terça-feira, 11 de janeiro de 2011

DOCES TEMPOS (no décimo dia)


Mulher nota 10...
Dizem que quando alguém é o máximo
Então este alguém é dez
Hoje é dia dez, no primeiro mês do ano...

Muitos acham que dez é pouco
Dez dezenas é cem
Dez centenas mil
Parece que nos dias de hoje o dez inflacionou...

Na cidade onde estou
O calor é insuportável
À noite apesar de tudo
É um pouco mais agradável...

A única coisa que me deixa triste
É a dor da saudade que eu terei
Sempre das pessoas que amo
E que por opção hoje não me amam mais...

Mário Feijó
___________________________
10.01.11

É DEZ!

Mulher nota 10...
Dizem que quando alguém é o máximo
Então este alguém é dez
Hoje é dia dez, no primeiro mês do ano...

Muitos acham que dez é pouco
Dez dezenas é cem
Dez centenas mil
Parece que nos dias de hoje o dez inflacionou...

Na cidade onde estou
O calor é insuportável
À noite apesar de tudo
É um pouco mais agradável...

A única coisa que me deixa triste
É a dor da saudade que eu terei
Sempre das pessoas que amo
E que por opção hoje não me amam mais...

MÁRIO FEIJÓ
___________________________
10.01.11

domingo, 9 de janeiro de 2011

NÚMERO PERFEITO


Nono dia
Noves fora
Número perfeito
Nove meses e você nasceu...

E nesses nove dias do ano
Muitas emoções já aconteceram
Tenho saudade, tive medo
Todo túnel tem uma luz que se apaga...

Acho que há em meus dias
Uma gestação de esperas
Concepções de amores abortados
Alguns o futuro dará luz...

Quero calor humano
Quero beijos molhados
Quero liberdade aos sonhos
Quero um abraço apertado...

Mário Feijó
09.01.11  

EU TE GUARDEI



Eu te guardei no cofre
Que chamaram de coração...

No meu só guardo quem eu quero
Quem não me quer
Deixo escorrer no meu suor...

Então veio a chuva
E levou tudo embora
Apagaram-se as imagens
Sobraram somente ingratidão e desprezo
O que eu faço para te reter?

A solução foi
Tatuar você na minha memória...

Mário Feijó
09.01.11

SOMOS TODOS





Somos todos
        Páginas abertas ao vento
Que o tempo
        Não consegue calar
Então vem um poeta
        E nos lê...

Mário Feijó
09.01.11

sábado, 8 de janeiro de 2011

OI (NO OITAVO DIA...)


Oi... tavo dia do ano!
Estamos todos esperançosos
De que o ano seja melhor
Sempre melhor que o ano anterior...

Oi! Estamos esperando borboletas
A saudar nosso jardim
Trazendo boas novas para o ano
Muita alegria e paz, pra você e pra mim...

Enquanto isto converso com as nuvens no céu
São anjos galopando alazões
Imagens que minha mente forma
Outras que me induzem o pensamento...

Oi, oi, oi! Quero você todos os dias
O meu corpo não se sacia
Somente com as minhas mãos
Quer as tuas nas minha e na minha pele...

Mário Feijó
08.01.11

CERTO OU ERRADO?




Todos os ossos
        Do ofício
Hoje estão macerados
        Foi o que restou deste holocausto

Onde procurar?
        Só achei almas aflitas
        E ossos
Os corpos foram queimados
        Não deixam rastros
        Nem acusam os covardes...

Alguns ainda sobraram
Escondidos nos porões e sótãos
Daqueles que não concordavam...
Hoje resta na pele e na alma
Apenas números...

Certo ou errado?
Tudo é sempre relativo
Na cabeça de um louco
E daqueles que detêm o poder...

Mário Feijó
08.01.11

O SILÊNCIO







                          O


S
  I
   L                    A      
     Ê              P L U M A
       N  O         I         R...
         C        C
            I   S
       FEITO
         


O silêncio oscila feito pluma no ar
              eNquaNto minh’alma
                    se debate deNtro de mim...


Mário Feijó
08.01.11

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

INSENSÍVEL







Ela vai embora porque diz que:
                Eu não sinto nada

As crianças pobres morrem doentes e de fome e você diz que:
                Eu não sinto nada

O carro passa veloz, vento batendo, chuva molhando e:
                Eu não sinto nada?

Corte no pé, pontos na mão
                Um corpo caído na estrada
                Inerte no chão e você diz que:
                Eu não sinto nada!

Nem a água gelada
Nem o sol escaldante
Nem a testa cortada
Nada, nada, nada
                E você continua dizendo que:
                Eu não sinto nada!

Quem mora neste corpo sou eu
Aqui dentro tem uma alma
Eu sinto frio, sinto fome, sinto amor
Mas isto pra você parece ser nada...

Mário Feijó
07.01.11

E NO SÉTIMO?





No sétimo dia
O mistério que envolve o número se desvenda
É o sétimo céu!
Sete dias da semana...

