quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

LIBERDADE: ESTOU ME LIBERTANDO





LIBERDADE: ESTOU ME LIBERTANDO DE MIM

Todos nós alguma vez na vida já se sentiu prisioneiro de si. Neste momento eu estou escolhendo me unir a alguém, para me tornar livre.
É muito bom quando a gente descobre na vida que ama intensamente e que também é amado com a mesma intensidade.
Desde adolescente eu nunca me senti assim. Só me sentia tão amado, quando era criança, por minha avó: Felicidade.
É o que eu penso. E já casei algumas vezes, amei intensamente, noutras nem tanto, mas sempre havia algo de egoísta nos amores vividos, vejo isto agora. Tive cinco filhos, tenho nove netos, alguns até criei como se fossem filhos, mas ninguém me ama com a força que eu esperava, e eu me sinto amado agora, não porque sou homem, ou uma coisa, mas porque sou um ser humano. Um ser humano criativo e que inspira orgulho. E por este motivo eu quero registrar que tudo o que eu criei, seja um bem material ou imaterial, como as ideias eu quero deixar pra você: meus quadros, meus livros, minhas artes em geral. Tudo será teu.
Algumas pessoas, ao envelhecerem são interditadas, por filhos, ou outros que se intitulam herdeiros porque jamais entenderão que, o muito ou pouco que construímos, queremos que continue com quem nos dá amor. Já ouvi histórias de pessoas que deixam tudo o que têm para seus gatos ou cachorros. Eu penso que, se fui à luta, tentando construir algo, também posso decidir deixar para quem eu quero. E, neste momento, tudo o que eu tenho por mais simples que seja, quero que fique com você.
E, quando os dias clarearem, como nesta manhã ensolarada de vinte de fevereiro de dois mil e dezenove eu só não posso te dar as estrelas que estão presentes nas noites vividas porque você já é o sol dos meus dias e neles posso até ver as estrelas que tu colocasses em meu olhar.
Eu queria lembrar agora do dia em que nos vimos pela primeira vez. Éramos apenas dois seres humanos perdidos, querendo descobrir o amor. Nunca foi nossa intenção fazer o mal para alguém, estávamos apenas tentando ser felizes. Eu aprendi a ser feliz contigo, embora alguns achassem que estávamos fazendo o mal a elas. Há sempre alguém que acha ser o dono de alguém. Eu era apenas prisioneiro de mim, e muitos assim o são, ou se tornam prisioneiros de outros. Eu estou me libertando de mim, para ser teu, sem me aprisionar a ti, nem quero que sejas meu prisioneiro.
A verdade é que minh’alma encontrou resquícios de mim em ti, porém eu sou um pássaro viajante do tempo, sempre procurando alguém em algum momento desta infinita jornada. O universo é muito grande e há nele uma infinitude que assusta qualquer alma solitária.
Estou neste planeta por um tempo longo demais e ao mesmo tempo tão curto se comparado à Criação.  E, neste lapso de tempo em que aqui estou, não quero perder mais tempo com infelicidades, sejam as minhas ou as dos outros, quero você por perto, olhar nos teus olhos e me sentir seguro. Quero olhar para o reflexo do sol sobre o mar e não ter medo de que a qualquer momento este oceano possa me tragar numa tsunami.
Eu estou me libertando de mim. Estou me entregando a você, da mesma forma que um filhote de pássaro emplumado abre as asas e voa porque eu sei que é em você que mora a minha liberdade.

Mário Rogério Feijó
20.02.19

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA


ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA

Por que depois de tanta dor
Aquela que mais me dói
É a dor do desamor?

É a dor onde você foge
Toda vez que eu te procuro
E fico sem saber por onde
Mas te vejo no mesmo lugar

Você utiliza uma forma estranha de amor
Uma maneira estranha de amar
É onde você não diz nada
Usando a forma de amar de uma pedra

Nestas horas eu me sinto oceano
Sempre a bater na pedra por amor
E você age feito pedra que apanha
Para não dizer que sabe amar

Mário Feijó
11.02.19  

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

PARABÉNS PRA VOCÊ...


PARABÉNS PRA VOCÊ...

