quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

REFERÊNCIAS


REFERÊNCIAS

FEIJÓ, M. Encontros & Emoções. Florianópolis: UFSC. 60p. 1987.
FEIJÓ, M. Permita-se... Florianópolis/Capão da Canoa: SECCO. 144p. 2007. ISBN 978-85-98128-7-8.
FEIJÓ, M. Os filhos da enxurrada. Florianópolis/Capão da Canoa: Secco, 2008/2009. 160p. Il. ISBN 978-85-98128-24-5.
FEIJÓ, M. A magia do Amor. Porto (Portugal): Corpos editora. 124p. 2009. http://www.corposeditora.com/site/coleccoes.asp?idcoleccao=29&pag=2
FEIJÓ, M. Em cada ser que passa vejo você. In: COSTA, D. FERNANDES, J. e BRAGA, S. (Org.). Antologia - Academia de Escritores do Litoral Norte Gaúcho, p. 42. Osório/Florianópolis: Secco. 2009. 62p. ISBN 978-85-98128-28-3
FEIJÓ, M. Fugindo das horas. In: COSTA, D. FERNANDES, J. e BRAGA, S. (ORG.). Antologia - Academia de Escritores do Litoral Norte Gaúcho, p. 43. Osório/Florianópolis: Secco. 2009. 62p. ISBN 978-85-98128-28-3
FEIJÓ, M. O sabor que tu tens (poema I). p. 116. In: Projeto Literário Delicatta IV. São Paulo: Scortecci, 2009. 264p.
FEIJÓ, M. Você está pronto (poema II). p. 117. In: Projeto Literário Delicatta IV. São Paulo: Scortecci, 2009. 264p.
FEIJÓ, M. A magia do amor (poema III). p. 118. In: Projeto Literário Delicatta IV. São Paulo: Scortecci, 2009. 264p.
FEIJÓ, M. A MAGIA DO AMOR. In: COSTA, D. FERNANDES, J. e BRAGA, S. Antologia - Academia de Escritores do Litoral Norte Gaúcho, p. 42. Osório/Florianópolis: Secco. 2009. 62p.
FEIJÓ, M. Com amor no coração. In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano IV, n.16, out./dez. 08. p. 21. Porto Alegre: Caravela, 2008. 63p. Il.
FEIJÓ, M. O brilho da amizade. In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano IV, n.16, out./dez. 08. p. 61. Porto Alegre: Caravela, 2008. 63p. Il.
FEIJÓ, M. Palavras que curam. In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano V, n.17, jan./mar. 09. p. 10. Porto Alegre: Caravela, 2009. 64p. Il.
FEIJÓ, M. Ser humano. In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano V, n.17, jan./mar. 09. p. 18. Porto Alegre: Caravela, 2009. 64p. Il.
FEIJÓ, M. Vermelho Paixão. In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano V, n.17, jan./mar. 09. p. 53. Porto Alegre: Caravela, 2009. 64p. Il.
FEIJÓ, M. Ser humano. In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano V, n.17, jan./mar. 09. p. 18. Porto Alegre: Caravela, 2009. 64p. Il.
FEIJÓ, M. O sorriso: janela da alma. In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano V, n.18/19, abr./set. 09. p. 14. Porto Alegre: Caravela, 2009. 72p. Il.
FEIJÓ, M. Cão e gato. In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano V, n.18/19, abr./set. 09. p. 25. Porto Alegre: Caravela, 2009. 72p. Il.
FEIJÓ, M. A magia do amor. In: POETAS DEL MUNDO EM POESIA, v. I. p. 150/1. Campo Grande: Gibim. Abril 2008. 208p. ISBN 978-85-61160-02-09
FEIJÓ, M. Pescador de almas. In: POETAS DEL MUNDO EM POESIA, v. II. p. 57/8. Campo Grande: Gibim. Agosto 2008. 78p. ISBN 978-85-61160-03-06
FEIJÓ, M. As borboletas não deixam marcas nas flores. In: VERONEZE, S. (org.). Caderno Literário, v. I. p. 95/6. Porto Alegre: Pragmatha. 2008. 136p. ISBN 978-85-62310-00-3
FEIJO, M. As lições que a vida ensina. In: VIEIRA, D. (Org.) Coletânea dos 44 melhores Poemas de 2008. 2º. Concurso de Poesia – ABRACI/RJ, p. 55. Rio de Janeiro: IMOS. 64p. Il.
FEIJÓ, M. Apresentação. In: VERONEZE, S. (org.). O IMAGINÁRIO DO MAR E DO NAVEGADOR - Caderno Literário, v. I. p. 07/8. Porto Alegre: Pragmatha. 2009. 66p. ISBN 978-85-62310-00-3
FEIJÓ, M. O pescador e o mar. In: VERONEZE, S. (org.). O IMAGINÁRIO DO MAR E DO NAVEGADOR - Caderno Literário, v. I. p. 37. Porto Alegre: Pragmatha. 2009. 66p. ISBN 978-85-62310-00-3
FEIJÓ, M. Um dia você aprende. In: Poeta Mostra a tua Cara, v. 6. XVII Congresso Brasileiro de Poesia. Bento Gonçalves, out. 2009, p. 154/155. Bento Gonçalves: Grafite. 2009. 256p. Il. ISBN 978-85-62689-04-8
FEIJÓ, M. Senhor dos Versos. In: Poeta Mostra a tua Cara, v. 6. XVII Congresso Brasileiro de Poesia. Bento Gonçalves, out. 2009, p. 156. Bento Gonçalves: Grafite. 2009. 256p. Il. ISBN 978-85-62689-04-8...
FEIJÓ, M. ESTAÇÃO DE PERDAS. In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano V, n.20, nov./dez. 09. p. 08. Porto Alegre: Caravela, 2009. 72p. Il.
FEIJÓ, M. F. Alma em Transe. In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano V, n.20, nov./dez. 09. p. 52. Porto Alegre: Caravela, 2009. 72p. Il.
FEIJÓ, M. Rito de Passagem. In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano V, n.20, nov./dez. 09. p. 60. Porto Alegre: Caravela, 2009. 72p. Il.
FEIJO, M. SILENCIO. IN: BORDIN, R. & JUNG, R.R. Prosa e verso – ÁGUIA ANTOLOGIA. p. 95. Gramado : Hortênsias. 2009. 152p.
FEIJO, M. um dia você aprende. IN: BORDIN, R. & JUNG, R.R. Prosa e verso – ÁGUIA ANTOLOGIA. p. 96. Gramado : Hortênsias. 2009. 152p.
FEIJÓ, M. Eu poderia ser um peixe. In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano VI, n.21, jan./mar. 10. p. 25. Porto Alegre: Caravela, 2010. 64p. Il.
FEIJÓ, M. Ser Homem In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano VI, n.21, jan./mar. 10. p. 45. Porto Alegre: Caravela, 2010. 64p. Il.
FEIJÓ, M. Lábios que murmuram... In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano VI, n.21, jan./mar. 10. p. 33. Porto Alegre: Caravela, 2010. 64p. Il.
FEIJÓ, M. Ser Homem In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano VI, n.21, jan./mar. 10. p. 45. Porto Alegre: Caravela, 2010. 64p. Il.
FEIJÓ, M. MANDALA In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano VI, n.22, abr./jun. 10. p. 28. Porto Alegre: Caravela, 2010. 64p. Il.
FEIJÓ, M. AMOR E FLOR / Dos teus olhos. In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano VI, n.22, abr./jun. 10. p. 42. Porto Alegre: Caravela, 2010. 64p. Il.
FEIJÓ, M. Queridos amigos. In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano VI, n.22, abr./jun. 10. p. 43. Porto Alegre: Caravela, 2010. 64p. Il.
FEIJÓ, M. Alma de borboleta. In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano VI, n.23, jul./set. 10. p. 22. Porto Alegre: Caravela, 2010. 64p. Il.
FEIJÓ, M. AS MARCAS DO VENTO. In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano VI, n.23, jul./set. 10. p. 23. Porto Alegre: Caravela, 2010. 64p. Il.
FEIJÓ, M. CASAL DE AFRICANOS (Tela acrílico s/ MDF. In: SOARES, A. (Editor). CAOSÓTICA. Ano VI, n.23, jul./set. 10. p. 40. Porto Alegre: Caravela, 2010. 64p. Il.
FEIJÓ, M. Anjos em revoada/Angeli in volo. In: III Antologia Italo-brasileira de Letras e Artes. Quando os povos se encontram. Niterói: Comunitá. P. 32 e 41. 2010. 118p.
FEIJÓ, M. Amor Perfeito. In: Cronistas, contistas e poetas contemporâneos. Série Esmeralda. MOREIRA, L. (organizadora), p.90. São Paulo: Scortecci, 2010. 274p. ISBN 978-85-366-1886-9.
FEIJÓ, M. Alma em Transe. In: Cronistas, contistas e poetas contemporâneos. Série Esmeralda. MOREIRA, L. (organizadora), p.91. São Paulo: Scortecci, 2010. 274p. ISBN 978-85-366-1886-9.
FEIJÓ, M. Amores Liláses. In: Cronistas, contistas e poetas contemporâneos. Série Esmeralda. MOREIRA, L. (organizadora), p.92. São Paulo: Scortecci, 2010. 274p. ISBN 978-85-366-1886-9.

