terça-feira, 12 de junho de 2018

TESTAMENTO DE UM AMOR MORIBUNDO (Para ser lido antes que ele morra)





TESTAMENTO DE UM AMOR MORIBUNDO
(Para ser lido antes que ele morra)

Eu bem sei que esta é apenas uma data que acabou virando um momento comercial para o mercado vender mais. No entanto, eu gosto dela, por saber que tenho alguém para amar, e que mesmo distante é alguém que está na minha vida para me lembrar de que eu existo e que ainda estou vivo.
Tenho plena consciência de que somos dois. Dois iguais e tão diferentes.
Eu penso que você entrou muito tarde na minha vida, mas antes tarde do que nunca. E se tivesse entrado antes, minha vida seria outra, não como é agora, com filhos, netos e ex-amores, uns tão queridos outros idos para sempre. Eu não os teria vivido tão intensamente. Cada qual com sua característica própria. Penso que me aprimorei para ter você e para ser teu namorado, embora perceba que você ainda não aprendeu a ser o meu.
A vida é muito rápida e um amor nos ensina a ser melhores. Não é o dinheiro que nos molda, mas sentimentos sinceros. Viver esperando o melhor momento pode acabar com a magia deste amor (que me parece moribundo, por isto este testamento). Logo este amor que começou como uma grandiosa maratona e que agora esta se apequenando.
Não deixe o tempo passar para falar de amor. Não deixe a oportunidade passar para descobrir o quão importante é este amor que você dizia ser o ideal, descobriu, viveu intensamente e agora se acomoda sem nem ao menos mostrar o quão importante somos na vida um do outro.
Eu já pedi socorro, meus braços cansam-se se debatendo e penso que se realmente ainda sou importante pra você salve-o, salve-me da solidão, salve-se de correr atrás do “nada”. Quase joguei a toalha desistindo de tudo e hoje ressuscito-o neste testamento, para que o amor não morra, que ele sobreviva à rotina pela sobrevivência e à distância.
Neste dia dos namorados eu te convido para aportar comigo nesta “ilha deserta” metafórica e que nela possamos olhar mais um para o outro e menos para um futuro que a Deus pertence enquanto ainda estamos vivos, saudáveis e nos amamos. Não deixemos que nosso amor morra por falta de atenção, como tantos outros já morreram, para que não lamentemos quando um de nós por qualquer motivo venha a dizer: adeus!
Infelizmente a única coisa valiosa que eu te deixarei, se acaso me disseres adeus, é este amor que vai sobreviver dentro de mim, como os outros que eu já vivi.

Mário Feijó
12.06.18    

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