Este blogger contém as obras, artes plásticas e poesias de Mário Feijó. Também mostra os trabalhos em que o artista está envolvido no momento...
terça-feira, 8 de setembro de 2015
ANJOS QUE NÃO SABEM VOAR
ANJOS QUE NÃO SABEM VOAR
Certamente que anjos
Que não sabem voar
Têm que voltar para o céu
Este Planeta assusta
E não está preparado
Para abrigar anjos
Que querem brincar de ser gente
Em meio a homens beligerantes
Acabam segurando ondas
Que o mar ritmadamente
Cumpre em rotina
Então estes anjos
Procuram suas asas guardadas
E novamente voam para as estrelas
Afim de se queixarem das maldades dos homens...
Mário Feijó
08.09.15
Ps. parecia mundos diferentes. Cada criança à beira mar, em Capão ontem me lembravam o menino turco morto na beira da praia quando tentava fugir da guerra. Nós parece que temos vários Brasis dentro de um só, enquanto fugimos de nossas próprias guerras pela sobrevivência.
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
O SUSTO
O SUSTO
Ainda levo
sustos
Quando olho
pra você
E descubro
que te amo...
O mesmo
susto
Que levam as
pessoas
Quando olham
pra você e pensam
“O que será
que você viu neste cara?”
E passamos
dias e noites
Descobrindo a
intensidade
Do amor que
sentimos
E a parceria
que o amor criou em nós
E de susto em susto
Descobrimos que
somos apenas
Dois seres
humanos em evolução
Vivendo a
experiência de um amor humano...
Buhhhhhhh
para os outros...
Mário Feijó
07.09.15
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
A REGRA DO JOGO NÃO TEM REGRAS
A REGRA DO JOGO NÃO TEM REGRAS
As dores do amor
São as piores dores que existem
Amores não correspondidos
Traições amorosas, desamor
Muitas destas dores
Acabam virando ódio
E o despeito gera intriga
Falta diálogo
Mamãe, papai, filhinha
Há desamor, cansaço
Há incompreensão
Que geram doenças
Eu tenho medo do teu ódio
Filhinha querida
Mas perdoo tua incompreensão...
Mário Feijó
03.09.15
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
DESEJO
DESEJO
E no
despir de véus
Todos
os céus são teus
Desde
o céu da minha boca
Até
minha vida meio louca
Pelas
bordas do mundo
E por
falar em mundo
Em
bordas e orlas
Eu
te bordei nas colchas
Que
cobriram nossa cama
Que
se inflama toda vez que te vê
E nas
orlas dos mares do sul
Garças,
gaivotas e corujas
Caçavam
alimentos
Quando
a lua
Esparramou-se
no mar
No
ar,
Havia
apenas um cheiro de maresia
Cheiro
do teu gosto
Gosto
do teu beijo
Desejo
tão nosso...
Mário
Feijó
02.09.15
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Á PROCURA DO EU
Eu vivo a procura de mim.
Algumas vezes eu me encontro,
porém
na maioria das vezes estou perdido.
Mário Feijó
01.09.15
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
NO MUNDO DOS DUENDES
NO
MUNDO DOS DUENDES
Era inverno no hemisfério sul. A professora
resolvera levar seus alunos da primeira série para passear no campo. Nenhum deles
tinha mais que sete anos. Eram vinte crianças, nove meninos e onze meninas. Estavam
todos eufóricos...
Criança de cidade grande não conhece o
campo. Nunca viu um riacho, tampouco viu uma galinha, um pato, marreco, um peru
e se assusta com tudo o que vê. Incrível olhar um porco e se assustar com seu
focinho gelado.
Estavam maravilhados no final da tarde. Quatro
horas. Era hora de ir embora e a van que os levaria de volta já estava a
postos. A professora chamava a todos pelo nome, mas onde estava Felipe.
O menino havia descoberto um buraco entre
as árvores e resolvera se enfiar pelos arbustos. Percebera uma luz ali e fora
atraído por um clarão azul.