FEIJÓ, M. Lágrimas são diamantes / Nossas vontades / Quem notará um apaixonado? / Marcas que deixamos. In: BACCA, A. &

FEIJO, M. ônibus não são poéticos (p.30) / Amor Perfeito (p. 59); chá com leite e mel (p. 60);  / há um pouco de Deus em nós (p. 61); / eu sinto tua falta (p. 63). In: FEIJÓ, M.; MONTANO, E. & SANTOS, M. S. Antologia II (academia dos escritores do litoral norte – RS). p.30. Porto Alegre : Pragmatha. 2010. 92p.
FEIJO, M. Amor Perfeito. In: FEIJÓ, M.; MONTANO, E. & SANTOS, M. S. Antologia II (academia dos escritores do litoral norte – RS). p.59. Porto Alegre : Pragmatha. 2010. 92p.
FEIJO, M. chá com leite e mel. In: FEIJÓ, M.; MONTANO, E. & SANTOS, M. S. Antologia II (academia dos escritores do litoral norte – RS). p.60. Porto Alegre : Pragmatha. 2010. 92p.
FEIJO, M.). há um pouco de Deus em nós. In: FEIJÓ, M.; MONTANO, E. & SANTOS, M. S. Antologia II (academia dos escritores do litoral norte – RS). p. 61. Porto Alegre : Pragmatha. 2010. 92p.
FEIJO, M.  eu sinto tua falta. In: FEIJÓ, M.; MONTANO, E. & SANTOS, M. S. Antologia II (academia dos escritores do litoral norte – RS). p.63. Porto Alegre : Pragmatha. 2010. 92p.
FEIJO, M. IN: Poeta mostra a tua cara. V.7, p. 100-102. Bento Gonçalves: Grafite. 2010. 164p. il. ISBN: 978-85-62689-32-1.
FEIJO, M. PERMITA-SE! (Poesias). Jundiai : Paço editorial. 112p.
FEIJO, M. O MENINO MOLHADO. In: FEIJO, M.; MONTANO, E.; SANTOS, M. S. Antologia III (Academia dos Escritores do Litoral Norte – RS., p. 30-31. Capão da Canoa : Secco ed. 2011. 112p.
FEIJO, M. O TAMANHO DO AMOR (poema). In: FEIJO, M.; MONTANO, E.; SANTOS, M. S. Antologia III (Academia dos Escritores do Litoral Norte – RS., p. 66. Capão da Canoa : Secco ed. 2011. 112p.
FEIJO, M. DORES E ANJOS (poema). In: FEIJO, M.; MONTANO, E.; SANTOS, M. S. Antologia III (Academia dos Escritores do Litoral Norte – RS., p. 67. Capão da Canoa : Secco ed. 2011. 112p.
FEIJO, M.  QUEM PLANTA AMOR COLHE PERFUMES (poema). In: FEIJO, M.; MONTANO, E.; SANTOS, M. S Antologia III (Academia dos Escritores do Litoral Norte – RS., p. 68. Capão da Canoa : Secco ed. 2011. 112p.
FEIJO, M. FALANDO DE NÓS. (poema). In: FEIJO, M.; MONTANO, E.; SANTOS, M. S Antologia III (Academia dos Escritores do Litoral Norte – RS., p. 69. Capão da Canoa : Secco ed. 2011. 112p.
FEIJO, M. Daiane. p. 78-80. In: CHEUICHE, A. (org.). aos ventos do mar e da lagoa. Porto Alegre : corag. 2011. 144p.
FEIJO, M. lágrima tatuada. p. 80-84. In: CHEUICHE, A. (org.). aos ventos do mar e da lagoa. Porto Alegre : corag. 2011. 144p.
FEIJO, M. Destino, p. 84-86. In: CHEUICHE, A. (org.). aos ventos do mar e da lagoa. Porto Alegre : corag. 2011. 144p.
FEIJO, M. Eu sou o que tenho por aprender (org.). Arroio do Sal : Pragmatha. 2011. 72p.
FEIJO, M. O que eu aprendi não me basta (org.). Arroio do Sal : EVANGRAF. 2012. 88p.
FEIJO, M. Enaltecendo Mia Couto.   In: MONTANO, E., SOARES, L. et. all. ANTOLOLOGIA IV (Academia dos escritores do litoral norte – RS, p. 59-61. Porto Alegre :  EVANGRAF. 2014.
FEIJO, M. BRASAS NOS OLHOS.   In: MONTANO, E., SOARES, L. et. all ANTOLOLOGIA IV (Academia dos escritores do litoral norte – RS, p. 61-62. Porto Alegre :  EVANGRAF. 2014.
FEIJO, M. AS DORES DO MUNDO. In: MONTANO, E., SOARES, L. et. all. ANTOLOLOGIA IV (Academia dos escritores do litoral norte – RS, p. 103. Porto Alegre :  EVANGRAF. 2014.