Parabéns pra você, nesta data querida! Muitas felicidades... muitos anos de vida...
É assim que eu lembro do meu primeiro aniversário, aos quatro anos de idade.
Minha mãe e minha avó me apresentaram um pequeno bolo redondo, todo branco de glacê, com bolinhas prateadas, não daquelas miudinhas, mas daquelas grandes. Lembro que na época eu pensei “parece um bolo de casamento”. Ficou parecendo pérolas enfeitando uma linda joia. Estava lindo.
Este foi o primeiro aniversário que eu lembro. Se houve outros antes eu não sei, porém a minha felicidade era tão grande que eu lembro como se fosse meu primeiro evento na vida. Eu nunca fui tão feliz quanto naquele dia. Eu tive que soprar as velinhas. Elas eram uma montoeira: quatro.
Depois minha avó (D. Felicidade) perguntou:
- quantos anos você faz, meu filho?
E, eu, risonho e feliz, abri minha mão e mostrei meus quatro anos numa mão cheia de dedos.
Minha mãe corrigiu dobrando um deles pra traz...


Há dois meses eu fiz sessenta e sete anos e nem lembro se estava só ou acompanhado. Com certeza ninguém cantou parabéns para mim. A vida passa e tudo vira uma coisa sem importância, comum.
Os filhos vão embora, constituem família e ficam com vergonha da gente. Os estranhos sentem orgulho em ser nossos amigos. Os filhos, vergonha.
Hoje eu já não tenho mais dedos para mostrar a quantidade de anos e se pudesse talvez as dores articulares me impedissem de dobrar algum deles.
Toquemos a vida cantando ou não “parabéns pra você”. Vagarosamente vamos descobrindo outras músicas que nos alegram e passamos a dançar “conforme a música”...

Mário Feijó
06.02.2019




terça-feira, 29 de janeiro de 2019

COM VOCÊ VEJO ESTRELAS





COM VOCÊ VEJO ESTRELAS

Eu não tenho medo de amar
O que eu tenho mesmo
É medo de te perder

E eu vejo que estou
Perdendo-te no tempo
Porque a vida tem nos desencontrado

Contigo eu queria apenas
Ver a luz do amor
Porque sempre me fazes ver estrelas

Eu queria sempre olhar o céu
E ver com você todas as estrelas
Porque sei que és meu sol

E toda vez que o vento soprar
Eu queria ouvi-lo me dizer
Que o tempo não existe
E que eu vou me encontrar em você

Mário Feijó
28.01.19

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

SONO DE PAZ




SONO DE PAZ

As dores ela já não sentia mais
Porque dentro de seu peito
Havia somente angústias  

Era como se aquela metástase
Que lhe extirpara os seios
Agora corroessem os seus pensamentos

E em desespero ela se agarrava
A toda esperança
Que lhe corriam pelas veias

De repente num susto
Ela percebera que não estava só
Havia braços fraternos ao seu redor
Desta forma pode relaxar e dormir

Mário Feijó
24.01.19

“ESTÁ NA HORA DE PARAR DE SENTIR MEDO”




“ESTÁ NA HORA DE PARAR DE SENTIR MEDO”

É chegada a hora
De parar de sentir medo
E enfrentar tudo aquilo que nos trava

O medo é uma espécie de culpa
Que nos impede de usufruir
De uma possível felicidade
Diante de tudo que é novo

E o novo significa mudança
Porém mudança dói
Dilacera a alma
E nos impede de mergulhar no escuro

O escuro pode ser um abismo
Feito a água que renova
Para viver uma nova vida
Então é chegada a hora: de parar de sentir medo

Mário Feijó
24.01.19

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

AGASALHANDO TEMPESTADES





AGASALHANDO TEMPESTADES

Longe... não muito longe
A tempestade passava
Desta vez silenciosa

Parecia querer fazer surpresas
Rodeou os quatro cantos da rosa
Que era dos ventos

No entanto bem no centro
No lugar onde eu estava
Ela só fazia sombras no céu

A tarde tornou-se gris
E quando a noite chegou
Agasalhou a tempestade
Que em seu colo, sumiu chorosa

Mário Feijó
23.01.19

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

EM SEU OLHAR




EM SEU OLHAR

Seus olhos pareciam
O leito seco de um rio
Não havia uma gota d’água

Agora por ali
Só escorriam tristezas
Mágoas? Eu nem sei se as tinha
Mas dava pra ver lá no fundo uma angústia

E para a vida passar mais rápido
Ela girava feito a lua
Gravitando em torno da terra

Outro dia eu vi
Tempestades lunares em seu olhar
Porém não havia uma gota d’água
Apenas pedras soltas cheias de limo

Mário Feijó
22.01.19

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

COITADAS DAS BRUXAS


COITADAS DAS BRUXAS

É sempre assim
Estou sempre rezando
Pelo bem de alguém
Queria saber se alguém reza por mim?