- Venha Felipe! Não tenha medo. Dissera Aristófoles,
um duende verde, com um olhão azul, que inspirava bondade.
O menino, encantado foi entrando e descobriu
coisas que jamais havia visto. Tudo era diminuto e ele parecia gigante diante
de tudo o que via. Eram seres pequeninos que ali viviam. Locomoviam-se com a
rapidez dos insetos, certamente porque tinham asas. Mas falavam igual a ele. E Felipe
compreendia tudo o que diziam, sem medo algum. Resolvera se despreocupar e
ganhara de Aristófoles uma bolinha azul brilhante que acendia e dentro dela
mostrava tudo o que acontecia por ali como se fosse uma tela de celular
mostrando um filme. Guardara no bolso.
O sol ali parecia ser uma bola azul e não doía
olhar para aquela luz. Tudo era florido. Havia campo por todo lado e pequeninos
animais, parecidos com os da fazenda.
Felipe não queria mais ir embora. Parecia que
fora um grande período de tempo que passara ali. Conhecia tudo e adora a todos.
Fora tão bem recebido que queria ficar ali para sempre, porém Aristófoles lhe
dissera:
- Você não pode ficar aqui para sempre,
menino. Se ficar morrerá no lugar aonde vive e se tornará um de nós, pequenino,
como nós. Esta é outra dimensão. Volte, estão procurando você. Um dia você irá
voltar, acredite, e será muito bem-vindo.
Nisto Felipe ouve alguém chamado seu nome e
assustado sai de dentro do mato onde se encontrava.
A professora apavorada corre para abraçá-lo
e o levar de volta.
- Onde você estava menino? Certamente dormiu
embaixo dos arbustos.
Felipe silenciou. Quem iria acreditar em
sua aventura?
Foi para o fundo da van e pensando no que
vivera coloca a mão no bolso e vê a bolinha acesa passando o filme do local
onde estivera. Rapidamente coloca de volta no bolso. Agora sabia como se
comunicar com seus amiguinhos que ficaram na fazenda e naquele mundo encantado
de onde não queria mais sair...
Mário
Feijó
27.08.15
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
AGOSTO, VERÃO?
AGOSTO,
VERÃO?
Eram
tantos os rostos
Aflitos
de agosto
Molhados
da chuva
À espera
do sol...
E as
águas subiam
Vinham
dos montes
Nascidas
em julho
Escondendo
o luar...
E o
vento soprava
Nas
terras do sul
Em
tempos de inverno
Investido
verão
E pela
manhã serração
À tarde
baleias brincavam
Com
filhotes recém-nascidos
Eu,
apenas te recolhia em meus braços...
Mário
Feijó
17.08.15
sábado, 15 de agosto de 2015
A SOLA DA PALMA DA TUA MÃO
A SOLA DA PALMA DA TUA MÃO
Quando eu percebo
O toque das tuas mãos
Na sola da palma das minhas
É como se nossos corpos se fundissem
E quando eu percebo teus pelos eriçados
Vejo a tua natureza animal:
Gato, peixe, pavão, pássaro
Vento, poeira, nuvens, estrelas
E eu deixo de ser só(l)
Para ser galáxia
E me fundir a ti...
Mário Feijó
15.08.15
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
SAUDADES DO BOM TEMPO DE CRIANÇA
SAUDADES DO BOM TEMPO DE CRIANÇA
Há dias em que eu sinto falta de:
Cheiro de mato molhado
Barulho de grilos
Estrelas no céu
Ver a lua cheia
Correr atrás de pirilampos
Correr descalço na areia
Pular nas poças da chuva
Esquentar na frente de um fogão à lenha
Cheiro de café torrado
Pirão de feijão com uma gema crua em cima
Tomar água na bica
Correr atrás de uma galinha para comer assada depois
Brincar em festa junina
Comer batata doce assada na brasa
Comer amendoim torradinho
Dormir em colchão com palha de milho
Jogar bolinhas de gude
Ficar brincando de roda...
Depois de matar minha saudade
Lembrando tudo
Descobrir que não sou mais criança
Mas que dentro de mim ainda existe
Aquela criança que não quer envelhecer.
