segunda-feira, 1 de setembro de 2014

FILHOS DO MUNDO



FILHOS DO MUNDO

Algumas vezes eu fico imaginando
Quem sofrerá depois que eu partir
Não vejo dor, nem tampouco lágrimas
Nos olhos de alguém, fico feliz

Sinto que alguns nos preferem longe
Pensam que foram concebidos
Talvez pelo Espírito Santo e o meu coração
Não mais sangra diante da indiferença

Estou aprendendo a lidar com a rejeição
Apesar de não ter desejado uma dúzia de filhos
Os que tive amo igualmente

Alguns netos tornaram-se filhos
Substituindo aqueles que eu não pude
Dar amor o bastante e não me compreenderam
Eu torço pela felicidade deles: são filhos do mundo...

Mário Feijó
29.08.14

sábado, 30 de agosto de 2014

ANJO TRAVESSO



ANJO TRAVESSO
                            
A vida tinha me feito
Decidir não amar
A mais ninguém
Mas eu confesso
Que não resisti a você
Que não resisti à tua cara
De anjo travesso
Teu sorriso de hortelã
Teus beijos de jabuticaba madura
Estalando na minha boca
E me perco em pecados e arrepios
Quando toco teu corpo
Como se tivéssemos apenas 15 anos
Descobrindo novas formas de amar
E quando bates tuas asas
Vindo ao meu encontro
Eu tenho certeza que és anjo
E me deito aos teus pés...

Mário Feijó
30.08.14

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

LIÇÕES DE VIDA

LIÇÕES DE VIDA

        Passamos a vida inteira aprendendo com nossos erros.
- Feliz daquele que tira lições de tudo! Disse Maria.
- Há os que não se curvam diante das dificuldades, disse Roberto à Maria.
Eles falavam de um texto de Cora Coralina que dizia “feliz daquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.
- Há muita gente que não aprende nunca, disse Maria.
- E há os que não praticam o que aprendem, falou Roberto.
- A vida sempre nos ensina lições e a convivência, uns com os outros, já é um aprendizado sem fim, disse Maria, a mais recatada entre os alunos de Guilherme.
Guilherme era um professor jovem que lecionava à noite para um grupo de terceira idade que tinha muito pouco estudo e que resolvera voltar a estudar, depois de terem criado seus filhos. Alguns de seus alunos já eram até avós. Portanto, ele também aprendia com eles as lições da vida, enquanto ensina a educação formal.
Guilherme era um poeta por natureza e gostava de aplicar poemas às lições dos alunos. Ele achava poética esta convivência onde um jovem de 22 anos ensinava pessoas com mais de 40, 50 e até 60 anos.
- Cora Coralina é uma lição a todos nós. Mesmo com pouco estudo publicou seus primeiros trabalhos depois de viúva e com mais de 60 anos, disse ele como um incentivo à sua turma.
- Eu me sinto privilegiado nesta nossa convivência e volto sempre para casa com uma novidade depois das nossas aulas. É uma lição de vida e de amor o que tiro e ouço de todos vocês, por isto agradeço também a oportunidade do aprendizado.


Mário Feijó
28.08.14

OPORTUNIDADES NÃO SE REPETEM



OPORTUNIDADES NÃO SE REPETEM

As uvas estão verdes
Dizia a raposa despeitada
Por não poder alcançá-las

Eu não estou despeitado
Minhas uvas estão maduras
E eu as tenho saboreado uma a uma

Não desperdiço oportunidades
Aprendi com a vida a fazer escolhas
Pois cavalo encilhado
Não passa duas vezes

Eu galopo o vento
E vou às estrelas
Seja em sonhos ou
Nas oportunidades que tenho...

Mário Feijó
28.08.14

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O MEU DESEJO



O MEU DESEJO

Peço mais vida, mais amor
Mais pessoas de bem, mais coragem
Mais respeito à natureza
Mais sinceridade à vida.

Que nunca me falte calma
Que nunca me falte a alma
Que eu sempre deixe um pouco de mim
E me preencha com um pouco de tudo.

Que a calmaria faça morada em mim
Que vingança nenhuma me perturbe
E mal nenhum abale meu riso.

Que eu saiba lidar com o veneno dos infelizes
e com as flechas dos julgadores
Que eu nunca esqueça quão abençoada e rara é a vida
Que eu nunca esqueça de orar agradecendo a vida

Para que exista mais arte, mais dança
Mais poesia, mais amor e mais calma
Que nunca me falte nada disto
E que a fé sempre transborde esperança

Luiza Nunes Pires Feijó
Mário Feijó

P.S. Este foi um texto que minha filha Luiza publicou em sua página no facebook e que eu transformei num poema.