sábado, 8 de setembro de 2012

QUEM ÉS TU AMOR?


QUEM ÉS TU AMOR?

Todas as vezes
Que eu sinto os teus lábios
Mesmo em meus pensamentos
Minhas pétalas se eriçam
Como se tu fosses o vento
E eu apenas uma flor do campo
Despertando para a primavera...

Todas as vezes
Que o sol nasce
É como se me desvirginasses
Como se me despisses ao mundo
Eu sou apenas uma flor
Neste jardim primaveril
Um cravo talvez
Quiçá um jasmim
Desprezado num canto
Sem o sopro do teu vento...

Todas as vezes
Que a lua desponta
Eu sou a dama da noite
Que abre suas pétalas
Entregando o perfume
À tua brisa que vem excitá-la...

Simples assim como as flores
Sou brisa, sou cravo,
Jasmim, dálias, girassóis
Mas não sei quem tu és...

Mário Feijó
09.09.12  

terça-feira, 4 de setembro de 2012

TUDO FICARÁ BEM


TUDO FICARÁ BEM

Cheia de corações solitários
Segue a vida dentro de si mesma
Somente ela sabe
O que se passa em seu peito 

E todos os dias
Abrem-se os olhos
Na esperança de ver
O outro ao seu lado 

Mas de um modo irreversível
O outro se foi
E é sabido que jamais voltará 

Enquanto isto a vida caminha
Por uma estrada de chão
Que não leva a lugar algum
Aspirando células que deixaste no ar...

Mário Feijó
04.09.12

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O CAMINHANTE


O CAMINHANTE 

Há muitas sombras e pouca luz
Os caminhos parecem escuros
O caminhante pensa estar perdido 

Perdido está o vento
Soprando em todas as direções
Nem sabe por que sopra 

E as sombras escondem-se da luz
Elas não procuram caminhos
Ficam escondidas em qualquer lugar 

O caminhante desorientado
Tenta respirar fundo
Buscando cores para sua vida
Colocando vida em suas sombras

Ontem até a lua se escondia
Atrás de nuvens negras
Mas o caminhante não desanimou
Ele sabe que tudo tem uma razão
Que este tempo vai passar... 

Mário Feijó
03.09.12



domingo, 2 de setembro de 2012

CONTIGO FUI FELIZ


CONTIGO FUI FELIZ 

Eu entendia
        Cada um de teus olhares
        Cada um dos teus sonhos
        Cada um dos teus gestos 

E tu entendias os meus 

Eu estava contigo
        Nas horas mais difíceis
        Nos momentos de incompreensão
Nos dias mais pesados 

E tu fazias o mesmo comigo 

Eu só não sei por que
        Resolveste ir embora
        Vestir tuas asas de anjo
        Levando minha alegria 

É tão difícil
        Compreender partidas 

É tão penoso
        Ir sem dizer adeus... 

Mário Feijó
02.09.12

sábado, 1 de setembro de 2012

A DIVA


A DIVA 

O teu sorriso
Tem um quê
De final de tarde
De noite estrelada
Com uma lua cheia 

É que tu
És uma estrela
Que ilumina Manuela
E que encanta a todos nós 

Ao te ouvir
Eu ouço anjos
Ouço “Fados e Lamentos” 

De teus “olhos negros”
Parte minha nau
Que a “escrava do tempo”
Leva-me à Portugal 

Assim é Monyca Ramos
Quando está no palco
“Mar-Cielo” em dias de sol
Uma voz que dissipa tormentos... 