Outro dia eu soube
Que uma bruxa rogou-me uma praga
Ah! Coitada da bruxa
Caíram-lhe todos os dentes

Chego à casa de minha tia
Que senil diz: “vou orar por você”
Mas até pouco tempo
Bastava eu dar as costas, falava mal de mim

Não importa o que façam
Teço rezas pela bruxa e pela tia
É uma forma do mal não me pegar
Coitadas de suas vassouras...

Mário Feijó
14.01.19

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

DIZEM... NÃO IMPORTA O QUE DIZEM...




DIZEM... NÃO IMPORTA O QUE DIZEM...

Eu queria poder
(Embora parecesse louco)
Chegar à janela e gritar
Até ficar rouco

Era isto o que queria
Neste momento fazer
Colocando pra fora
Todos os demônios

Que me atormentam
Que infernizam minha vida
Causando tanto prejuízo
Ao meu bem viver

Porém sou “normal”
Como todos os anormais
Tenho que ser certinho
Para não ser taxado de marginal

É tarde demais
Já abri a janela
Já gritei para o mundo
Que não posso mais viver sem ti

Mário R. Feijó
02.01.19

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

A CRIANÇA ENVELHECEU






A CRIANÇA ENVELHECEU

Enquanto brincávamos de amor
O tempo passou tão célere
Que eu não vi
Que deixara de ser criança

As ruas ficaram escuras
O meu quarto silencioso
E minha cama fria
A pele enrugada apenas se arrepia

E quando eu procuro
A criança que havia em mim
Vejo meus cabelos encanecidos
E a pele craquelada pelo tempo

E o meu coração já não palpita
Não se mete mais em aventuras
Ele apenas bate calado
E aceita o seu próprio destino

Mário Feijó
25.12.18



terça-feira, 25 de dezembro de 2018

O SENHOR É MEU PASTOR (Inspirado no Salmo 23)




O SENHOR É MEU PASTOR
(Inspirado no Salmo 23)

O Senhor é meu pastor
Na minha vida
Nas minhas ações
Porque eu tenho fé

Por isto nada me faltará
E quem tem fé
Não teme as dificuldades
Porque o Senhor é seu guia

Se por acaso
Eu me perder pelo caminho
O Senhor irá me conduzir à luz

Ele me salvará
E me conduzirá ao vale do amor
E pelo amor eu serei salvo

Mário Feijó
25.12.18

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

A RAZÃO DE TUDO





A RAZÃO DE TUDO

Tudo é tão efêmero
Que não devíamos nos contentar
Com o que nos é palpável
Eu adoro tocar estrelas

Quando o vento soprou
Eu acreditei em suas verdades
E ele foi tão forte
Que me dividiu em metades

Sou metade de mim
Que vive numa metade tua
Porém algumas metades são irreais
E ficamos a nos procurar

Agora eu sou apenas
Uma luz que se extingue em meio à escuridão
Enquanto tateio às cegas
Achar uma razão para tudo no fim do túnel

Mário Feijó
24.12.18



sábado, 22 de dezembro de 2018

VEM DANÇAR COMIGO





VEM DANÇAR COMIGO

Ah se eu pudesse
Agora, neste momento,
Tudo o que eu mais queria
Seria ter você em meus braços

Depois sair pelo salão a bailar
Um, dois, três passos
Colando o meu corpo ao teu
Ao som de uma bela música

Um passo, dois passos
E nossos corpos ficariam
Livres de todos os pesadelos
Que a vida às vezes impõe

Então vem dançar comigo
Um, dois, três
Apenas três passos sonhando,
Voando, como se fossemos pássaros