FEIJO, M. NEVE DERRETIDA. In: MONTANO, E., SOARES, L. et. all. ANTOLOLOGIA IV (Academia dos escritores do litoral norte – RS, p. 104. Porto Alegre :  EVANGRAF. 2014.
FEIJO, M. PARA TE SEDUZIR. In: VITORINO, C., MONTANO, E. L. & FEIJÓ, M. ANTOLOLOGIA IV (Academia dos escritores do litoral norte – RS, p. 105. Porto Alegre :  EVANGRAF. 2014.
FEIJO, M. Isto é Felicidade. (contos e crônicas). Porto Alegre : EVANGRAF. ISBN 978-85-6784-801-3. 2014. 146p.
FEIJÓ, M. NO MUNDO DOS DUENDES. In: VITORINO, C., MONTANO, E. L. & FEIJÓ, M. ANTOLOGIA V (academia dos escritores do litoral norte – RS). p.79-80. Porto Alegre : EVANGRAF. 2015. 166p.
FEIJO, M. A MENINA RUIVA E O GOLFINHO AZUL. In: OLIVEIRA, C. M.; MALLMITH, D. M.; SILVA, G. F. M. et. all.  ANTOLOGIA V (academia dos escritores do litoral norte – RS). p.79-80. Porto Alegre : EVANGRAF. 2015. 166p.
FEIJO, M. A TUA GEOGRAFIA (poema). In: VITORINO, C., MONTANO, E. L. & FEIJÓ, M. ANTOLOGIA V (academia dos escritores do litoral norte – RS). p.118. Porto Alegre : EVANGRAF. 2015. 166p.
FEIJÓ, M. BEIJOS ESTALADOS (poema). In: VITORINO, C., MONTANO, E. L. & FEIJÓ, M. ANTOLOGIA V (academia dos escritores do litoral norte – RS). p.119. Porto Alegre : EVANGRAF. 2015. 166p.
FEIJO, M.  ENTRE O CHEIRO DE CAFÉ E A MARESIA (crônica). In: VITORINO, C. & SOARES, L. S. ANTOLOGIA VI (Academia dos escritores do litoral Norte – RS). p. 71-72. PORTO ALEGRE : AELN. 2017. 112p.
FEIJO, M. carta a um amor perdido (crônica). In: VITORINO, C. & SOARES, L. S. ANTOLOGIA VI (Academia dos escritores do litoral Norte – RS). p. 73-74. PORTO ALEGRE : AELN. 2017. 112p.
FEIJO, M. Abençoado eu (poema). In: VITORINO, C. & SOARES, L. S. ANTOLOGIA VI (Academia dos escritores do litoral Norte – RS). p. 75. PORTO ALEGRE : AELN. 2017. 112p.
FEIJO, M. Amor e café quente (poema). In: VITORINO, C. & SOARES, L. S. ANTOLOGIA VI (Academia dos escritores do litoral Norte – RS). p. 76. PORTO ALEGRE : AELN. 2017. 112p.
FEIJO, M. A menina e a lagartixa (fábula). In: OLIVEIRA, C. M. MALLMITH, D. M.; SILVA, G. F. M. et. all. ANTOLOGIA VII – Literatura, vento e mar. P.65-67. Porto Alegre : AELN. 2018.160p.
FEIJO, M. quebra-cabeças (poema). In: OLIVEIRA, C. M. MALLMITH, D. M.; SILVA, G. F. M. et. all. ANTOLOGIA VII – Literatura, vento e mar, p.114. Porto Alegre : AELN. 2018.160p.
FEIJO, M. presente (poema). In: OLIVEIRA, C. M. MALLMITH, D. M.; SILVA, G. F. M. et. all. ANTOLOGIA VII – Literatura, vento e mar. p.115. Porto Alegre : AELN. 2018.160p.
FEIJO, M. sapatinho de lã. In: OLIVEIRA, C. M.; MALLMITH, D. M.; SILVA, G. F. M. et. all.  Ecos Litorâneos - ANTOLOGIA VIII -   Academia dos escritores do litoral norte – RS). p.48. Porto Alegre : AELN. 2019. 190p. ISBN 978-85-7146-047-8.
FEIJO, M.  E o vento levou (poema). In: OLIVEIRA, C. M.; MALLMITH, D. M.; SILVA, G. F. M. et. all.  Ecos Litorâneos - ANTOLOGIA VIII (Academia dos escritores do litoral norte – RS). p.48. Porto Alegre : AELN. 2019. 190p. ISBN 978-85-7146-047-8.
FEIJO, M. Vamos ressuscitar o amor (poema). In: OLIVEIRA, C. M.; MALLMITH, D. M.; SILVA, G. F. M. et. all.  Ecos Litorâneos - ANTOLOGIA VIII (Academia dos escritores do litoral norte – RS). p.48. Porto Alegre : AELN. 2019. 190p. ISBN 978-85-7146-047-8.




segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

DORES D’ALMA




DORES D’ALMA     - crônicas

                Eu tenho me perguntado muito, ultimamente, de que matéria foram construídos os seres humanos. Todos andam tão frios, distantes. Ninguém mais sente falta de beijos, abraços fraternos, de amor de verdade. Parece que todos se bastam.
Eu sinto falta de tudo isto. Parece que ninguém mais sabe ser verdadeiro. Nem filhos, nem irmãos, nem os demais parentes. Os que se dizem amigos também estão distantes. Por que será que eu não sei agir assim?
Quando eu penso em amor, carinho, amizade, fraternidade penso em Felicidade – minha avó Felícia – ela é o meu padrão, minha base. Ela me agasalhava entre sua barriga roliça e seu peito gordo de uma forma tal que, talvez, nem no útero de minha mãe eu tivesse sido tão acolhido e feliz.
E, quando eu falo em Felicidade é algo que não tem limites. Lembro que não havia falsidade, nem mesmo quando eu a vida esconder seu prato de comida embaixo da cama, só pra dizer à visita que chegava em má hora que não comia porque não tinha fome. Penso, com minha cabeça de criança, que era uma forma de dizer eu tenho fome de abraços. Venha e me abrace, não me abandone por muito tempo.
Eu não saberia usar tais métodos, mas confesso que também sou e estou sempre carente de abraços.
Eu amo as pessoas intensamente, porém sempre me parece que elas não têm nada para dar. E, muitas delas, a quem eu já dei muito amor, não sabem mais trocar carinho. Trocar por nada, só pra ver o outro sorrir. Outras simplesmente me viraram as costas, porque se bastam. Fiquei meio “gato escaldado” e não corro mais atrás de ninguém, tenho medo de água fria. Odeio mentiras e traições, e sempre tentam me enredar em alguma delas.
Muita gente acha que não preciso de nada. Não mereço presentes. Porém, continuo a mesma criança carente que já passou fome. Fico feliz quando sou lembrado, quando ganho uma flor, um chocolate ou um pote de balas. Parece mais fácil julgar e condenar. Cada um usa de métodos cruéis para julgar os outros, mas ninguém usa-os para julgar a si mesmo, ou se colocar no lugar do outro. Fica mais fácil condenar.
Eu tenho muitas dores, desde adolescente. Dores no corpo e na alma. Já senti muita rejeição e a maioria me olha como se eu tivesse muito dinheiro e nenhuma dor. Gostaria de ter tanto dinheiro quanta dor que tenha afligido meu corpo e minha alma, porém não vou reclamar. Não quero dó. Sempre procurei o amor e continuo a fazê-lo.
Eu era tão feliz quando criança, uma criança que cantava ouvindo o rádio bem alto, aí uma vizinha contava para meu pai, que me batia por ter feito muito barulho. Coisas inocentes, mas castradoras. Comecei a escrever dores em poemas, amores em prosa. Foi minha forma silenciosa de me expor. Tornei-me um artista frustrado embora continue a fazer arte aleatoriamente. Não falava de minhas dores n´alma, agora falo porque são apenas cicatrizes. Embora as dores no corpo tenham ficado toda vez que o frio aparece. É como se o meu cobertor fosse arrancado e os ossos doam devido ao choque térmico. Nunca falei isto, até porque nunca fui suficiente amado para criar uma cumplicidade que me aquecesse e me curasse a alma.
Continuo sentindo a falta de amores fraternos. Falta-me o calor do fogão à lenha de vovó e seus braços pequeninos me enlaçando e me curando das feridas que a vida me impôs. Faltam-me abraços sinceros para curar minhas dores...