Mário Feijó
10.08.15
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
CONSELHOS PARA ANA
CONSELHOS PARA ANA
Teça colos e trace sorrisos
Não se finja de forte
Porém não se deixe esmorecer
Somos todos finitos enquanto seres humanos
Saiba que a felicidade sempre é passageira
Então seja seu motorista e leve-a consigo
Para os momentos mais tristes e melancólicos
Temos as lembranças e a saudade
Procure não ser masoquista sofrendo
Não se culpe por nada nem se condene
Você não tem o dom de mudar destinos, relaxe
Sua presença nada mudaria!
Somos poeira do universo e tudo se transforma
Aprenda as lições e evolua com elas
Saiba que os gatos podem ter sete vidas
Mas os homens só têm uma
Com a vantagem de sermos eternos
Apenas mudamos de forma, de casa e de corpo
De tempos em tempos...
Trace sorrisos nos dias, trame abraços nas tardes
E não estará nunca só nas suas noites...
Chore, ria, cante, aprenda, não se condene
Ame-se! Não se castigue porque há espinhos
Até no mundo das flores (as rosas que os digam)
Então solte seu pólen ao vento
Sorria para o sol mesmo que pareça uma careta
Chore com a chuva (ela é uma boa apagadora de lágrimas)
Sinta saudades com o luar, você sabe como fazê-lo,
Há em teu sorriso segredos e os sorrisos sempre são janelas
abertas
Por onde o amor flui...
e por último: perdoe-se!
Mário Feijó
05.08.15
terça-feira, 4 de agosto de 2015
MULHER
MULHER
És a dádiva que Deus
Colocou em minha vida
Eu te agradeço pelo útero
Que um dia materno me acolheu
MULHER
Eu te devo a vida
E te agradeço pelos filhos que tive
E que são a minha continuidade
MULHER
Tu és o meu alicerce
E o alicerce dos homens
Sem ti não viveríamos
MULHER
És a direção do mundo
O nosso futuro
E sem ti não seriamos
Os seres que somos...
MÁRIO FEIJÓ
06.11.2008
GRANDES AMORES FAZEM NINHO EM NOSSOS BRAÇOS
Todos nós necessitamos
Do calor de outros braços
Que nos inspirem amor
Desde criança queremos o colo
Da mãe, do pai, dos avós
E nossos “radares” disparam
Na direção de uma alma gêmea
Mas para encontrar o amor precisamos
Estar despojados de outros interesses
Senão o coração erra na paixão
E o erro será inevitável...
É necessário estar bem consigo mesmo
Para que quando o amor chegar
Faça ninho em nossos braços
E não queira mais sair...
MÁRIO FEIJÓ - 2008
Do calor de outros braços
Que nos inspirem amor
Desde criança queremos o colo
Da mãe, do pai, dos avós
E nossos “radares” disparam
Na direção de uma alma gêmea
Mas para encontrar o amor precisamos
Estar despojados de outros interesses
Senão o coração erra na paixão
E o erro será inevitável...
É necessário estar bem consigo mesmo
Para que quando o amor chegar
Faça ninho em nossos braços
E não queira mais sair...
MÁRIO FEIJÓ - 2008
domingo, 2 de agosto de 2015
NOITE ENLUARADA
NOITE ENLUARADA
Hoje eu acordei feliz
Sentia-me campo florido
Dia de sol com brisa fresca
Lua cheia maravilhosamente laranja
Sentia-me florir
Como se meu jardim
Cheirasse a jasmim
Como se abelhas pousassem em mim
Querendo meu néctar
E continuei tarde ensolarada
Sorriso no rosto
Pássaros cantando
Como se a primavera estivesse ali
Na primeira esquina do mundo
Até que anoiteci e sobre o mar
Tornei-me um brilhante luar...