Mário Feijó
22.12.18

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

DESTINOS




DESTINOS

e na beira do mar
onde os destinos caminhavam
descalços na areia escaldante da praia
a mula cabisbaixa não tinha destino

era impelida a ir para a frente
como todos nós fazemos
quando saímos a caminhar pelo mundo
perseguindo uma meta ou apenas descansando

à frente a vastidão do mar esmeralda
faz com que sonhos fervilhem
dentro da minha cabeça
fazendo-me voar na imensidão

eu sou apenas uma gaivota desgarrada
que não se assusta diante da beleza
seja ela da terra, do ar ou do mar
porque nela eu sinto a harmonia de Deus

Mário Feijó
Aracaju SE... 08.12.18 10hs AM

A SUAVIDADE DE TEUS BEIJOS





A SUAVIDADE DE TEUS BEIJOS

eu tentei de todas as formas
segurar com as mãos o vento
mas ele parecia selvagem
como se fora um corcel alado

e entre meus dentes
eu retive
todos os beijos que
com desejo eu queria te dar

na minha pele ficou
apenas o arrepio
e a excitação do desejo

o vento se foi
comigo ficou o afago
de uma brisa suave
feito teus lábios
quando percorrem meu corpo...

Mário Feijó
08.12.18

ENTRE O PRAZER E A DOR





ENTRE O PRAZER E A DOR

E numa explosão de cores
Você foi saindo de mim
Como se fora um arco-íris
Para se alojar no céu, depois da chuva

Eram lágrimas de felicidade
Que caiam naquele solo seco, infértil
Porque ali era “terra do nada”

Nada se cria
Nada se sonhava
Nada se fazia
Era apenas limiar do pesadelo

E eu quase gritava
Por prazer e por dor
Descobrindo que aquilo não era amor
Era apenas o caminho para um oásis

Mário Feijó
12.12.18

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

COISAS QUE NÃO QUERO PRA MIM





COISAS QUE NÃO QUERO PRA MIM

Eu não quero pra mim
A falta de sonhos
Não quero amigos que traem
Filhos que mentem
Um amor que tudo esconde
Tampouco quero dias de solidão
Cansei das noites de frio
Ou de ficar escutando vendavais

Eu não quero ver rios secos
Água poluída
Dores na alma
Boca seca
Saudade de pessoas que vão embora
Não quero mais a morte de um filho
Não quero sofrer por angústia
Nem quero a falta de abraços

Porque tudo o que eu tenho
São sentimentos de amor
E pessoas que não me compreendem

Eu só queria poder sonhar
E não estou mais acreditando em sonhos
Queria amigos sinceros
Que os filhos não mentissem
Mas todos fazem das mentiras
Um jogo de sobrevivência

E sinto a falta de um amor sincero
Que me oferecesse solidariedade
E tudo o que tenho é fumaça
Nestes dias de solidão
Nas minhas noites frias
Escutando nas janelas
Os vendavais que as açoitam
Porém tudo o que me restou
Foi esta angústia no peito
E uma estrada deserta
Que não sei para onde me leva...

Mário Feijó
28.11.18

domingo, 25 de novembro de 2018

O AMOR É ASSIM: SEM CULPAS, SEM MISTÉRIOS



O AMOR É ASSIM: SEM CULPAS, SEM MISTÉRIOS

Não importa quem
Não importa onde
Não importa se você é homem
Ou a minha mulher
O amor é assim
Cheio de mistérios
Amamos o outro
Sem olhar o sexo

E se somos felizes
Melhor que o sejamos
Intensamente felizes
Melhor fazer amor
Do que atormentar com guerras
Fazer intrigas
Fazer fofocas
E sem contar que fazer amor é bom

Não importa quem seja você
Não importa o que os outros
Pensem de você
Importa sim
Todo o bem que você me faz
E o quão feliz eu sou
Quando estamos um nos braços do outro
E eu sou feliz
Quando moro em você
Quando penso em você
Não me importo mais com os outros...

MÁRIO R. FEIJÓ

25.11.19

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

ELA CONTINUA UMA MENINA




ELA CONTINUA UMA MENINA
(para minha eterna Amiga Juliana W.)