Mário Feijó
Janeiro/ 2020

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

SUPER-HERÓI




SUPER-HERÓI

Apenas tirou os óculos
E descobriu-se super-herói
Daqueles que toda criança admira
E todo adulto gosta de ver

Era como se eu entrasse
Em um novo mundo
Um mundo que não era mais meu
Mas um mundo que era exclusivo teu

Da tua boca eu vi sair um sorriso
Era a felicidade que um dia eu busquei
Parecia ser um sonho
Fiquei me beliscando, mas não acordei

Simplesmente depois do sorriso
Botaste tua capa de super-homem
E voaste pela porta ou janela
E eu pra minha realidade voltei...

Mario Feijó
17.01.2020




LUZ QUE SANGRA




Luz
Apenas um filete
Rasga a escuridão
Como se fora uma navalha
Rasgando a noite que sangra

Sangra
A noite rasgada por luz
De uma lua vermelha
Em tempos quentes
De um árido verão

Verão
Com corpos dourados
Espalhados na branca areia
Volta e meia
Mergulhados no mar

Mar
Gaivotas que balouçam
Ondas batendo na areia
Ostras, siris, caranguejos
Maresia
Luz...

Mário Feijó
18.01.2020



terça-feira, 7 de janeiro de 2020

DORES SILENCIOSAS


DORES SILENCIOSAS

Muitos natais passaram
E você levou consigo
Parte da tua alma
Que em mim habitava

Eu descobri contigo
Uma maneira de amar
Até então desconhecida

A vida já me ensinou muito
Sobre amores e desamores
Calejou em minh’alma muitas desilusões

Agora na saudade eu viajo
Nas Felicidades que tive
Vovó sempre me inspira
E eu não desisto de honrar seu nome

Continuo catando conchas no mar
Contando estrelas no céu
Na esperança de que um dia
Em qualquer galáxia encontre
A Felicidade perdida
Vou trocando com o mar
Umas conversas de amor...

Mário R. Feijó
25.12.19

sábado, 21 de dezembro de 2019

SONHOS DE NATAL





SONHOS DE NATAL

                Desde criança eu tinha sonhos. Nenhum deles era impossível, porém cuidar dos meus pais, depois dos irmãos, logo em seguida dos filhos e depois dos netos foram pedras no caminho para meus sonhos, um pouco bobos, hoje eu diria.
No entanto nunca lamentei as pedras em meu caminho, elas serviram para meu descanso e reflexão. Se eu tivesse seguido meus impulsos e sonhos, talvez nem estivesse mais aqui. Família e amigos sempre foram a minha base mais sólida.
Hoje, praticamente não cuido de mais ninguém, mas meus amigos se tornaram a minha tábua de salvação na busca por felicidade. Sim, meus amigos, aqueles que estão próximos, física e espiritualmente, porque a família de um modo geral voou, feito pássaros saídos do ninho, alguns de forma ingrata e até traiçoeira, mas foi parto sem dor. No entanto os amigos permaneceram aquecendo meu corpo e minha alma. Por isto agradeço o carinho de todos e o seu calor humano em minha vida.
O natal é apenas uma data que me faz lembrar todos os dias que eu devo comemorá-lo não somente dia 25 de dezembro, mas todos os dias da minha vida. Os sonhos? Continuo a alimentá-los como filhotes no ninho, quem sabe um dia os filhos voltem pra perto num alento à minha solidão na alma, mas porque querem o calor do meu amor que transborda agora para os amigos...

Mário Feijó
21.12.19

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

POR POUCO, MUITO POUCO!




POR POUCO, MUITO POUCO!

Foi por pouco, muito pouco
Que em algumas vezes
Eu quase morri
Diante de alguns acidentes

Foi por pouco, muito pouco
Que com apenas dez anos quase
Deixei me levar por desconhecidos
Que me convidaram pra ir pra São Paulo

Foi por pouco, muito pouco
Que muitas vezes deixei de viajar
Pensar um pouco mais em mim
Pensando em como ficariam os “outros”

Foi por pouco, muito pouco
Que eu adiei momentos felizes, viagens
E optei por uma vida pacata
Ficando numa zona de segurança

Agora nada mais importa
Comecei a me amar mais
A pensar primeiro no que me faz bem
Se eu serei ou se eu sou feliz: o tempo vai dizer!

Mário Feijó
03.12.19

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

O QUE BALANÇA VOCÊ?





O QUE BALANÇA VOCÊ?

            A vida é um eterno balanço, joga-nos sempre de um lado para o outro. Algumas vezes optamos por ir e vir, noutras o destino nos joga pra lá e pra cá.
Faz algum tempo que eu não faço mais planos. Não sei se é por este ponto final que ela nos impõe quando vamos ganhando idade e percebendo que temos menos tempo a viver, do que o tempo vivido ou porque ela quer tudo diferente, imprevisível...
Eu sigo vivendo meus dias como se cada um deles fosse o último. Tento amar as pessoas sem perguntar se elas têm amor pra dar, ou se amanhã vão embora da minha vida. Eu penso que viver bem dá exemplo àqueles que exigem demais dela.
Penso ainda que quando vemos: o dia já se foi. Quando nos tocamos: o ano acabou. E a cronologia da vida é cruel: acumulamos idade, rugas e sem sorrisos: rancores.
Hoje na cadeira de balanço da vida: relaxo.
Na vida o desamor, a ingratidão e a falsidade tiram meu chão e eu balanço algumas vezes caindo no chão.
Quero abrir meus olhos e ver o céu, ver as ondas do mar e me deixar balançar feito a gaivota que flana ao sabor do vento. Um vento que sopra diante de uma consciência tranquila do dever cumprido, sem culpas, sem rancor, com amor no peito, amando-me e respeitando-me em primeiro lugar, porque sei que para estar bem com os outros eu preciso estar bem comigo e continuar até o fim minha proposta de bem viver.
Então como diz a música de Martinho da Vila:
“Deixa a vida me levar / vida leva eu / deixa a vida me levar / vida leva eu” e que o vento me balance pra lá e pra cá...
E você? O que te balança?