Mário Feijó
02.08.15
TUDO DO QUE PRECISAMOS
TUDO DO QUE PRECISAMOS
Algumas vezes
Basta-me
Um dia de sol
Uma noite de luar
Um ombro amigo
Alguém a me olhar
Pode ser até
Um olhar amigo
Um olhar de amor
Um olhar de carinho
Mas de alguém
Que passe por mim
E me dê bom dia
Boa tarde ou boa noite
Ou apenas um sorriso
Tudo isto são coisas/ações
Que acontecem de graça
Que não dói a quem o faz
E pode parecer tão pouco
Porém em horas difíceis
É tudo o que precisamos...
Mário Feijó
01.08.15
quarta-feira, 29 de julho de 2015
NÃO DÁ PARA CALAR
E a educação?
Grita o povo aflito
Sem casa – sem teto
Sem terra – desvalido
Perdido o povo está!
É tanto progresso - Petróleo
– arrecadação batendo recordes
E o povo? Aonde vai?
Por que não investir em educação?
Será que é mais cômodo
Calar o povo com vale-tudo?
Será que vale a pena?
Para que se tenha mais ordem
E até mais progresso
Temos que investir em saúde
E muito mais na educação...
Mário Feijó
Grita o povo aflito
Sem casa – sem teto
Sem terra – desvalido
Perdido o povo está!
É tanto progresso - Petróleo
– arrecadação batendo recordes
E o povo? Aonde vai?
Por que não investir em educação?
Será que é mais cômodo
Calar o povo com vale-tudo?
Será que vale a pena?
Para que se tenha mais ordem
E até mais progresso
Temos que investir em saúde
E muito mais na educação...
Mário Feijó
segunda-feira, 27 de julho de 2015
O PODER DO AMOR
O PODER DO AMOR
O calor da tua respiração
Faz o meu coração pulsar
Dá vida ao meu corpo
Feito o calor do sol
Que faz o pão crescer
Antes de ir ao forno
É o calor do amor
Capaz de milagres
Capaz de multiplicações
E eu cresço em ti
E nós nos multiplicamos
Um no outro
No calor do amor
Na respiração
Nas pulsações do nosso
sangue
E na luz que o amor produz
Mário Feijó
28/07/2015
PONTE DE AMOR
PONTE DE AMOR
Quando o seu objetivo
For o coração de alguém
Construa pontes
Através do amor
Não adianta atirar cordas
Porque alguns se enforcam com elas
Ou amarram você
Não atire flechas
Como se fossem eles o alvo
Você pode errar
Ou não atingir seu objetivo
Corações aceitam pontes
Construídas com paciência e carinho
E quando você ver
Ele já se entregou todinho...
Mário Feijó
27.07.15
sexta-feira, 24 de julho de 2015
RECONQUISTA DIÁRIA
Conquiste-me todos os dias
Todos os dias pela manhã
Ele dizia a ela: - Eu te amo!
E a conquistava diariamente
E, diariamente, ela esquecia
Então todos os dias ele repetia:
- Menina eu te amo!
Ela estranhava muito
Aquele homem desconhecido
Dizer que lhe ama,
Porém ele não desistia
E todos os dias partia
Para aquela conquista
De um amor desconhecido.
Ela até não poderia saber
Quem ele era, mas ele sabia
Muito bem quem ela era
E o que significou todos aqueles anos
Em sua vida...
Mário Feijó
24/07/2015
quarta-feira, 22 de julho de 2015
ENTRE O SONHO E A REALIDADE
ENTRE O SONHO E A REALIDADE
Você era apenas
Um sonho meu
Que se tornou realidade
Porém sonho e realidade
São coisas que se contrapõem
Enquanto o sonho é doce
A realidade muitas vezes amarga
No entanto você é uma doce realidade
Tão doce que dissipou
Todo o amargor
Que a realidade pode ter...
Mário Feijó
22.07.15
terça-feira, 21 de julho de 2015
BENDITA LUZ
BENDITA LUZ
Bendita luz do sol
Que depois de tantos dias
Encoberta pelas nuvens chuvosas
Também sempre benéficas
Mas que em demasia
Causa cheias e desabrigo
Bendita luz do sol
Que entra em nossas casas
Ajuda nas limpezas
Na secagem de roupas
Mas que aquece nossos corpos
Revigora nossos campos e pastos
Dá vida aos nossos alimentos
Bendita é a luz do sol
Bendita é a paz
Para quem lembra da escuridão
Do estouro de uma bomba
Durante uma guerra
Que tudo destrói
Bendita é a luz do sol
Quando existe amor
Quando temos a esperança
Quando temos a força
Para recomeçar...