Mário Feijó
01.09.12

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

NAS ASAS DE UMA BORBOLETA


NAS ASAS DE UMA BORBOLETA

Brasília tem o formato
De uma borboleta
Com suas asas abertas
Disse Lúcio Costa, seu criador 

Porém o povo a trata
Como se fora avião
Não importa hoje eu voo
Nas asas da borboleta 

Que se metamorfoseia
Tamanho é o gigantismo da cidade
Onde as pessoas parecem insetos
Correndo de um lado para o outro 

E os carros querendo voar
Parecem do alto “sangue nas veias”
De uma cidade que se tornou grandiosa
- Patrimônio da Humanidade –
Capital Federal do Brasil 

Brasília em pouco mais de 60 anos
Acabou se tornando uma referência mundial
Depois dela muitas outras vieram
Mostrando a criatividade dos homens

Mário Feijó
31.08.12

PÁSSARO DO AMOR


PÁSSARO DO AMOR 

Hoje em meus sonhos
Um pássaro pousou
Trouxe vida à minha vida
Deixou em meu corpo amor 

Era um pássaro verde
Que se parecia com arara
Abracei-a ao peito
E como mágica virava você 

Dizia que me amava
Que estaria pra sempre comigo
Pulava de galho em galho
Para ficar perto de mim 
Pensei ter meus problemas
De amor ter resolvido

Quando de repente uma buzina tocou

Acordei! E você tinha sumido...


Mário Feijó

31.08.12

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

UM DIA A GENTE VAI SE SEPARAR...


UM DIA A GENTE VAI SE SEPARAR...


Um dia

A gente vai se separar!


Disseram os gêmeos

Na barriga da mãe,

No entanto continuaram

Vivendo próximos

Muitos anos

Depois que nasceram...


Existem

Várias formas de separação...

A morte é a pior delas,

Portanto todas as outras

Podemos superar...


Um dia...

Ah! Um dia

A gente vai se separar...


Mário Feijó

30.08.12

IRRESSISTÍVEL


IRRESISTÍVEL

Ele era um monstro selvagem
Que seduzia com seus olhos de prata
Virgem ele pensava que ela era
Porém já havia se perdido com o vento 

Enrubescida tinha vermelhas
As maçãs da face seguia a menina-moça...
Cálice! Pediu ela, bebendo de um só gole
Ele apenas sorria, tendo na boca milhares de dentes 

Tão grande era o seu sorriso
(aquele sorriso derrubaria
Qualquer viúva carente
Ou até mesmo uma pura adolescente) 

É sempre perturbador
Um homem tão viril, másculo
Em tempos tão modernos
E ela estava embevecida 

Foi pra casa, colocou uma fina camisola
Sobre a pele e pensou
Como pode existir alguém assim tão irresistível?
Deitou e esperou o resto da vida... 

Mário Feijó
30.08.12

  

AQUELES OLHOS VERDES


AQUELES OLHOS VERDES


        Franzino, sardento, cabelos cortados no estilo, soldado raso, calças curtas, não tinha ainda dez anos aquele menino, mas desde criança era diferente dos outros da sua escola.

        A timidez o denunciava e sofria discriminação pelo perfil completo, para agravar ainda era pobre, o desgraçado.

        Não entendia o porquê da discriminação, mas cada brincadeira de mau gosto, cada piada era como uma punhalada...

        Nunca praticara uma ação maldosa para com os demais, afastara-se dos esportes para não ser gozado pelos outros, e isto também acabou sendo discriminatório. No entanto no seu caminho apareceram meninos e meninas malvados que o maltratavam, inclusive fisicamente. Um dia reagiu, brigou, mas até hoje não lembra o que aconteceu durante a briga, nem como chegou em casa, mas todo o seu material sumiu. Ele teve um branco na briga que manteve com o menino negro.

        E para completar seu pai também o surrava todos os dias...

        Muitos foram os que lhe machucaram na infância. Um dia quando brincavam de correr e pega-pega, uma menina se escondeu para puxar um fio de arame farpado em seu rosto que por pouco não o cegou... feridas foram muitas, tanto física quanto emocionalmente. Ficaram cicatrizes que o tempo apagou no corpo, na alma elas ainda sangram... afinal quem se incomodaria com aquele rapazinho magricela, sardento e horroroso?