Mário Feijó
02.12.19


domingo, 1 de dezembro de 2019

MANUAL DA TERCEIRA IDADE



MANUAL DA TERCEIRA IDADE
Mário Feijó
Caros amigos com mais de sessenta anos: pratiquem a idade com responsabilidade. Vejamos alguns itens a serem observados:
1)      Beba com moderação, até porque você já conhece os efeitos e as desfeitas de uma ressaca.
2)      Pratique amor. Não exija demais de você nem das pessoas que estão com você, principalmente se for só uma. Vá de leve, mas se precisar “subir paredes” faça-o, é sempre bom sair da rotina.
3)      Jamais suba em escadas ou telhados: primeiro porque você tá mais perto do céu (vá que Jesus te veja ali e te puxe pra cima); segundo porque existem jovens dispostos a trepar onde você não pode mais: escadas e telhados.
4)      Pratique o sim e o não com vontade. Há filhos dizendo: “mamãe/papai isto você não pode. Fique sentado/deitado: descanse. Nestas horas a gente já sabe que tem a eternidade pela frente, então descanse somente lá, na eternidade. Movimentar-se é saudável, apesar de dolorido, mas tudo dói, não? Então diga não! Diga eu quero!
5)      Dance, balance, cante, vá viajar.  Aumente suas despesas de viagens e reduza-as com os remédios. Remédios só os de uso contínuo, tipo os de pressão. São imprescindíveis.
6)      Acumule menos. Para que você quer mais um imóvel, nestas alturas da vida? (sabe o que acontece com os herdeiros depois, né?). A culpa será sua pelas brigas que advirão no futuro. Para que um carro novo agora? Ande de ônibus (é grátis); use mais os trens; voar é ótimo (assim você já começará a conhecer os céus, poderá até ver suas acomodações nas nuvens e testar suas asas). Voe! Use a imaginação! Voe muito!
7)      Evite ficar sentado demais. Tudo que você come, respira e aspira vai se acumulando e criando uma manta adiposa nos quadris e abdômen (mais conhecida como SAMANTA, falando devagar agora “essa manta de gordura”...).
8)      Faça sexo sempre que puder. Se for com alguém da sua idade, faça com responsabilidade, sem a preocupação de uma gravidez, nem terá que casar às pressas. Mas faça sexo por prazer. Permita-se! Você pode!
9)      Não ouça tanto seus filhos. Melhor, deixe que eles cuidem dos seus próprios filhos. Não foi isto o que você fez? Deixe que eles conheçam o que é o SERASA e o SPC, porque muitas vezes eles não se preocupam em empurrar você pra lá. Pare com esta história de emprestar o cartão e uma folhinha de cheque. Sabe onde isto vai parar, né?
10)  Gaste o seu dinheiro com você, afinal de contas, você trabalhou a vida inteira pra quê? Deixe com que eles aprendam com as dificuldades. Afinal não foi assim que você aprendeu? Criamos os filhos para o mundo e você não irá conseguir protegê-los sempre. Já imaginou quando você estiver ocupando seu lugar numa nuvem? Não vai poder fazer mais nada e ao invés de ficar tranquilo(a) pulando de uma nuvem para a outra lá no céu, vai ter que ficar olhando preocupado(a) para baixo com quem não enxerga nada além do próprio umbigo. Depois não me venha reclamar de labirintite e vertigens... jovens são assim, só criam maturidade depois dos 60. Não é?
11)  Não fale de doenças! Jamais diga “eu conheci alguém que morreu disto”! jamais dê receitas de “remedinhos” caseiros, para isto ou para aquilo. Nem todos são tão bons quanto o bicarbonato de sódio que serve pra tudo... esqueci. Não era pra dar receitas... além de ser chato você pode estas matando alguém. Já pensou em se tornar um “serial killer” na terceira idade?
Assim sendo reflita sobre isto:
- Sorrir cura!
- Ter fé é um santo remédio!
- Ajudar (eu disse AJUDAR, não ser escravo dos outros) faz bem!
- Há uma grande diferença entre ser bom e “bonzinho”.
- Viagem muito! Afinal de contas quando a vida acabar é isto o que você vai fazer no além, viajar pelo universo, então pratique desde já. Você verá que a eternidade não é tão ruim assim!
            Abra um sorriso e enfrente o poder da idade, irá descobrir que tudo dói menos...

Mário R. Feijó
01.12.19

terça-feira, 26 de novembro de 2019

BALANÇOS




BALANÇOS

E de um lado pro outro
A vida me balançou
No colo de ninguém

É o vento que me engana
Ele se faz de alguém que me ama
Ele mente que eram meus pais
Que me embalavam

O vento é mentiroso
Ele me soprou amores
Desde que eu era criança

E agora crescido
O vento me leva pra lá e pra cá
Como se eu estivesse pendurando numa árvore
Balançando de um lado para o outro...

Mário Feijó
26.11.19


quarta-feira, 20 de novembro de 2019

ENSAIO PORNOGRÁFICO





ENSAIO PORNOGRÁFICO

Amanhã, dizem,
Fará 32 graus
Enquanto isto hoje
Nós aqui
Fazemos 69... 70... 71
Buscamos novos ângulos
Para o nosso amor,
11º. pecado,
Na escala de um a dez

Somos perdoados
Porque amar
Nunca foi pecado
E nós não somos mais crianças
Apenas buscamos razões
Para não explicar o amor

Já ouvi dizer
Que o “amor não é
Aquilo que queremos sentir...
E sim o que sentimos
Sem querer...