Ah! Juliana
Você, agora mulher
Continua tão linda
Quanto aquela menina
Que foi musa de meu poema
Há mais de trinta anos

Os teus olhos verdes
Não amadureceram
E você se tornou
Uma linda mulher
Que teve lindas filhas
E ao que me parece é muito feliz

Porém acho que não devia
Ser tão magrinha
Mulheres lindas carecem de carnes
E eu se pudesse
Proibir-te-ia de fumar

Espero que você reflita
Sobre o fumo e não deixe nunca
Teus olhos amadurecerem
Porque eles feito uvas verdes
Enganam raposas
(lembra da fábula?)

Pois é! Você é esguia
Feito um parreiral
Tão doce feito uvas maduras
E na memória eu te eternizei
Como aquela menina linda
Que um dia me pediu um poema
Porque já se pensava mulher aos 15 anos

Nesta época eu te via
Como se estivesses numa torre
(Como Rapunzel) tecendo escadas
Com tuas curtas tranças

E você continua menina
A mesma menina do Sr. Leopoldo e D. Mariazinha
Porém está na hora de parar
De jogar fumaça para o ar
Continue jogando somente tuas tranças

Mário Feijó
21.11.18


terça-feira, 30 de outubro de 2018

HÁ UM VÁCUO ENTRE NÓS


HÁ UM VÁCUO ENTRE NÓS

Não deveria existir
Espaço entre pessoas
Que se amam

Porque o vácuo que se forma
Acaba com qualquer romance
E o amor acaba caindo
Dentro de um buraco negro

Então o coração parece sangrar
E as pessoas passam
A viver suas próprias solidões

Não há amor que sobreviva
À necessidade não atendida
De toques na pele
De uma porção de carinho

Mário Feijó
30.10.18

A MINHA SOLIDÃO


A MINHA SOLIDÃO

Você não está só
Porque eu sempre estarei contigo
Mesmo que seja só em pensamentos
Nas minhas orações

É isto o que eu faço
Quando o assunto é filhos
Amigos, irmãos e a pessoa
Que me cativou e tem o meu amor

Saibam que vocês nunca estarão sós
Mesmo nas horas mais difíceis
Seja no escuro do quarto
Ou pelas estradas onde anda

Eu estarei em oração
Pedindo pelo sucesso
Torcendo para que sejam felizes
Mesmo que não seja junto de mim

Mário Feijó
29.10.18

sábado, 27 de outubro de 2018

O QUE EU FAÇO SEM TI?


O QUE EU FAÇO SEM TI?

Eu quero de ti
Algo mais que
A tua disponibilidade
Para estar em minha cama

Eu quero teu companheirismo
Eu quero tua solidariedade
Eu quero tua compreensão
Nas minhas horas mais difíceis

A mim não basta
Uma mensagem copiada da internet
Porque não está escrito nas estrelas
Que tu estás comigo, mesmo sem estar perto

Eu quero saber
Que posso contar contigo
Nos dias tristes e que
Podes me abraçar nas horas mais frias

Então eu te pergunto o que faço
Com as minhas noites de luar?
Com os meus dias de sol
Quando estou sem ti de frente para o mar?

Mário Feijó
27.10.18

SECOS E MOLHADOS


SECOS E MOLHADOS

Compro: sorrisos frouxos
Sorrisos brejeiros
Sorrisos marotos
Feito os risos teus

Compro sorrisos fáceis
Sorrisos de crianças
Parcelo com beijos
Ou pago à vista com abraços

E te entrego compreensão
Mas não me venha com sorrisos amarelos
Tampouco com falsos sorrisos

Porque tudo o que eu preciso
É de um pouco de felicidade
Quero sorrisos soltos em tarde de chuva
E gargalhadas felizes em noites de amor

Mário Feijó
27.10.18

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

SINTO QUE SOU TEU




SINTO QUE SOU TEU

O que será
Que fez com que
Eu me apaixonasse por você?

Teria sido
Esta tua pele morena
Queimada de sol
Ou teu sorriso de criança?

Penso que pode ter sido
O calor dos teus beijos
E teus abraços envolventes

Mas quando vejo os teus olhos
Como se quisessem me devorar
Toda vez que nos encontramos
Eu sinto que não vou resistir: sou teu...