        E o menino foi crescendo. Superando todas as adversidades. Nos primeiros anos do ensino básico acabou se formando em primeiro lugar, na sua escola. Não virou ídolo. Continuou um adolescente, sem graça, magro, feio e pobre.

        Seu primeiro drama de adolescente era tentar entender o por que daquela rejeição. As mulheres o rejeitavam porque era doce e amável, e os homens “não podem” ser doces. Os homens o rejeitavam porque não representava perigo com as mulheres (na opinião deles). Assim sendo ele queria ser um daqueles homens para ser admirado pelas mulheres e respeitado pelos homens. Sua alma não era assim e ele continuou do jeito que era, mas conseguiu conquistar um espaço.

        Havia uma vantagem naquele menino: seus olhos verdes. Não que ele se importasse com isto, mas os outros sim. Achavam seus olhos lindos. E o menino começou a concentrar sua energia e sua força neles, no seu olhar.

        Tornou-se homem. Ganhou muitas mulheres, mas tinha medo de amar, não queria ser traído pela vida. Não acreditava que pudesse ser amado.

        Passou a ser autêntico, sem se importar com a opinião dos outros. Continuava a ser discriminado, julgado.

        Um dia casou-se, teve filhos. Amou e foi amado, mas jamais foi feliz e aqueles olhos verdes continuaram acesos como dois faróis de esperança que o conduzem na busca de um amor sincero...


Mário Feijó
30.08.12

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

PARABENS PRA VOCÊ




Faz hoje trinta e seis anos
Que sem compreender
Você veio ao mundo 

Caiu direto em meus braços
E neles havia um imenso amor
Que eu soprei para a tu’alma 

Tão frágil e prematura
Parecendo um filhote de garça
Esticando tuas pernas compridas
Que estavam presas num ovo 

Nunca compreendeste
O quão infinito é
O meu amor pelos filhos
Todos são uma extensão de mim! 

E como se fosses um anjo rebelde
Jamais entendeste meus gestos
Sem compreender todo o amor
Não tem problemas! Eu te desejo felicidade... 

Mário Feijó
29.08.12

TERRA FERIDA


TERRA FERIDA 

Há hoje no céu
Uma nesga de luz
Rompendo nuvens
Como se cortasse a carne crua 
E feito raio
A luz bate no solo
Sangrando a terra
Que prostrada se deixa ferir... 

O vento frio
Sopra a grama
Arrepiando a pele da terra
Que espera o calor do sol 

Eu sou assim
Alguns dias apenas terra ferida
Noutros a luz do sol
Que aquecia a tua pele...


Mário Feijó
29.08.12

O AMOR ME AMPAROU


O AMOR ME AMPAROU 

Nos últimos tempos
Tenho sido quase
Tão etéreo feito tu
No espaço... 

Vivo no ar!
Outro dia ao passar
Deixei voar
Algumas penas 

Alma de anjo?
Corpo de pássaro?
Beijo de hortelã?
Estou ganhando asas! 

Outro dia
Do alto da montanha
Atirei-me ao solo...
O amor me amparou... 

Mário Feijó
29.08.12

terça-feira, 28 de agosto de 2012

EU OU VOCÊ?


EU OU VOCÊ?



        As gotas de chuva que agora caem parecem penetrar minh’alma. Eu já não sei se lavam a terra ou desnudam os meus pecados. Corre na terra toda a tinta que escondia minha face. As minhas mãos tremem como se eu sofresse uma crise de abstinência, porém eu não era viciado em nada...

Um momento... Lembrei. Estava viciado em ti. Na tua presença que agora só retorna na minha senilidade. Eu já não lembro do que faço agora. Eu já não lembro dos meus momentos de há pouco, mas lembro do nosso primeiro encontro. Lembro do teu olhar. Do teu sorriso que tinha um jeito “bandeiroso” de dizer cheguei. É tu eras assim. Algumas vezes tão singela quanto um “amor perfeito” noutras tão desastrosa quanto um elefante numa sala de cristais.