Mário Feijó
21.07.15
segunda-feira, 20 de julho de 2015
MANÉ JOÃO
MANÉ JOÃO
Você não entende as mulheres
Porque és um “Mané”, João!
Você não entende seus filhos
Você não entende de fome
Você não entende de pão
Por que você bebe?
Por que você joga?
Por que você trai?
Porque és “Mané” João!
Você não é Maria
Você não é mãe
A mulher que se dá
A mulher que faz pão
Que cozinha nas latas
Que sobe o morro todo dia
Depois de lavar pra madames
Para ter o que comer
E você o que faz “Mané”?
Toma cachaça, joga “porrinha”
Quer ver futebol, assovia pras meninas que passam
Na frente da construção
És um burro “Mané” João
Não entende a mulher
Que te faz o café
Porque és um “ Mané” João!
Mário Feijó
20.07.15
sexta-feira, 17 de julho de 2015
LEÃO: liberdade...
LEÃO: liberdade...
Eu quero o cheiro de mato verde
De grama molhada de chuva
Ouvir o canto dos pássaros
Abraçar-me em árvores e arbustos
Quero correr em disparada pelos campos
Colocar meus pés no riacho
Beber a água fresca corrente
E esfregar minhas unhas nas pedras
Nasci livre e numa jaula estive prisioneiro
Que pecado eu fiz ao ter nascido leão
Não sou palhaço de circo
Não entendo por que era chicoteado
Não compreendo por que não posso caçar
Quero minha liberdade: ver o céu, olhar estrelas, correr...
Mário Feijó
17.07.15
quinta-feira, 16 de julho de 2015
É MENINO!
É MENINO!
Quantas vezes ouvi esta expressão:
É menino! Quando a mãe via
Seu rebento nascido
Retirado de dentro do útero...
Feliz, o pai bebia todas!
Já, a mãe, meio que decepcionada
Queria uma filha mulher
Porque esta a entenderia, ajudaria...
Seria mais um macho dentro de casa
E num mundo onde os machos
Tinham o poder - a supremacia –
A mulher lamentava a sua solidão...
A menina-mulher que se libertava
Agora noutra época toca as partes do menino
É diz: - é menino! De repente emenda: - é moço
Mas quando se pega em seus braços brada feliz:
- É homem! Diz segurando seu membro
Aninhando-se toda em seus braços...
Mário Feijó
16.07.15
quarta-feira, 15 de julho de 2015
O GATO E O RATO?
O GATO E O RATO?
Ele era um gato
Apenas um gato escondido
Embaixo do banco
Ronronando por baixo da mesa
Um gato negro e arisco
Escondia-se embaixo da escada
Com fome pedia comida
Tinha um olhar que falava
Todos os dias ele esperava a minha chegada
Como se eu fora seu ídolo
E quando a comida eu levava
Ele pedia primeiro carinhos
Se eu não fizesse ele miava
Parecia querer conversar comigo
Então com o gato eu falava
E ele miando agradecia...
Mário Feijó
15.07.15
terça-feira, 14 de julho de 2015
AMOR, MEDO E DOR
AMOR, MEDO E DOR
Eu tenho muitos sentimentos
Vivo de sonhos
Mas no momento
O que eu mais tenho é: dor, medo e amor
Sofro dores
Desde que era criança
O amor me sobra
Mas tenho medo de amar
Fui rejeitado
Nunca me senti ser amado
E tenho medo de me entregar
Espero há tempo
Que bata um vento
E me devolva a felicidade perdida
Levando de vez o meu medo de amar...
