javier Barden.


terça-feira, 4 de janeiro de 2011

PAIS E FILHOS: FASES


Dos primeiros meses
Aos cinco anos:
Eles de nós precisam...

Dos cinco aos dez anos
Eles não vivem sem nós...
Dos dez aos dezoito
Eles nos amam (longe deles)...

Dos dezoito aos quarenta
Eles odeiam estes pais castradores!
Dos quarenta aos sessenta
Os pais voltam a ser o máximo...

Nesta fase eles perdoam os pais
Porque os filhos fazem com eles
O que eles fizeram conosco...

Dos sessenta pra frente
Se os pais ainda estão vivos
Tornam-se nossos parceiros
Não somos mais alienígenas:
Pais e filhos são da mesma “tribo”...

Com raríssimas exceções
Estas são as fases pelas quais
Passam Pais e filhos e só
A partir dos sessenta passamos
A entender o que é perdoar...

Mário Feijó
04.01.11

E NO QUARTO?



Ah! No quarto dia
Ventos velozes singravam no mar!
Caravelas nas nuvens iam
De norte a sul.

E no quarto os dois
Cavalgavam até ver estrelas
Tudo rodopiava, céu e chão!
Não se sabia se voavam ou flanavam...

A luz rasgava a retina
Acostumada à escuridão
Agora corpos expostos
Descobriam-se no cume de um gozo...

Depois do trovão
Apenas raios caiam
Feito fogos de artificio
Que explodiram na virada do ano...

Mário Feijó
04.01.11

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A MADRUGADA FOI ÓTIMA



Outro dia eu vi
A boca do vento
Atracada aos beijos
Com a boca da noite...

Não sei o que deu nele
Tampouco a cabeça dela
Em envolver-se neste turbilhão?
Emoções é que não faltaram...

Um céu de estrelas
Formou o véu dela
Enquanto a cabeça dele
Aflita turbinava...

E as ondas do mar
Quase em cascata
Formavam pregas
Na cauda do vestido...

Se foram felizes
Eu não sei
Mas posso te dizer
Que a madrugada foi ótima...

Mário Feijó
03.01.11

NO TERCEIRO DIA



... E no terceiro dia
Ele não subiu aos céus
Nem sentou-se à direita do Pai

Enfrentou o trânsito na 101
E ficou por horas
Esperando para chegar em casa

Além do mais não aproveitou a praia
O dia estava chuvoso e ventou muito
Sendo assim não havia outra alternativa
Senão àquela de ir embora...


Mário Feijó
03.01.11

QUERO


Quero contar estrelas
Não somente as que vejo no céu
Mas as que proporcionas
Quando me tocas, abraças ou beijas

Quero poder perder o chão
Quando tateio no escuro
À tua procura e te descubro
Sempre tão perto de mim...

Quero poder voar
Tão rápido quanto um colibri
Quando estou pensando em ti
E quando lembro do gosto bom de teus beijos...

Quero ser feliz
Como nunca fui
Pés descalços no chão
E cabeça lá nas nuvens...

Mário Feijó
03.01.11

domingo, 2 de janeiro de 2011

QUEM CUIDA?





São apenas dois dias
Mas o tempo fere
A carne do ano
Que ontem nasceu

E nós? Você e eu?
O que fazemos com o planeta?
Preservamos? Cuidamos?

Ontem na praia eu vi
Tanto lixo jogado!
Não diziam que o homem
É um ser civilizado?

Parecem ratos no esgoto
Consumindo tudo
Retirando areia das dunas
Porque fica mais barato construir...

Amanhã quando o prédio cair
Não vai mais importar
Porque o que realmente importa
É o dinheiro no bolso...