Mário Feijó
18.11.19

AMAI-VOS UNS AOS OUTROS






AMAI-VOS UNS AOS OUTROS
O amor não é aquilo que queremos sentir...
E sim o que sentimos sem querer...

               

Até Camila, a que tem cheiro e gosto de Pitanga, decidiu amar sem limites.
Estamos vivendo momentos em que as pessoas têm fechando seus braços ao amor, não se enlaçam mais em abraços. São filhos que viram as costas para os pais, que abandonam a família e que vão viver sozinhos em cidades estranhas. Culpa da incompreensão e da falta de amor familiar?
O amor não é mais aquilo que queremos sentir, mas aquilo que sentimos sem querer. Cantou Caetano Veloso em uma música sua “toda forma de amor vale à pena”. Viver só vale à pena se a base de sustentação da vida não for o amor.
O homo sapiens surgiu na África Oriental por volta de 300 mil anos, depois se espalhou para o leste do mediterrâneo e, em torno de 60 a 100 mil anos chegou à China. Mas o que produzimos de tão extraordinário neste período? Os maiores avanços tecnológicos são recentes. Deixamos de viver em cavernas para viver em arranha-céus moderníssimos. O homem começou a perder seu “instinto animal” no pior sentido, para ganhar um instinto mais espiritual, e aqueles que não evoluírem sucumbirão a esta nova era. Estamos despertando para o SER esquecendo o TER, e aqueles que se apegarem ao ter irão sucumbir futuramente. O Ser deixará marcas, enquanto o Ter passará por sofrimentos e se não aprender sucumbirá. Só quem pensa na raça humana continuará a existir (posso estar sendo apocalíptico, mas só o tempo dirá, só o tempo mostrará os novos tempos da raça humana).
Quando pensamos que os dinossauros existiram no Planeta há mais de 230 milhões de anos e que a raça humana civilizada tem pouco mais de 10 mil anos vemos que somos seres recém-evoluídos, vindos de algum lugar do espaço ou gerados a partir das transformações sofridas pelo planeta.
Percebemos que o avanço tecnológico expandiu-se a partir da revolução industrial e mais acentuadamente nos últimos 50 anos: Televisão; telefones celulares; internet; entre outros avanços. Houve um salto no conhecimento, tudo ficou mais perto, falamos com qualquer pessoa em lugares distantes no mundo inteiro. O conhecimento universalizou-se nas redes. Não existe mais assunto proibido ou que as redes não tenham disponibilizado. Ninguém fica mais preso a um relacionamento que não lhe faça bem (pelo menos os ocidentais). Por que será que estamos mudando tanto somente agora?
Quem viver verá...

Mário Feijó
19.11.20

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

PRESENTE E PASSADO SE MISTURAM


PRESENTE E PASSADO SE MISTURAM
Ontem eu viajei! Fui à casa de vovó. Levei meu filho Roberto Nolasco que está prestes a completar cinco anos. A felicidade era mais minha do que dele porque eu me reportei ao tempo de criança quando toda a família se reunia na casa de vó Angelina.
No caminho com as janelas do carro abertas, sentindo o vento batendo no rosto, tinha nas narinas o cheiro do campo, por onde passávamos. Era cheiro de eucalipto misturado ao cheiro de flores, plantadas na região – lavanda. Incrível o perfume! Lembravam-me vovó Angelina, mesmo antes de poder abraçá-la, eu já sentia o cheiro de felicidade que arrepiava minha pele. Voltei ao meu tempo de criança.
As estradas empoeiradas do interior traziam à minha lembrança o frescor da viagem atual misturada ao encanto de encontrar primos, na infância.
Adoro animais domésticos e vovó tinha no quintal galinhas, patos e marrecos. A primeira coisa que perguntei:
- Tem ovos de pata?
Ela me mostrou uma cesta com todo tipo de ovos. Peguei três e já os coloquei para cozinhar. Adoro ovos de pata cozidos. Sinto água na boca só de pensar enquanto os ovos cozinham. Em cima do fogão à lenha havia um bule de barro com café fresco. O cheiro invadia o ambiente. Não resisti e tomei uma xícara.
Na rua eu ouvia Peri a latir. Os patos e as galinhas disputavam espaço para ganhar atenção de Roberto que lhes atirava milho. Era uma festa dos bichos e alegria de meu filho atirando milho para os bichos, ele um ser urbano encantado com a vida rural.
Vovó era só alegria. Vivia solitária no interior e dizia que jamais iria morar num apto. Era ajudada por um caseiro, tipo faz tudo e sua esposa que ajudava vovó com os afazeres domésticos.
No fogão já havia uma carne sendo assada numa panela de ferro, enquanto o feijão cozinhava borbulhando noutra. O arroz estava num canto já totalmente cozido. Na mesa já estava exposta uma salada mista que reunia frutas, legumes e verduras que enchiam os olhos.
Sai para o quintal e comi uma goiaba vermelha e uma bergamota. Adoro frutas colhidas no pé. Roberto veio correndo e pediu:
- Papai, descasca uma pra mim?
Estava um dia agradável, ensolarado, porém fresco. Fiquei ali pensando no passado.
De repente Maria nos chama dizendo que o almoço está pronto. Era tudo tão encantador quanto o ato de estar perto de vovó que sempre me encantava.
Foi assim que passei mais um domingo agradável e reconfortante que só a vida do interior é capaz de nos proporcionar.
De repente vovó senta à mesa e me olha séria perguntando:
- Quem é você?