Não importa. Agora nada mais importa. Ficou o vazio e a saudade. Ficou a ausência de todos aqueles que poderiam me ajudar, mas que me viraram as costas. Suas desculpas que lembrariam de ti... e com isto esqueceram de mim. Esqueceram que tenho que superar tudo sozinho. Sei que agora não sofres, mas a mim quem ajuda? Tua família preocupou-se com as joias, a casa, os móveis, o dinheiro...

Será que estas pessoas algum dia amaram? Será que estas pessoas conhecem o amor, a solidariedade, a confiança, o perdão, o carinho?

Tudo é muito difícil depois de uma perda. Além do mais dói a gente pensar que de alguma forma é o responsável pela morte de um ser querido. Dói a gente ver nos olhos de algumas pessoas a acusação velada. Dói a falta de perdão, de solidariedade, a solidão.

E quando você pensa que pode continuar ou reconstruir sua vida, as pessoas te cobram “um luto” que não é possível para quem quer sobreviver. É como colocar a pessoa numa solitária e dar-lhe, no máximo, água esperando que ela sobreviva até o dia que tiver que ser. Então o seu corpo seca, a sua alma seca, perde a cor... aí vem a chuva e leva embora as suas tintas, a sua cor, a sua vontade.

Neste momento você começa a se perceber transparente, sem desejos, emociona-se com uma música, um comercial de carro, de margarina e até com bichos atropelados na estrada.  

É assim que eu estou agora: transparente. Ninguém me vê. Muita gente talvez preferisse que a vítima fosse outra. E eu sem entender continuo sem saber quem realmente é ou foi a vítima: eu ou você?


Mário Feijó

28.08.12

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

PENSEI QUE SOBREVIVERIA SEM TI...


PENSEI QUE SOBREVIVERIA SEM TI...

Eu pensei que sobreviveria
Sem o amor... Não sobrevivo sem ti
Antes havia a luz do sol
Agora tenho a bruma do mar... 

O céu inteiro se fechou
Nublou enrubescido por mim
Eu te queria descoberta
Sob a luz do luar... 

Mora em meu peito a saudade
E meu coração sem ti esvaziou
Está descompassado, bate surdo
Eu pensei que sobreviveria sem ti
Meu corpo murcha, minha pele seca
E eu me apronto para partir... 

Mário Feijó
24.08.12

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

TODOS TÊM PREÇO?


TODOS TÊM PREÇO? 

Você se venderia?
Entregaria sua honra?
Quebraria princípios por dinheiro?
Você tem preço? 

Quanto você custa?
Vender-se-ia por
Um milhão de dólares
Como em “Proposta Indecente”? 

Eu não me venderia
Mas às vezes penso
Que seria capaz de comprar
Se dispusesse de muito dinheiro 

Tudo é possível
Mas também erra quem compra
Da mesma forma
Que aquele que se vende 

Eu já vi gente matando
Por um par de tênis
E gente que se vende
Por um celular... 

Quanto você vale?
Quanto você custa?
Qual é o seu preço? 

Mário Feijó
23.08.12

O PRÍNCIPE ESTÁ NU


O PRÍNCIPE ESTÁ NU

 

        Ontem nos jornais eu li que “o príncipe está nu”. Tratava-se do Príncipe Harry da Inglaterra, fotografado em uma festinha íntima, em um Hotel, em Dallas, EUA.

Fui caminhar e uma amiga contou que meu médico oftalmologista, com apenas 48 anos de idade fora assassinado, com sete facadas e estava nu sobre a cama. Ele estava a duzentos metros da minha casa e na mesma rua.

Duas situações diferentes, mas que me chamaram a atenção pelo fato de ambos estarem nus.

Por que será que a nudez alheia ainda causa tanto frisson?  