Mário Feijó
02.01.11

sábado, 1 de janeiro de 2011

TERREMOTOS








Dizem que passado o terremoto de Lisboa (1755), O Rei perguntou ao General o que se havia de fazer. Ele respondeu ao Rei:
 'Sepultar OS mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos'. 
Muitas vezes temos em nossa vida 'terremotos' avassaladores, O que fazer? Exatamente o que disse o General:
'Sepultar OS mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos '.
E o que isso quer dizer para a nossa vida?
Sepultar os mortos significa que não adianta ficar reclamando e chorando o passado. É preciso 'sepultar' o passado. Colocá-lo debaixo da terra. Isso significa  olhar para frente e seguir, não importando o quanto DOA.
Cuidar dos vivos significa que, depois de enterrar o passado, em seguida temos que cuidar do presente. Cuidar do que ficou vivo. Cuidar do que sobrou. Cuidar do que realmente existe e é importante. Fazer o que tiver que ser feito para salvar o que restou do terremoto. Fechar os portos significa não deixar as 'portas' abertas para novos problemas, aprenda com eles, extraia o que de melhor ficou. Afinal nada é fácil e de graça nesta vida. Concentre-se na reconstrução, no novo, mantendo sua FÉ inabalável.
Quando você enfrentar um terremoto, não se esqueça:
Enterre os mortos, cuide dos vivos e feche os portos. 

Portanto: Vida nova e seja muito feliz em mais um ano de vida...

TEMPO DE CONTAR ESTRELAS




Há sempre um tempo
Para os sonhos de amor
Outros para a maturidade
E outros para os sonhos espirituais...

Há épocas na vida
Que lutamos para sobreviver
E consequentemente para adquirir
Deixamos de ser para ter...

Aprende-se e aos nos libertarmos
De tudo o que é supérfluo
Passamos a ser melhores pra nós
Porque não ficamos mais à mercê das cobranças...

O que vale é o nosso próprio julgamento
Fazemos escolhas qualitativas
Deixamos de contar dinheiro
Para ver a natureza e contar estrelas...


Mário Feijó
01.01.11

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

QUANDO NASCE O SOL





Eu sempre pensei
Que tu eras meu amanhecer
Mas não levou muito tempo
Para eu descobrir que eras o ocaso
É até possível que fosses
Uma noite sinistra
Mas eu via em ti
Algo a ser desbravado
Algo onde havia mistério...

Houve sustos, sobressaltos
Mas nada era misterioso.
A paixão cega e eu via
Teus gestos tresloucados
Eras sinistra – não misteriosa
Bruxa malvada – não fada bondosa
Havia em ti maldade –
Nunca foste renúncia, caridade...

Eu sobrevivi
E tu agora queimas
Quando nasce o sol...


Mário Feijó
31.12.10

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

NÃO SE PODE FUGIR DO AMOR





Tudo era luz até o dia
Que eles se apaixonaram
E na escuridão da noite
Tiveram que se amar...

O dia se apagou
E a luz não tocou mais
Aqueles corpos apaixonados...

Só as sombras permitiam
Que aquele amor sobrevivesse...
No máximo expuseram-se
À claridade da lua...

Mistérios sempre haverão!
Verdades podem ser camufladas
Leis podem ser burladas, alteradas,
Mas do amor não dá pra fugir...

Mário Feijó
27.12.10

domingo, 26 de dezembro de 2010

COMO EU PODERIA NÃO AMAR VOCÊ?



Todos os dias e noites
Mesmo antes de você existir
Eu já amava você, pedi por você
E quis você perto de mim

Eu contei todos os minutos
Até o dia que você chegou
E quando você adoecia
Ah! Como eu sofria! Como eu sofria!

Como eu poderia não te amar?
Você é parte de mim
Que eu gerei em momentos de amor
E que culpa eu tenho se aquele amor não foi eterno?

Mas o meu por você sempre será
Porque ele não impõe condições
Eu te amo tanto
Que respeito o teu desprezo...

Mário Feijó
26.12.10

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

ÁGAPE - O MAIS PURO AMOR





Por que te fizeste anjo em minha vida
Fizeste-me descobrir o significado
De ser feliz – ser amado –
Se depois foste embora?

E se por tua causa
Eu conheci os segredos do paraíso
Aprendi a voar mesmo
Não tendo asas?

Por que é que foste meu anjo
E agora cortaste todas as asas
Que haviam em meus pensamentos?

O amor – o mais puro amor –
Ágape fez-me compreender
Que as luzes das velas são finitas
E contigo eu acredita no eterno...

