À FLOR DA PELE
Tudo
é sem razão, porém tudo tem um por que. Assim é o amor. Assim acontece comigo e
acontecerá (ou até já aconteceu com você).
Eu
desconheço tuas razões quando dizes me amar, quando pedes “ame-me e eu te amo”.
Isto é incoerente, visto não parecer racional, tampouco emocional. Seria neura?
Eu
não posso dizer “eu te amarei todos os dias de sol, porque nos dias de chuva
terei medo de te amar”. O amor não depende das condições atmosféricas tampouco
há um tempo para amar.
No
amor perdemos e ganhamos, tudo depende do ponto de vista com que olhemos a
relação. Ninguém sai ileso de uma relação, seja ela de amor ou outro sentimento
qualquer. Geralmente ganhamos quando o assunto é amor. Porém podemos perder se
tivermos medo de amar. Sendo assim posso concluir que não é amor, se o medo for
maior, pois o sentimento predominante será o medo e não o amor.
E
se você diz que me ama, provavelmente tem nutre por mim uma paixão, não um amor
verdadeiro, porque a paixão a gente mede, mas o amor não dá pra medir. Basta assumir
e seguir em frente.
Diz
o ditado que “um amor a gente cura com outro amor”. Eu não acredito nisto.
Nunca consegui curar um amor com outro, mas paixões sim. Uma paixão eu já curei
com outra porque na paixão é o sexo que grita mais alto, então trocamos uma
tesão por outra. E a paixão é algo que fica na pele ou seja “à flor da pele” enquanto
o amor ultrapassa a pele. Ele vai além da epiderme e toca na alma. Por isto o
amor não se explica.
Muitos
amores até podem começar pela paixão, mas diante do medo não há amor que
sobreviva. O medo é uma pedra que jogada sobre o lago saltita, tremula, mas faz
o amor afundar.
Não
podemos viver sem amor. Não podemos ficar sem amar. Não é possível brincar com
a paixão sem com ela se queimar. Portanto permita-se amar. Eu prefiro um dia,
um mês de amor a não ter histórias para contar.
Já
soltei todas as velas do meu barco. Já o coloquei a navegar. Já icei as minhas
âncoras e pus meu barco em alto mar. Para onde ele vai eu não sei. Estou deixando
a brisa do amor me levar. Se você quiser desista agora porque o meu barco não
vai para o cais neste momento voltar...
Mário
Feijó
15.07.13
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