Mário Feijó
14.07.15
segunda-feira, 13 de julho de 2015
BRASA ARDENTE
BRASA ARDENTE
Atirado na cama
Eu sou flor que desfolha
Diante dos beijos teus
E quando bates as asas
Sugando meu pólen
Sou rosa, sou cravo, sou jasmim
Entregando tudo, o melhor de mim
E nas noites frias
Quando bate a dor
Tenho teu amor
Pra me agasalhar
Frequentas meu corpo
Feito fogo na lareira
Tal qual brasa ardente
Crepitando faíscas quase a me
queimar...
Mário Feijó
10.07.15
sábado, 11 de julho de 2015
A TUA GEOGRAFIA
A TUA
GEOGRAFIA
Ainda ontem
Quando eu
passeava
Pelo corpo
teu
Descobri que
amava
Cada poro,
cada célula
Que te
completava
Que fazia de
ti
Uma extensão
de mim...
Enquanto eu
viajava
Pela tua
pele
Deliciosamente
buscava
No teu
prazer
Um prazer
que era meu
Era quase o
paraíso
Aquela viagem
Onde eu
encontrava
Serras,
montes, vales,
Mares, rios
espalhados no teu corpo...
E quando
acordei
Procurava-te
ao meu lado
Não estavas
mais ali
Já entravas
no quarto
Com um
sorriso largo
Tendo nas
mãos uma bandeja
Com um café
da manhã...
Mário Feijó
10.07.15
sexta-feira, 10 de julho de 2015
PELO MEU CORPO
PELO MEU
CORPO
Tu
Não apenas
passeias
Pelo meu
corpo
Como se fosses
O sangue que
corre
Pelas minhas
veias
Tu
Sapateias em
meu coração
Iluminas os
meus dias
E o movimento
das marés
Que me traz
a brisa
Fonte viva
da minha natureza
Fecundando minhas
sementes
No salitre
do teu suor...
Mário Feijó
10.07.15
quinta-feira, 9 de julho de 2015
terça-feira, 7 de julho de 2015
PERMITA-SE... Mário Feijó - Poemas e Artes Plasticas: SENTIMENTOS: uma questão de gênero?
PERMITA-SE... Mário Feijó - Poemas e Artes Plasticas: SENTIMENTOS: uma questão de gênero?: SENTIMENTOS Sempre tão fortes Os sentimentos não têm sexo Eles acontecem normalmente Entre homens e mulheres Então por que al...
SENTIMENTOS: uma questão de gênero?
SENTIMENTOS
Sempre tão
fortes
Os sentimentos
não têm sexo
Eles acontecem
normalmente
Entre homens
e mulheres
Então por
que alguns
Têm nomes femininos
e outros
Nomes femininos?
Vejamos: o
medo = nome masculino
A coragem =
nome feminino
O amor = nome
masculino
A felicidade
= nome feminino
Eles não
deveriam ter
Indicação de
gênero...
Vejamos:
parece-me que coragem
É algo mais
comum aos homens
E tem nome
feminino
O medo é uma
palavra masculina
Mas parece
algo que induza à mulher...
Calma, calma
são somente impressões
Não
determinações porém
Uma brincadeira
com palavras
Encima de sentimentos
e gêneros...
Mário Feijó
08.07.15
TEMPOS CURTOS, DIAS LONGOS
TEMPOS CURTOS, DIAS LONGOS
Nestes dias longos
O tempo se faz tão curto
E rápido se vai
Quando olho a vida
Como se fora um longa metragem
Vejo que tudo passou muito rápido
Sejam as dores
Sejam os amores
Seja a tristeza
Ou até a felicidade
Tudo ligeiramente passou
Ficaram somente: lembranças, saudades, cicatrizes
De um tempo que guardamos na memória
Tudo se dispersou
Nada mais restou
Nestes dias longos
De nossa breve vida...
Mário Feijó
07.07.15
sexta-feira, 3 de julho de 2015
AOS PARES
AOS PARES
Lua e sol
Júpiter e Vênus
Mar e luar
Dois olhos
Nós dois
Um pouco de amor
Ingredientes para a harmonia
Onde há felicidade
Resta um pouco de nostalgia...
