TEMPO DE PLANTAR SONHOS

TEMPO DE PLANTAR SONHOS

Todos os dias eu semeio e rego

Novos sonhos que cultivo

Alguns morreram com o dia que passou

Outros foram devorados por pássaros

Que teimam em rodear meus pensamentos

Eu não desisto de plantar novos sonhos

Afinal o universo tem milhões de anos

E eu sou nele apenas uma célula irrequieta

Com alguns poucos anos de vida!

Há muito tempo para a eternidade

É nela que levarei meus sonhos

É nela que cultivo o meu ser

Porque desta passagem eu só levarei o que plantei

Todos os dias eu me renovo

Renasço das cinzas

Levanto, sacudo a poeira

E dou a volta por cima...

Mário Feijó

21.01.14

SORRISO DISCRETO

SORRISO DISCRETO

É sempre tão comovente

Ver tuas lágrimas em profusão

Mas eu prefiro teus raros sorrisos

Que me encantam... discretos!

Eu não suporto ver lágrimas

Logo penso em tristezas

E nas formas como superá-las

Não dá pra nadar num mar de lágrimas

Sorrisos são luz

É como ter um sol

Direto para nos iluminar

Indicando o caminho a seguir

Eu gosto dos teus sorrisos

Mesmo discretos, suaves

Sem risos soltos

De alegrias bobas...

Mário Feijó

20.01.14

O SILÊNCIO DAS HORAS

O SILÊNCIO DAS HORAS

Batem em meu peito

As horas do tempo

Que encurtam meu futuro

Fazendo dele o meu presente

E quanto mais eu vivo

Menos sei que viverei

Porque sei que neste corpo

Sou finito, tenho prazos de partida

E cada vez mais meu passado

Vai se agigantando em estórias

E a perspectiva do futuro

Restringe-se a cansaço e dores

Amores?

Foram-se todos!

Sou apenas um elefante

Que se isola na floresta na hora da partida...

Mário Feijó

20.01.14

POETRIX (1. 2 E 3)

POETRIX

1. O MENINO ENCANTADO (P/Fábio Aiofi que me inspirou)

Ofuscado pela luz da lua cheia
o menino-poeta estava encantado
tinha estrelas no olhar...

Mário Feijó.

2. O MENINO E A FADA (para Marcilak P/ seu encanto inspirador)

Insone eu menino
Não te peço três desejos:
um apenas me bastaria...

Mário Feijó
18.01.14

3. VAN GOGH (p/ Beto Bp que me inspirou com seu poema: Pássaros)

Gira, gira o girassol
Ao girar viu estrelas
Era noite apenas

Mário Feijó
18.01.13

AZUL MARINHO

AZUL MARINHO

Eu fiz deste mar imenso

Um marzinho só meu

Batendo nos meus pés

Na beirinha da água quase morna

Era um recanto encantador

No canto da ilha

Que a minh’alma adotou

Entre um recanto azul marinho

Refugiado, reuni meus livros

Dois gatos para caçar os ratos

Que poderiam querer roer minha leitura

Ainda se fosse para ler meus livros

Eu nem os ameaçaria com gatos

Mas para destruir meus sonhos

E se apossarem de meu pequeno mar: jamais!

Mário Feijó

18.01.14

ANTIDOTO

ANTÍDOTO

Tenho a impressão que os pernilongos na minha casa, este ano, tomaram antídoto contra venenos. Ou quem sabe os venenos contra mosquitos estão vindo como as vacinas contra a gripe para os velhos: sempre que a gente toma fica gripado (será??).

Ontem à noite, depois de colocar veneno, ainda vi um pernilongo pedindo licença pra entrar no meu quarto.

Aqui no sul os mosquitos estão se adaptando até para enfrentar o inverno. Pode ser o frio mais rigoroso que eles resistem e persistem.

Eu já vi até mosquito com manta e luva para não congelar suas pernas finas...

Há pernilongos para todos os gostos. Ontem veio um grupo cantando:

- Prepara! Que agora é hora, do show das poderosas, mosquitos e muriçocas...

Para que eu vou pagar para assistir à Anita? Não há necessidade. Ela está em todos os canais e programas, além da versão Mosquita Poderosa, aqui de casa!

Acredito que seja uma evolução da espécie. Darwin tinha razão: tudo evolui...

Mário Feijó

16.01.14