Mário Feijó
24.12.10

O MENINO MOLHADO (sereias)







Eu conheci um menino que todos os dias acordava com o corpo dolorido e inteiramente molhado. Ninguém entendia e nem mesmo ele compreendia aquela situação.
O menino cresceu e só aí começou a compreender o porquê de acordar molhado. É que quando batia a meia noite o menino se transformava em peixe. Precisava sempre ter por perto uma vasilha com água quando não morava perto do mar ou do rio. Mesmo que estivesse dormindo, naquela hora ele saia sonambulo e perto da água se transformava em um peixe.
Passaram-se os anos sem que ninguém nunca descobrisse a causa e nem aquele segredo-maldição...
O menino tornara-se homem e apaixonara-se, mas não podia contar o seu segredo, pois agora ele já tinha conhecimento de sua transformação. Pensava que não seria compreendido...  e se até agora ninguém havia descoberto o seu segredo, a vida poderia continuar assim...
Todos os dias quando amanhecia ele era descoberto todo molhado...
Casou-se e continuou sua vida. Agora com quase 30 anos e não morando mais perto do mar deixava um copo d’água sempre ao lado de sua cama.
Certa noite, a luz apagada, sua mulher acordou assustada com um pesadelo qualquer e com sede olhou para o lado e não viu o marido, mas ao seu lado havia um copo com água. Resolveu toma-lo todo de um só gole e voltou a dormir.
Quando acordou percebeu que o marido ainda não estava na cama...
A cidade inteira não falava outra coisa e foi assunto durante meses, “o menino molhado” (sim ele ficou conhecido por esta alcunha, mesmo quando tornou-se adulto) havia sumido.
Passados alguns poucos meses a pobre “viúva” abandonada descobriu-se grávida.
Decorrido mais algum tempo ela deu à luz uma linda menina, metade gente, metade peixe...
O assunto na cidade agora era outro...

Mário Feijó
24.12.10   

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

NUMA NOITE DE LUA CHEIA


Era noite de lua cheia
No mar havia um caminho prateado
Que deveria levar a algum lugar
Fechei os meus olhos e o segui...

Corpo completamente nu
Não andava, simplesmente deslizava
Um vento suave acariciava m’a pele
Excitado com se fora um sopro teu...

Pele eriçada um frio percorria a espinha
Viajei para algum lugar ou para lugar nenhum
O que eu queria mesmo era te encontrar...

Mário Feijó
23.12.10

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

NÃO APRESSE O RIO





O amor é muito mais
Que um beijo meu,
Um beijo teu
Em momentos de felicidade...

A vida é assim
Ela impõe sacrifícios
Caminhos a serem percorridos
Dificuldades a serem vencidas...

O rio segue seu caminho
À procura do mar
Não apresse o rio
Não escolha como amar... somente ame!

No andar da carruagem
Tudo se assenta – dizia vovó –
Tudo se acalma se tivermos que nos pertencer
Um dia tudo se assentará
Como o colo do rio à procura do mar...

Mário Feijó
21.10.10

O SABOR DOS TEUS BEIJOS


Eu gosto de lembrar
O sabor de teus beijos
Porque não achei
Outro sabor igual...

Já tive alguns
Poucos amores
Mas iguais
Aqueles de menino

Menina...
Jamais tive...

Mário Feijó
20.12.10

QUANDO PENSO EM TI AMOR

Quando eu entro
Na luz que tem teus olhos
Vou correndo e me aconchego
No colo de tu’alma

Eu descubro que o teu amor
É algo que me aninha
Gostosamente em teus braços...

Outro dia vi o mar azul
Era como se fossem teus olhos
Que estavam me olhando...

Depois que te conheci
Vejo a vida com mais clareza
E o mundo muito mais colorido
Tenho arrepios e penso no teu amor...

Mário Feijó
20.12.10

sábado, 18 de dezembro de 2010

NA CASA DE VOVÓ




Em meus pensamentos
Ainda corro descalço na rua
Nos dias de chuva
Brincando nas poças d’água

Ainda lembro do quintal
Onde haviam bananeiras, abacateiros
E no fundo o cafezal colorido

Era a casa da minha avó
E lá eu tinha um universo inteiro
Eu nem imaginava que havia
Um outro mundo além deste recanto

Hoje eu abro esta capsula de felicidade
Para lembrar o quanto fui feliz
No quintal corriam galinhas, patos,
Marrecos, perus e pombos

Eu nunca precisei de muito
Para que pudesse ser feliz
Hoje estou perdido num centro cosmopolita
Onde ninguém se conhece e
Nem eu mesmo sei quem sou...  

Mário Feijó
18.12.10