Romântico olhando o céu
É possível ver Júpiter
Escondendo-se atrás de Vênus
Esparramada no mar
É possível ver a luz da lua...
Nas dunas uma coruja pia
Fugindo dos predadores
Voa à caça de alimentos
Para os filhotes que piam na toca...
Aos pares olhos espiam
Aos pares ouvidos curiosos escutam
Aos pares os amantes
Espiam a lua no céu...
Mário Feijó
03.07.15
quinta-feira, 2 de julho de 2015
ENLACE-ME
ENLACE-ME
Eu quero me enrolar
Nos teus cabelos,
Tua pele, teus pelos
E dentro do teu coração morar
Quero voar nos teus sonhos
Ser o ar que respiras
O sangue que por ti circula
O bater do teu coração
Quero ser o teu dia a dia
Ser o nexo da tua vida
E contigo ver estrelas
Toda vez em que o sexo nos excitar
Quero ser a água da chuva
O rio que escorre das montanhas
Que passeia por vales
E que o mar vai encontrar
E quando um dia
Não estivermos mais aqui
Quero nossas almas enlaçadas
Passeando pela eternidade...
Mário Feijó
02.07.15
quarta-feira, 1 de julho de 2015
O AMOR É PACIENTE
O AMOR É PACIENTE
Silenciosamente plantei sementes
Reguei-as com muito amor
Esperando seus perfumes
Esperando “sua cor”
Silenciosamente abri os braços
Silenciosamente abri sorrisos
Percorri estradas de dor
Silenciosamente esperei calado
Havia horas em que desesperado
Eu chorava sem pudor
Não tinha medo de amar
Silenciosamente amei
Sem me aquietar nas decepções
Esperei por um mínimo de carinho
E você chegou pacientemente
Chamando-me “meu amor”...
Mário Feijó
01.07.15
segunda-feira, 29 de junho de 2015
CONTRADIÇÕES HARMÔNICAS (frases)
CONTRADIÇÕES HARMÔNICAS (frases)
O sol brilha mesmo nos dias escuros...
Para um dia de frio nada melhor que um amor quente...
Para um homem carente basta um amor ardente...
Para um dia frio bom mesmo é chocolate quente...
Para uma mulher ardente basta um homem potente...
Para alguém que quer amar basta outro com a mesma vontade e
o ciclo irá fechar...
Desde que nascemos lutamos contra a morte: é a vida!
Quem lê pensa. Quem pensa vive mais e melhor. Quem vive mais
e melhor vai mais longe.
Inteligência é inato. Cultura adquire-se: isto é fato!
Mário Feijó
29.06.15
CARTA DE ALFORRIA AO AMOR
CARTA DE ALFORRIA AO AMOR
Meu caro amigo:
Quero que saibas que
Jamais serias prisioneiro
Dentro do meu coração
Quero que saibas
Que as pessoas a quem amo
São livres para ir e vir
Sempre que o quiserem
Amigos, filhos ou amores
Têm sempre lugar cativo
Dentro do meu coração
E circulam livremente
Por todas as áreas da minha vida...
Mário Feijó
29.06.15
sexta-feira, 26 de junho de 2015
A PRESSÃO PARA VIVER
A PRESSÃO PARA VIVER
Ontem eu lembrei do meu tempo de
menino. Quase tão perto eu diria. E queria logo crescer, talvez pelas inúmeras
surras que apanhava. Hoje os tapas que educavam são criminosos. Então muitos
filhos passaram a cometer crimes porque não mais apanham, nem recebem castigo. Perderam
o medo, e até o respeito.
Eu lembrei que tinha menos de
sete anos e por ter tirado a calça e mostrado meu pênis excitado para uma
menina da vizinhança (que tinha pedido pra ver), na frente do meu irmão, este
contou para o meu pai e eu apanhei uma surra daquelas. Porém lembro até hoje
que não havia maldade ou malícia no ato. Era puro exibicionismo de criança, de um
lado, e curiosidade do outro.