Mário Feijó
26.10.18

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

VENDO OU TROCO


VENDO OU TROCO

Vendo ou troco uma pequena tristeza
Abandonada aqui em casa
Vi que ela não me tem serventia
Porém tem muita gente
Que gosta de fazer uso dela
Para se fazer de “tadinho(a)”
Para fazer chantagem com a família
Ou para não ir à luta

É uma velha tristeza
Que está muito bem conservada
Não foi muito usada
E ninguém diz a idade que tem
Porém também posso trocá-la
Por uma pequena alegria
Tipo: uma noite de luar
Um dia de sol ou até mesmo
Um passeio na beira da praia
Serve ainda uma tarde no campo

Interessados podem fazer contato
Em qualquer um dos meus canais de diálogo
No meu blog, face, whats
É muito fácil, não sou exigente
Para pequenos momentos felizes

Mário Feijó
24.10.18

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

FOI POR VOCÊ


FOI POR VOCÊ


Foi por você
Que eu me transformei em ruas
Estradas calçadas e floridas
Ruas por onde transitava o amor

Foi por você
Que eu vi estrelas
Não somente nas noites
Mas também nos dias em que me enlaçavas

Foi por você
Que eu perdi o medo
Criei esperanças
Esqueci-me da solidão

Foi por você
Que eu pude criar asas
Que eu descobri o amor próprio
E agora já posso voar

Mário Feijó
22.10.18

O BARULHO DO MAR




O BARULHO DO MAR

Eu tive um amor
Que não dizia que me amava
Não tinha cuidados comigo
E nem tempo para me amar

Que me deixava ao vento
Feito folha de papel
Jogada de um lado para o outro

Eu tive um amor
Que não conversava comigo
Porém estava conectado
Em todas as redes, em todo lugar

Então o tempo passou
E eu não estava mais me amando
E também não tinha a quem amar
Só me restou a luz do sol
E o barulho do mar...

Mário Feijó
22.10.18

terça-feira, 16 de outubro de 2018

ATO SOLITÁRIO

ATO SOLITÁRIO

escrever é
um ato tão solitário
que até dentro de mim
muitas vezes me perco
Mário Feijó
16.10.18


PERDIDO NA MULTIDÃO

PERDIDO NA MULTIDÃO
sobre o tampo da mesa
eu vejo refletido o céu
e parte do meu mundo
que está de pernas para o ar
eu, como nunca tive certeza de nada
estou prisioneiro das janelas envidraçadas
no quarto andar de um prédio
quase junto à beira-mar
já caminhei pela orla
respirando o ar ameno
que a primavera proporciona
encontrei muita gente
esbarrando na minha solidão
vi gaivotas, tatuíras, quero-quero e garça
só não me encontrei no meio da multidão
Mário Feijó
16.10.18


domingo, 14 de outubro de 2018

DEPOIS DE TANTO TEMPO

DEPOIS DE TANTO TEMPO

ando meio perdido
colocando em sacos de lixo
trecos que acumulei vida afora
dentro e fora de mim
nem sinto mais meu coração
que não pulsa mais
ouço somente as ondas do mar
que batem ali na praia
nas janelas clama o vento
que me chama em gemidos fracos
enquanto a lua no céu
enche a minha vida de esperanças
saio do marasmo ao romper do dia
quando em cima do mar o sol desponta
então piso na areia fofa
e descubro que ainda estou vivo

Mário Feijó
14.10.18


SONHOS DESBOTADOS

SONHOS DESBOTADOS

ainda hoje eu me peguei
lembrando de ti
das coisas simples que fazíamos
passeando por ruas de Mar del Plata
e à noite indo até o Cassino local
para jogar um pouco nas máquinas e nos divertir
na época eram coisas bobas
mas eu lembro que era feliz
porque tu sempre me fazias sorrir
e eu via a felicidade que sentias
eu não sei quando isto se perdeu
e depois da tua tempestuosa partida
eu percebi que tudo o que tínhamos
era o que me bastaria para alimentar meus sonhos
agora eu já tenho outro alguém
muito diferente de ti
porém não temos tido tempo
para fazer as "coisas bobas" que fazíamos
não passeamos de mãos dadas
como eu e tu fazíamos
e os meus sonhos estão todos desbotados

