DESVIVEDOR DE MIM
Eu vivo a costurar minh’alma
É que já morri tantas vezes
A vida me quer professor e aprendiz
Eu continuo a renascer todas as manhãs
E a morrer todas as noites
Em braços que me dão amor...
E descosturo a minh’alma
Para descansar os ossos
A maioria muito quebrados
Osteoporizados desde os tempos que envelheci...
E quando o cão me latiu pela primeira vez
Rasgando minha carne
Seguindo pela vida renasço
Depois de um desviver...
Agora costuro minhas carnes
Com beijos de amor
Costuro amores com dores
Do renascer e do morrer, e sigo
Vestindo vidas, nem todas minhas
Algumas encontrei jogadas
Pelas sarjetas do mundo
Daqueles que sem amor
Pela vida se foram
Sem nunca aprender
A viver e desviver...
Mário Feijó
18.04.12
Nenhum comentário:
Postar um comentário