Também lembro que apanhei por
ter chamado meu irmão de palhaço. Mas foi uns tapas merecidos, pois eu sabia
que palhaço era nome feio, portanto proibido de ser pronunciado.
Depois de quase 60 anos, e
algumas “quase” mortes eu aprendi a dizer “merda” e a mandar “à P.Q.P.”. Hoje
as meninas, desde pequenas falam “caralho” e “porra” com a maior naturalidade,
como se dissessem pipoca ou chocolate. E a gente tem que não se horrorizar,
para não ser tachado de careta e retrógrado. Outro dia eu expliquei pras minhas
netas de 15 e 16 anos o que as palavras significavam. Nunca mais ouvi elas
pronunciarem tais vocábulos.
Quando criança eu gostava de
brincar de amarelinha e de queimei, esconde-esconde; bolas de gude e de pular
dos degraus da igreja.
Houve uma vez em que cozinhamos
um grilo e demos para um vizinho menor comer. Acho que estávamos iniciando na
culinária chinesa (no entanto até hoje sinto remorso por isto).
O pai dos meus amiguinhos da
vizinhança, Sr. Juca, era dono de uma mercearia e lá vendiam também sorvetes,
ficava bem na frente do colégio onde fiz os primeiros anos: “Grupo Escolar José
Boiteux”, no Estreito, em Florianópolis-SC. Aquilo era o paraíso, tanto a escola
quanto a mercearia do Sr. Juca e da D. Ranildes. Eles tinham duas filhas e dois
filhos. A filha mais velha, Neusa, foi o meu primeiro amor infantil, mas acho
que até hoje ela nunca soube disto. Algumas vezes passamos a vida inteira sem
dizer às pessoas que as amamos. Sim eu a amei. Mas não é o mesmo amor de gente
grande. Era um amor grande, de gente pequena, se você me entende.
Somos assim: nunca dizemos “eu
te amo” para nossos pais, para nossos irmãos, algumas vezes nem para nossos
filhos. Eu nunca ouvi meu pai ou minha mãe dizerem que me amavam. Hoje eu digo
para os meus filhos e eles não acreditam. Por que será que nunca acreditam na
gente? Por que será que sempre pensam o contrário do que sentimos?
Parece ser mais fácil odiar, e,
em ódio todos acreditam. Mas por que não acreditar no amor quando são os bons
sentimentos que nos fazem crescer? Quanta coisa na vida mudaria, se disséssemos
mais “eu te amo”...
Fui ensinado a ter medo do amor.
Até hoje eu digo e me entrego, mas é sempre uma entrega receosa.
E quando a vida segue,
aprendemos a ter medo do mundo. Eu aprendi a ficar atento, porém continuo
acreditando nas pessoas, mesmo nas que não acreditam mais em mim. Eu sempre fui
e sou solidário...
É fácil pensar que temos
milhares de amigos quando somos crianças e também adolescentes. Ai quando
finalmente começamos a trabalhar, acreditamos que todos no trabalho são nossos
amigos, mas no trabalho temos colegas. Podemos até fazer um ou outro amigo, mas
trabalho é ambiente de disputa e onde há disputa, as amizades são fugazes. Ambiente
competitivo é fértil solo para traquinagens.
Chega uma hora que, quem sobrevive
envelhece e quando não temos alguém como companheiro(a) arrumamos um bando de
velhos ranzinzas para ter por perto, com medo da solidão. Nesta hora ninguém
tem mais paciência uns com os outros e todos resolvem ser honestos... então
somos obrigados a ouvir verdades que não queremos, a aturar o mau humor uns dos
outros. Tudo em nome de um companheirismo medroso. Medo da vida. Medo da
solidão.
Então para não sermos iguais (e
somos) tomamos pílulas, para mijar, para cagar, para peidar, para pressão não
subir e até para trepar (hoje em dia tem jovem tomando desde cedo, coitados).
Infelizmente é isto o que nos
sobra daqueles tempos tão glamourosos e que na época pareciam tão difíceis. Difícil
é viver sozinho, sem um amor por perto.
Mário Feijó
26.06.15
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