Tudo é magia
Místico, mágico, doce
E eu me entrego
Feito o mar que se entrega ao luar devasso...

Quero sentir o teu corpo no meu
Quero sentir o calor que tu tens
O arrepio que me causas
E entregar o meu corpo ao teu...

Devasso eu? Não!
É a luz do luar
Eu sou apenas o encontro
Do mar e do rio...

Mário Feijó
07.01.11

QUEM TEM MEDO DE MIM?



Era para ser tudo sério
Tão sério como o é a vida
E eu me entreguei a você
Por amor! Por Paixão! Por tesão!

É pouco? Quer mais?
Só que você brincou comigo
Brincou com meus sentimentos
E meu trem descarrilou...

É pouco? Quer mais?
Tive que recomeçar do zero
Mas quem tem medo de viver?
Este morre mais cedo!

Mário Feijó
07.01.11

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

TODOS OS DIAS (poesia cubista)



TODOS OS DIAS


T
 O
  D
   O
    S

 O
S

   D
    I
     A
      S

AMANHÃ OS DIAS QUE SE FORAM SERÃO PASSADO

T
  O
   D
    O

       P
        A
         S
          S
           A
             D
              O

É ÁGUA QUE NÃO MOVE MOINHOS

Mário Feijó
06.01.11.

GRANDES AMORES



Eu já tive alguns amores
Uns veio a vida e os levou
Outros foram morrendo com o tempo
E houve os que ficaram a me amaldiçoar...

Não foram muitos nem poucos
Foram amores na medida certa
Alguns até vestiram-se de filhos
Outros nem lembro mais quem foram....

Deram-me doses de carinho
Pequenas capsulas que eu
Chamei de capsulas de felicidade
Levaram muito de mim
E de si deixaram quase nada...

Hoje eu sou uma síntese
De tudo que já vivi e recebi
Mas de mim sobrou muito pouco
Penso que o que eu tinha de bom
Os meus grandes amores levaram...

Mário Feijó
06.01.11

E NO SEXTO? QUE CESTO?


E no cesto coloquei a esperança
Não somente a partir do sexto dia
Mas de todos os dias que virão
Daqui pra frente neste e noutros anos...

Quero alegria em meu coração
Porque meus lábios estão enrijecendo
Com a falta de alegria
Com a ausência de sorrisos...

Quero não precisar contar
Não ficar ansioso pelas ausências
Pelas incompreensões e pela falta
Que as borboletas estão fazendo no meu jardim...

Acho que fiz escolhas
Que desagradaram pessoas
Que queriam matar o menino
Que ainda mora dentro de mim
E que neste momento sofre por suas perdas...

Mário Feijó
06.01.11

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

E NO QUINTO... (Todos os dias...)


E no quinto dia
Quase mandei tudo pro inferno
Na tentativa de ser feliz
Mas ser feliz é apenas uma decisão...

Nem sempre estamos disponíveis
Para perdoar o tempo, a lua, o sol
Quanto mais perdoar pessoas!
Mas paciência também come-se fria...

Existe um ditado que diz
Que a vingança é um prato
Que se come frio! E paciência?
Se você não se mantiver “frio”
Nunca a conhecerá...

Com pessoas resolvi ter paciência
Embora muitos digam que não
Só eu sei que engulo sapos-bois
Pelo tamanho nunca sei se é um ou outro...

Que no cesto
Eu encontre esperança!

Mário Feijó
05.01.11

CORRENDO RISCOS


A morte é um risco constante
Mesmo antes de nascer!
Esquecemos que um dia
Ela será o destino de todos...

Mas não se pode
Brincar com a vida!
Não existe dor maior
Que a da separação pela morte...

“Pior que um filho morto
É conviver com um
Que quer morrer”(*)
E só quem passou por isto
Um dia irá entender...

Corre-se todos os riscos
Ao experimentar a vida
E viver é uma experiência eletrizante
Deixemos a morte como ponto de partida

Ou quem sabe até mesmo de chegada!
Enquanto isto corra todos os riscos
Inebrie-se com a vida...

Mário Feijó
05.01.11

(*) Frase citada no filme MAR ADENTRO, com Javier Barden.


terça-feira, 4 de janeiro de 2011

PAIS E FILHOS: FASES


Dos primeiros meses
Aos cinco anos:
Eles de nós precisam...

Dos cinco aos dez anos
Eles não vivem sem nós...
Dos dez aos dezoito
Eles nos amam (longe deles)...

Dos dezoito aos quarenta
Eles odeiam estes pais castradores!
Dos quarenta aos sessenta
Os pais voltam a ser o máximo...

Nesta fase eles perdoam os pais
Porque os filhos fazem com eles
O que eles fizeram conosco...

Dos sessenta pra frente
Se os pais ainda estão vivos
Tornam-se nossos parceiros
Não somos mais alienígenas:
Pais e filhos são da mesma “tribo”...

