“põe tua boca sobre a minha
Mas me deixa respirar
Para que eu possa falar de amor” *
Este trecho de uma poesia
De mulheres anônimas afegãs
Que se casam obrigadas com desconhecidos
Geralmente, não descobrem nele o amor...
É um grito desesperado
De pessoas que sonham
Que idealizam um ser amado
E que quase nunca é o seu marido...
São versos tristes
De uma realidade amarga
Como amargo é o gosto de sangue
Na boca daquelas que apanham caladas...
Mulheres muitas vezes tratadas
Como se fossem animais
E que servem unicamente
Para o trabalho doméstico
Ou para satisfazer os desejos
Dos machos que as acolhem...
Mário Feijó
19.10.09(*) Texto extraído do livro “O livreiro de Cabul”
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