A ENXURRADA
“Restou a nós ficar olhando o
vale arrasado. A chuva destruiu nossas plantações, levou toda a criação de
animais domésticos, inclusive as duas vaquinhas que tínhamos”.
Este foi o relato da mulher, ao
repórter que a entrevistava, no mês de junho passado, numa cidade do interior
do Rio Grande do Sul, próximo ao Rio Uruguai, no sul do estado.
O casal desolado estava no alto
do morro apreciando o volume das águas que não parava de subir. A mulher estava
grávida havia sete meses, e no colo tinha mais um menino com pouco mais de um
ano. Eram felizes, afirmara.
Simples, porém felizes e agora
estavam desolados porque a única coisa que lhes restara foi a terra. Não sabiam
o que fazer para recomeçar. Teriam que esperar as águas baixarem. Quase dois
dias depois, o volume dos rios no Estado começou a baixar.
Quinze dias depois o volume dos
rios no Estado começou a ficar normal. Houve lugares onde a água subiu 11 metros
acima do normal. A comunidade empobrecida, das zonas rurais, começou a receber
ajuda de outros municípios e até de outros estados. O poder público prometeu e
não cumpriu, nem a ajuda de 2015. Agora em julho de 2017 começou a enviar uma
parcela de recursos aos municípios em estado de calamidade pública.
As famílias recebiam ajuda de
parentes e amigos e os que perderam suas casas estavam alojados no salão
paroquial, algumas outras no ginásio coberto das escolas. Tudo muito precário.
O estado do Rio Grande do Sul
está com as finanças falidas, o país diante da crise política dos últimos
tempos vive situação semelhante. Tudo se torna difícil e caótico. No entanto o
povo brasileiro e bravo e vai à luta. Geralmente quando a ajuda chega o
problema já está quase resolvido. No entanto diante de tamanho caos uma perda
como esta leva muitos anos para que as famílias se recuperem. Muitos acreditam
piamente em tudo e esperam a ajuda divina para resolver seus problemas. Todavia
Deus nem sempre está disponível para resolver todos os problemas que o próprio povo
causa ao planeta, como: poluição e desmatamento e muitos dos desastres naturais
são em consequência do descaso da humanidade. Vamos acreditar que podemos mudar
isto e não esperar somente soluções vindas do poder público ou da ajuda divina.
Educação é o caminho. Nossa
ação a solução. Vamos à luta e vencer esta batalha. Outros povos conseguem, nós
conseguiremos. É nisto que eu acredito. É nisto que espero que as pessoas
comecem a acreditar. Só assim as mudanças acontecerão e podemos todos ter uma
vida com qualidade. O resto se Deus der é lucro!
Mário Feijó
10.07.17
P.S. Trabalho executado na
Oficina Literária Itinerante “Mário Feijó”
(usar a imagem como referência na criação de um texto)
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