A primeira situação foi publicada nos tabloides do mundo inteiro, ávidos por escândalos de celebridades. Nada mais foi do que uma “festinha inconsequente” de um príncipe, da realeza mais famosa em todo o mundo. Uma irresponsabilidade de um jovem herdeiro do trono real inglês que lhe custou a indiscrição de fotógrafos bisbilhoteiros.

Na segunda situação o fato, apesar de mais grave, porque envolve um crime bárbaro, cruel e aparentemente sem explicações de uma pessoa que não é celebridade, mas muito querido numa pequena comunidade. O crime assim, aparentemente sem explicações, neste momento.

Seria somente mais um assassinato? Latrocínio? Homofobia? Ou teria um enredo perverso? Não sabemos! Só o tempo e as investigações responderão...

Nosso médico era uma pessoa muito querida na cidade e região, ajudava muita gente. Era uma pessoa que tinha luz. Brilhava até no escuro, por onde algumas vezes andou...

E o príncipe? Nascido em berço de ouro, não corre o mesmo risco? Só porque se cerca de lindas mulheres e homens ricos.

Cada um segue o seu caminho. O príncipe nu, a sua vidinha que precisa de orgias para que fique animada. E o bom médico para o limbo do esquecimento porque não tinha sangue azul. Mereceu hoje meia página em um jornal de grande circulação por estes lados. Por uns dias, meses ou no máximo um ano será esquecido e talvez até culpado por não ter tomado os devidos cuidados com os amigos que colocava dentro de casa.

“Carpe Dien” – é o momento. É a vida, dirão os acomodados, insensíveis aos caos diário...

Agora certamente todos os príncipes voltaram a se vestir... Mas por quanto tempo???

 

Mário Feijó

23.08.12

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

EU E VOCÊ


EU E VOCÊ 

Diante da luz da lua
Eu e você brilhávamos
De pular de cordas
Como nos tempos de criança 

E na beira da praia
Fomos correr no calor da noite
Fomos tomar champanhe
Depois de pular sete ondas 

Havia encanto nestes dias
Depois de Felicidade
Tu foste minha alegria 

Agora a tristeza fez
Ninho em minha vida
Mas estou decidido
A não deixá-la chocar... 

Mário Feijó
22.08.12

DA JANELA


DA JANELA

Da janela ela sonhava
Como se fora livre
Feito o vento
Que pelos prados corria... 

Da janela ela pensava
Tecia versos em sua escrita
E via o sol lá em cima
Na colina se por... 

Da janela ela pintava telas
Expostas em suas memórias
E costura os dias
Sonhando com a liberdade de seus versos... 

Da janela ela suspirava
Esperando um príncipe
Que nestas alturas da vida
Era um ser desencantado... 

Até que chegou o dia
Onde ela já sem esperança
Da janela projetou-se
De onde agora está encantada... 

Mário Feijó
21.08.12

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

DESDE DEZEMBRO


DESDE DEZEMBRO 

Doze foram os apóstolos
Doze são os meses do ano
Doze também formam uma dúzia
Enquanto na mente conta
A espera de um tempo de renovação... 

Doze é três vezes quatro
É três a soma de 1+2
Também doze é o último ano
Que dezembro promete esperanças 

Doze dias
Doze meses
Doze luas 

Tu partiste em dezembro
Eu agora conto os meses
Quando vejo a luz da lua...


Mário Feijó
20.08.12

SE EU FOSSE CRIANÇA


SE EU FOSSE CRIANÇA 

Se eu fosse criança
Brincaria com amigos invisíveis
Brincaria com outras crianças
Viveria num mundo de fantasia 

Agora que cresci
Mato um leão por dia
Os amigos tornaram-se invisíveis
E eu convivo com meus demônios... 

Brinco de amar
Pessoas erradas
Vivo numa roleta russa
E todas as brincadeiras
Não existem mais... 

Sou apenas mais um na multidão
Alguém que passou a esquecer de si
Por amor a si mesmo e aos outros
Tornei-me uma brisa passageira... 

Mário Feijó
20.08.12