Mário Feijó
27.09.18


quarta-feira, 19 de setembro de 2018

RETALHOS DA VIDA

RETALHOS DA VIDA


Cada um de nós traz histórias que se entrelaçam. Estamos sempre interagindo com familiares, amigos, conhecidos e até com desconhecidos.
Dia desses encontrei Sônia que me contou a história de David. Ela o descobriu todo sujo à beira do pântano. Queria ter filhos e pensou “este é meu filho”. Levou o menino pra casa. O bebê estava todo sujo de lama tinha uma cara redonda, encantadora. Ela pensou “é parecido comigo”. Quase nem chorava, parecia fraco e faminto. Deu-lhe um banho e foi vendo o “moreninho” desbotar. O menino era branquinho e tinha olhos verdes. Devia ter quatro ou cinco meses apenas. Isto aconteceu há quase sessenta anos. Não havia burocracia e as pessoas davam seus filhos como quem dá um bichinho. Nem precisou ir à polícia registrar o fato. Foi no cartório e registrou o menino como sendo seu. Ela já estava apaixonada pelo bebê. Sentia que sua alma o gerara... O menino chorava com fome, ela o alimentava com mamadeira, mas uma semana depois sentiu algo quente na blusa. Era leite, seu instinto materno fez seu organismo produzi-lo. Agora ninguém mais o tiraria dela. Lágrimas selaram aquele encontro...
Fátima estava quieta num canto, mas lembrou de sua infância pobre e nos contou que seus pais eram pequenos produtores e tudo que tinham tiravam da roça, em seu pequeno sítio. Todo o sustento da casa era obtido naquele pedaço de terra. A mãe preparava todos os alimentos com produtos do quintal. Ela fazia comidas gostosas: café, passava em um coador de pano num bule de barro estrategicamente colocado em cima do fogão à lenha; galinhas haviam no quintal e forneciam ovos e a carne de frango; os porcos forneciam a banha, torresmo, toucinho e, também a carne; tinham Mimosa, uma vaquinha, que dava o leite e que era o xodó de Fátima e dos irmãos. A mãe, prendada, fazia pão de casa, delicioso e quentinho todos os dias, junto com broas e roscas, mas o sonho de Fátima e dos irmãos era comer um daqueles pães que haviam nas padarias da cidade. Hummmm que delícia, comentavam. Fátima falou que comeria um bem grande de uma única vez. O irmão franzino um dia arrumou emprego na cidade e com o primeiro salário comprou vinte pãezinhos. Comeu todos em sua volta para casa, de uma única vez. Contou ele, em segredo, dizendo pra irmã: - eu ia trazer pra todos, mas fui comendo, comendo, comendo e quando vi acabaram.
Todos sonhamos com coisas grandes, porém Fátima e seus irmãos sonhavam com algo tão simples, fácil de ser obtido, tão barato, tão pequeno. Hoje, graças a Deus ela come todos os pãezinhos que quer.
No outro lado da sala estava Larissa (que chegara quando o grupo já estava reunido), toda coquete, falou que tinha um amigo, o qual adorava, mas que ele sofria pelos problemas familiares. Felizmente era casado e estava longe dos irmãos, mas não conseguia ser completamente feliz porque os três irmãos eram viciados. Aline, sua irmã mais nova tinha um bebê que deixava jogado e também o maltratava. Esta é a pior. Os outros eram somente o vicio. Roubavam o que podiam e já estiveram todos envolvidos com a polícia. Maurício era um rapaz com 32 anos; casado; 1,93 cm de altura; cabelos negros, feito noite sem luar; olhos verdes e só não se sentia completamente feliz por causa dos irmãos problemáticos. Falou com Larissa na tentativa de arrumar uma vaga para atendê-los no CAPS de Capão da Canoa.
Luciane, amiga de Larissa, estava deprimida por tantos problemas que via. Sua vida também não era um mar de rosas, ela se sentia deprimida e lutava há anos contra a depressão. Mas o que mais a entristecia era Taylla, uma vizinha, com 43 anos que era um demônio em corpo de mulher. Falou pra Larissa quem sabe arrumamos tratamento também pra esta moça.
A terapeuta Adriana disse: - pode trazer tua amiga. Nós a receberemos. Para amenizar a tarde e o encontro Adriana mostrou fotos de sua família “café com leite” nascida de um relacionamento que já dura trinta e dois anos. Só podia ser mesmo uma família feliz, pois ela é uma pessoa doce e encantadora que recebe seus pupilos como se fossem filhos seus...
São tantas as histórias de vida que o grupo nos trouxe, até que o gato Bolinha, de Maria José chegou bateu com a pata num vaso no centro da sala, derrubando-o no chão, molhando a todos que decidiram ir embora, molhados e respingados de flores, disfarçando as lágrimas...

