O PEIXE E O CÃO
Algumas vezes eu me perco
Nas desrazões do teu silêncio
Quando penso ouvir os teus “t’amo”
E longe, ouço nas conchas do mar
Apenas a mudez da tua fala
Se fossemos índios
Eu te pediria sinais de fumaça
Mas na era da comunicação
Minhas redes sociais registram: NADA
É o que me tornei com a idade: nada...
Sinto-me um peixe, muitas vezes,
Que só: nada, nada, nada...
Enquanto isto passa a carruagem
E os cães não mordem, apenas ladram
Pelo menos se fosses um cão
Sei que estarias por perto
Porque até os cães vadios
Circulam pela rua, mas depois
Com o rabo entre as pernas voltam pro lar...
Mário Feijó
24.09.14