sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

PEDRA QUE SANGRA

 


PEDRA QUE SANGRA

 

Foi de dentro de uma pedra

Que eu vi brotar sangue

Era dor que nela havia

Era amor que dela transbordara

 

Caído na estrada

Ficou um corpo estendido

Enquanto a pedra sangrava

Porém não havia mais dores

 

Os amores haviam sumido

Feito água da chuva

No asfalto quente: evaporara

 

A pedra guardara em si

Todas as lembranças daqueles amores

Que a água da chuva acabara de lavar

 

Mário Feijó

11.12.20

Nenhum comentário: