TESTAMENTO DE UM
AMOR MORIBUNDO
(Para ser lido
antes que ele morra)
Eu bem
sei que esta é apenas uma data que acabou virando um momento comercial para o
mercado vender mais. No entanto, eu gosto dela, por saber que tenho alguém para
amar, e que mesmo distante é alguém que está na minha vida para me lembrar de
que eu existo e que ainda estou vivo.
Tenho plena consciência de que somos dois. Dois iguais e
tão diferentes.
Eu penso
que você entrou muito tarde na minha vida, mas antes tarde do que nunca. E se
tivesse entrado antes, minha vida seria outra, não como é agora, com filhos,
netos e ex-amores, uns tão queridos outros idos para sempre. Eu não os teria
vivido tão intensamente. Cada qual com sua característica própria. Penso que me
aprimorei para ter você e para ser teu namorado, embora perceba que você ainda
não aprendeu a ser o meu.
A vida é
muito rápida e um amor nos ensina a ser melhores. Não é o dinheiro que nos
molda, mas sentimentos sinceros. Viver esperando o melhor momento pode acabar
com a magia deste amor (que me parece moribundo, por isto este testamento). Logo
este amor que começou como uma grandiosa maratona e que agora esta se
apequenando.
Não deixe
o tempo passar para falar de amor. Não deixe a oportunidade passar para
descobrir o quão importante é este amor que você dizia ser o ideal, descobriu,
viveu intensamente e agora se acomoda sem nem ao menos mostrar o quão importante
somos na vida um do outro.
Eu já
pedi socorro, meus braços cansam-se se debatendo e penso que se realmente ainda
sou importante pra você salve-o, salve-me da solidão, salve-se de correr atrás do
“nada”. Quase joguei a toalha desistindo de tudo e hoje ressuscito-o neste
testamento, para que o amor não morra, que ele sobreviva à rotina pela
sobrevivência e à distância.
Neste dia
dos namorados eu te convido para aportar comigo nesta “ilha deserta” metafórica
e que nela possamos olhar mais um para o outro e menos para um futuro que a
Deus pertence enquanto ainda estamos vivos, saudáveis e nos amamos. Não deixemos
que nosso amor morra por falta de atenção, como tantos outros já morreram, para
que não lamentemos quando um de nós por qualquer motivo venha a dizer: adeus!
Infelizmente
a única coisa valiosa que eu te deixarei, se acaso me disseres adeus, é este
amor que vai sobreviver dentro de mim, como os outros que eu já vivi.
Mário
Feijó
12.06.18