Com raríssimas exceções
Estas são as fases pelas quais
Passam Pais e filhos e só
A partir dos sessenta passamos
A entender o que é perdoar...

Mário Feijó
04.01.11

E NO QUARTO?



Ah! No quarto dia
Ventos velozes singravam no mar!
Caravelas nas nuvens iam
De norte a sul.

E no quarto os dois
Cavalgavam até ver estrelas
Tudo rodopiava, céu e chão!
Não se sabia se voavam ou flanavam...

A luz rasgava a retina
Acostumada à escuridão
Agora corpos expostos
Descobriam-se no cume de um gozo...

Depois do trovão
Apenas raios caiam
Feito fogos de artificio
Que explodiram na virada do ano...

Mário Feijó
04.01.11

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A MADRUGADA FOI ÓTIMA



Outro dia eu vi
A boca do vento
Atracada aos beijos
Com a boca da noite...

Não sei o que deu nele
Tampouco a cabeça dela
Em envolver-se neste turbilhão?
Emoções é que não faltaram...

Um céu de estrelas
Formou o véu dela
Enquanto a cabeça dele
Aflita turbinava...

E as ondas do mar
Quase em cascata
Formavam pregas
Na cauda do vestido...

Se foram felizes
Eu não sei
Mas posso te dizer
Que a madrugada foi ótima...

Mário Feijó
03.01.11

NO TERCEIRO DIA



... E no terceiro dia
Ele não subiu aos céus
Nem sentou-se à direita do Pai

Enfrentou o trânsito na 101
E ficou por horas
Esperando para chegar em casa

Além do mais não aproveitou a praia
O dia estava chuvoso e ventou muito
Sendo assim não havia outra alternativa
Senão àquela de ir embora...


Mário Feijó
03.01.11

QUERO


Quero contar estrelas
Não somente as que vejo no céu
Mas as que proporcionas
Quando me tocas, abraças ou beijas

Quero poder perder o chão
Quando tateio no escuro
À tua procura e te descubro
Sempre tão perto de mim...

Quero poder voar
Tão rápido quanto um colibri
Quando estou pensando em ti
E quando lembro do gosto bom de teus beijos...

Quero ser feliz
Como nunca fui
Pés descalços no chão
E cabeça lá nas nuvens...

Mário Feijó
03.01.11

domingo, 2 de janeiro de 2011

QUEM CUIDA?





São apenas dois dias
Mas o tempo fere
A carne do ano
Que ontem nasceu

E nós? Você e eu?
O que fazemos com o planeta?
Preservamos? Cuidamos?

Ontem na praia eu vi
Tanto lixo jogado!
Não diziam que o homem
É um ser civilizado?

Parecem ratos no esgoto
Consumindo tudo
Retirando areia das dunas
Porque fica mais barato construir...

Amanhã quando o prédio cair
Não vai mais importar
Porque o que realmente importa
É o dinheiro no bolso...


Mário Feijó
02.01.11

sábado, 1 de janeiro de 2011

TERREMOTOS








Dizem que passado o terremoto de Lisboa (1755), O Rei perguntou ao General o que se havia de fazer. Ele respondeu ao Rei:
 'Sepultar OS mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos'. 
Muitas vezes temos em nossa vida 'terremotos' avassaladores, O que fazer? Exatamente o que disse o General:
'Sepultar OS mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos '.
E o que isso quer dizer para a nossa vida?
Sepultar os mortos significa que não adianta ficar reclamando e chorando o passado. É preciso 'sepultar' o passado. Colocá-lo debaixo da terra. Isso significa  olhar para frente e seguir, não importando o quanto DOA.
Cuidar dos vivos significa que, depois de enterrar o passado, em seguida temos que cuidar do presente. Cuidar do que ficou vivo. Cuidar do que sobrou. Cuidar do que realmente existe e é importante. Fazer o que tiver que ser feito para salvar o que restou do terremoto. Fechar os portos significa não deixar as 'portas' abertas para novos problemas, aprenda com eles, extraia o que de melhor ficou. Afinal nada é fácil e de graça nesta vida. Concentre-se na reconstrução, no novo, mantendo sua FÉ inabalável.
Quando você enfrentar um terremoto, não se esqueça:
Enterre os mortos, cuide dos vivos e feche os portos. 

Portanto: Vida nova e seja muito feliz em mais um ano de vida...

TEMPO DE CONTAR ESTRELAS




Há sempre um tempo
Para os sonhos de amor
Outros para a maturidade
E outros para os sonhos espirituais...

Há épocas na vida
Que lutamos para sobreviver
E consequentemente para adquirir
Deixamos de ser para ter...

Aprende-se e aos nos libertarmos
De tudo o que é supérfluo
Passamos a ser melhores pra nós
Porque não ficamos mais à mercê das cobranças...

O que vale é o nosso próprio julgamento
Fazemos escolhas qualitativas
Deixamos de contar dinheiro
Para ver a natureza e contar estrelas...


Mário Feijó
01.01.11