terça-feira, 29 de maio de 2018

GOTAS




GOTAS

Eu bebi
Gotas do teu sangue
Não lembro se
No café da manhã ou
Quando tinha delírios febris
No jantar da noite anterior

Eram gotas doces
Com gosto de frutas frescas
Colhidas nos pés descalços
Nos calos dos teus pés

Doeu em ti
Cada gota
Sugadas à exaustão
Num inverno suarento

Os dias eram tão claros
Despidos estavam de nuvens
Sopradas a todo momento
Pela gigante boca do vento

Mário Feijó
29.05.18


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