Mário Feijó e o grupo de Adriana - CAPS
(histórias criadas pelo grupo num trabalho de terapia ocupacional onde sou voluntário. FOTOS: o grupo fazendo arte com material reciclável)

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

VIDA





VIDA (aldravia)

Espelho
Refletida
Todos
Os
Dias
Vida

Mário Feijó
17.09.18

O SHOW ESTÁ TERMINANDO





O SHOW ESTÁ TERMINANDO

                O tempo passa e nós vamos percebendo (e aprendendo) que é difícil viver, ao mesmo tempo descobrindo as delícias do viver.
Viver é como subir em um palco para fazer um show com muito amor e se divertir com o que estamos fazendo. Minha vida foi assim! Minha vida, ainda, é assim!
No entanto a experiência nos mostra que somos flores e toda flor tem seu ciclo de vida, ou seja: ser botão, desabrochar e depois murchar até morrer. Estou me descobrindo a murchar e não há o que fazer contra isto.
Olhando para trás percebo que não notei os outros ciclos, mas este último me fez cair todas as fichas e faço um balanço da minha vida como se estivesse a escrever um testamento, dando adeus. Não há mágoas em meu viver, mas há pesares porque minha vontade seria viver eternamente, porém o menino que mora dentro de mim não faz mais parte do meu corpo. Todos a quem amei se foram. Cada um cuida de sua vida: amigos, filhos, netos, parentes... Alguns partiram com mágoas injustas, outros com amor no coração, todavia todos sem “tempo”.
O que eu gostaria mesmo era de apagar feito vela soprada pelo vento, sabendo que iluminei enquanto havia amor alimentando aquela luz, enquanto havia vigor. Minha luz se apaga e não há o que fazer. O coração não é mais o mesmo. Os pulmões mal processam o ar necessário ao meu corpo. A coluna mal me sustenta, ou então reclama as dores deste corpo cansado. Sinto que estou indo embora... talvez não seja hoje ou amanhã, mas não tenho mais tanto tempo para construir rancores, mágoas ou sentimentos pequenos. Tenho lucidez, levo comigo só o que me sobra de amor.
Um dia quem sabe eu possa ser uma estrela na vida dos que me amaram. Não vale a pena chorar por mim, agora ou amanhã. Deixei meus sinais de amor por onde eu passei. Quem não viu é porque tinha seu olhar voltado para o outro lado, para outras coisas, ou para outras pessoas. Não lamento, portanto não lamente também.
Este é só um momento de reflexão para mim ou para você. Não veja este texto como algo depressivo, mas como um despertar. Há tempo para modificar tudo, basta que queiramos. Tudo é possível, basta querer.
Eu me reinvento a cada dia e quem sabe depois desta reflexão eu possa ressurgir das cinzas, das minhas próprias cinzas e viver mais alguns anos. Eu não gostaria de viver muito tempo, arrastando os pés, dando trabalho aos outros. Neste momento a única coisa que eu gostaria era ter alguém que me abraçasse e que me cuidasse. Estou cansado de cuidar dos outros. Estou sendo egoísta agora. Quero que cuidem de mim. Preciso de um pouquinho de amor. Estou baixando as cortinas... meu show já acabou.

Mário Rogério Feijó
17.09.18

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

MERGULHO NO AMOR


MERGULHO NO AMOR

Diante do amor
Fico no alto da montanha
Apreciando o vale:
Sou um condor avaliando possibilidades

Algumas vezes o amor é assim
Ele nos mostra alternativas
Porque não dá para simplesmente
Abrir as asas e mergulhar de cabeça

Porém quando o amor acontece
Quando existe confiança
Solidariedade, companheirismo
Vale à pena ir fundo, mergulhar
E deixar o amor invadir você

É nestas horas
Que eu abro minhas asas
Apreciar a paisagem
E pulo da montanha sem sustos
Feito um condor que ganha a liberdade...

Mário Feijó
12.09.18