Mário R. Feijó
24.10.19     

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

BATE PAPO




BATE PAPO

Eu adoro conversar com árvores
Elas são silenciosas, acolhedoras
Nada dizem
Só ouvem nossos lamentos

Lembro do dia em que meu filho
Foi atropelado e morreu
Um flamboyant me acolheu
Secou todas as minhas lágrimas

Vez ou outra ainda nos dão frutos
Embaixo de uma sombra fresca
Eu já me protegi da chuva outro dia
Hoje dizem que atraem raios

Atraem raios porque estão só
Quando eu era criança
Sempre havia uma floresta por perto
Eu brincava de esconde-esconde, e agora?

Mário Feijó
18.10.2019  

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

DESVIVEDOR DE MIM




DESVIVEDOR DE MIM

Eu vivo a costurar minh’alma
É que já morri tantas vezes
A vida me quer professor e aprendiz
Eu continuo a renascer todas as manhãs
E a morrer todas as noites
Em braços que me dão amor...

E descosturo a minh’alma
Para descansar os ossos
A maioria muito quebrados
Osteoporizados desde os tempos que envelheci...

E quando o cão me latiu pela primeira vez
Rasgando minha carne
Seguindo pela vida renasço
Depois de um desviver...

Agora costuro minhas carnes
Com beijos de amor
Costuro amores com dores
Do renascer e do morrer, e sigo
Vestindo vidas, nem todas minhas
Algumas encontrei jogadas
Pelas sarjetas do mundo
Daqueles que sem amor
Pela vida se foram
Sem nunca aprender
A viver e desviver...

Mário Feijó
18.04.12

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

AS DORES QUE PALPITAM NO PEITO





AS DORES QUE PALPITAM NO PEITO


A dor que nos aflige é tão nossa que por mais que você grite ninguém a sente. Podem até percebê-la, mas ninguém a sente.
Todos temos dificuldades e dores particulares é melhor não contá-las porque por mais que pareçam se importar, ninguém sofre por nossas dores.
E quanto mais idade ganhamos mais carentes ficamos, não adianta gemer ou gritar para ganhar mais amor.
No entanto, sofrem calados os viúvos; sofrem calados os solitários; os carentes de amor; os abandonados; os doentes nos hospitais; as meninas de rua; os que sofrem por suas escolhas; os rejeitados; as mães que sozinhas criam seus filhos; as mães que por amor têm que entregá-los a outros porque não podem ou não têm condições de criá-los.
Assim, as dores que palpitam no peito, viram choram silencioso e aprendemos a viver engolindo soluços.


Mário Feijó
07.09.19

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

TEMPOS E TEMPO

Acrílico sobre tela... Mário Feijó

Reciclagem de garrafas... Mário Feijó
TEMPOS E TEMPO

Há tempos de amor
E tempo para refletir
Há tempos de dor
E tempo pra descansar
           
Há tempos de luz
Tempo de sol
E apenas tempo de luar

Há tempos em que eu te quero
E tempos de solidão
Há tempo em que estamos juntos
E outros em que tu vais embora

Há tempos para escrever
Outros apenas para ler
Há tempo em que eu uso as cores
E outros apenas para que eu possa admirar

Mário R. Feijó
03.09.19


quarta-feira, 11 de setembro de 2019

MINHA SANTA IGNORÂNCIA


MINHA SANTA IGNORÂNCIA

Muita coisa em mim mudou, desde que eu descobri que não sou mais jovem, nem criança.
Descobri que posso fazer tudo o que quero, mas nem tudo o que eu quero eu posso. Tenho que obedecer aos limites do meu corpo. Aprendi que eu posso subir numa escada, no entanto se eu cair dela, as consequências deverão ser desastrosas, devido à idade que tenho.
Eu até já me achei muito inteligente, quando era jovem, porém comecei a respeitar minha ¨santa ignorância¨. A maturidade me fez descobrir que há muito a aprender e quanto mais eu aprendo mais descubro que pouco eu sei.
Eu aprendi a calar, diante da sabedoria de outro. A ouvir mais do que falar. A respeitar o outro, mesmo quando o outro pensa é um suprassumo e eu vejo que não o é. Aprendi a ser humilde. A humildade nos traz sabedoria.
Aprendi que o ser humano está doente e eu não devo usar minhas doenças como se fossem um troféu, ou como forma de chamar a atenção dos outros. Aprendi a silenciar no sofrimento porque sempre haverá alguém querendo nos dar um remédio, ou conhecendo alguém que já morreu disto, ou até que ficou aleijado por este motivo. Aprendi que falar de doenças nos torna frágeis, pequenos e a vida está aí, para que lutemos pela sobrevivência, só assim seremos grandes, foi assim desde a nossa concepção.
Eu, ainda, aprendi que meu corpo se fragiliza a cada ano que passa, mas a minha cabeça diz que eu posso, porque eu estou vivo, e dentro dela eu não envelheci. Só envelhece quem fica balançando numa cadeira, num canto qualquer da vida, ouvindo os outros dizerem: “você não pode” e você acha que é inútil. Sempre podemos ser úteis a alguém ou a nós mesmos. Nada como respirar fundo e sentir-se vivo com o sol no rosto ou aproveitando o que a natureza nos proporciona.
Se você tiver condições viaje mais e gaste menos com coisas que só vão se acumular, se não tiver condições leia e viaje da mesma forma. A leitura é uma viagem gratuita, aproveite.
Bendita esta “Santa Ignorância” que me abre para a vida e para aprender que enquanto eu tiver inteligência para aprender com os outros, ou com os livros (e agora também com a internet), viver é uma experiência diária e aprender é infinitamente necessário à nossa evolução.
Eu não lamento a idade que tenho. Estou na idade em que amigos queridos começaram a ir embora. Já sofri com a perda de meus pais. Já sofri com a perda de um filho. Já sofri com a partida de pessoas companheiras da vida. O que mais me resta senão agradecer pela sobrevivência, sem reclamar, enaltecendo o aprendizado que é a VIDA.

Mário R. Feijó
11.09.19