terça-feira, 27 de novembro de 2012

SOBREVIVÊNCIA



SOBREVIVÊNCIA

Há dentro do meu peito uma solidão que se agiganta devido a falta de solidariedade. Estar só não é uma coisa que me incomode, mas a solidão do desprezo sim.
Eu até sei que as pessoas têm seus próprios problemas, mas neste ano eu queria um pouco mais de carinho, de atenção para me fortalecer emocional e psicologicamente. Eu não queria afago no ego, eu só precisava de solidariedade. Solidariedade para não sentir culpa, pois mesmo sabendo que não a tinha, porque tudo não passou de fatalidade. No entanto a falta de solidariedade daqueles que se diziam amigos tem esculpido em mim uma “quase” senilidade.
Eu algumas vezes nem acredito que possa superar tudo sozinho, porém nada acontece por acaso...
No entanto eu descobri que sou ainda menor do que já imaginava ser. Os “amigos” sumiram e eu pude ver que os seres que me rodeavam, em grande número, têm costas e em nenhuma delas eu vi asas que pudessem me ajudar a voar.
Eu descobri que são todos humanos, que erramos, que somos frágeis e que estamos muito mais preocupados com o nosso umbigo do que com o que os amigos precisam.
Estou aprendendo pela dor não através do amor, como diz o ditado “quando não aprendemos com amor, aprendemos através da dor”. Eu estou aprendendo a me reconstruir mais uma vez. Não é a primeira vez e talvez também não seja a última que isto irá me acontecer, que perdas acontecerão... estou me reconstruindo a partir de ossos “literalmente” quebrados. Temos que aprender que quer queira ou não somos uma ilha de solitude e que a solidão pode fazer mal, mas a solitude não. Temos que aprender sempre a fazer novas escolhas mesmo quando a vida não te dá muitas alternativas.
Estou aprendendo que “cabrito bom não berra” e, não que eu seja um deles, mas parei de berrar porque o mundo continuou girando. Até a lua já está cheia novamente, só espero que desta vez não seja de mim...
Estamos todos dentro de um buraco negro, sobra-nos a alternativa de sobreviver ou entregar os pontos e quem sobrevive geralmente acaba se fechando e seguindo em frente, um pouco mais calejado, marcado pelo tempo, rugas e cicatrizes vão fazendo parte do corpo e da alma, mas não podemos mudar o estado das coisas e nem viver no passado. Só assim conseguimos ser o que nos é permitido sermos nesta eterna busca pela sobrevivência...

Mário Feijó
28.11.12

AMOR INFINITO



AMOR INFINITO

Eu te esperei
Tu nem tinhas nascido
Eu já te esperava
O tempo passou
Minha espera continuava

Passaram-se horas, dias, meses e anos
E eu ali te esperando
Agora já se passaram décadas
Ou quem sabe séculos
Já não te espero mais...

Quero que saibas
Que minha esperança não morreu
Mesmo sem querer
Eu continuo aqui
Para o caso de resolveres aparecer...

Mário Feijó
27.11.12

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

SAUDADES



SAUDADES

É quase natal
E tudo o que eu queria
Era que estivesses aqui
Dizendo que és feliz

Não sei se eu seria mais feliz
Mas com certeza não estaria
Angustiado e construindo
Meu futuro com a tua saudade

É como se tivéssemos
Um divórcio litigioso
porém sem brigas
Onde tu decidisses partir

Fizeste tudo tão arbitrariamente
De uma forma quase cruel
E me deixaste por aqui sem saber
Onde estão as verdades e as mentiras...

Mário Feijó
26.11.12

ÁGUAS DO BRASIL



ÁGUAS DO BRASIL

Eu queria amanhã
Estar num afluente do Amazonas
E tecer minha dor
Dentro de uma pororoca

Pisar meus pés
Nas margens do São Francisco
E me banhar nas lágrimas
Do caudaloso Rio Negro

Queria esperar as enchentes das matas
E afogar nelas minha tristeza
Deixar que as piranhas
Comessem todas as mágoas

Quiçá eu aprenderia a viver
E descesse por Salvador
Para em Copacabana esquentar o meu corpo
Para no Réveillon libertar tua alma...

Mário Feijó
26.11.12 

sábado, 24 de novembro de 2012

A VINGANÇA DAS MENINAS



A VINGANÇA DAS MENINAS

                Minha neta de 13 anos me contou que as meninas de sua turma de colégio resolveram se vingar dos meninos da escola. Fizeram uma eleição entre elas para eleger o menino com a bunda mais bonita. Era uma eleição secreta, mas como ela mesma disse a informação vazou e alguns dos meninos souberam da tal eleição secreta e começaram a usar camisas mais compridas, a colocar o material escolar nas costas para esconder as nádegas.
O tal concurso foi um agito geral. Depois começou a vazar outras informações como o fato de que alguns dos colegas não entravam na lista dos candidatos porque não tinham “bunda”... Hoje em dia com as bermudas quase caindo fica difícil elas localizarem as bundas dos meninos por isto algumas delas, mais afoitas, começaram a beliscar a bunda dos rapazes. Ela também me falou que teve alguns meninos que começaram a ficar indignados, pois descobriram que não estavam na lista das bundas mais votadas.
O mundo evoluiu muito, mas a bunda ainda é a preferência nacional e agora com a descontração e modernidade da vida, as meninas também estão se liberando e mostrando que não ficam por baixo na hora de escolher as partes do homem que mais lhes atrai, mesmo que somente por vingança.
Eu me diverti muito enquanto ela contava dentro do carro, quando nós íamos do Rio Grande do Sul para Santa Catarina.  Mas o mais engraçado era quando me dizia que “vazou” tal informação, “vazou” que fulano estava muito cotado, que beltrano não tinha recebido voto nenhum.
Pelo menos a história, que levei para o lado da descontração, para me fazer rir e pensar que no meu tempo de adolescente tudo era muito formal, havia muito pudor para tudo, e não se falava deste assunto, só se fosse para debochar ou criar “bullying” uns com os outros. Pelo menos hoje se tenta diminuir com a brincadeira e descontração as “maldades inocentes” típicas dos jovens adolescentes.

Mário Feijó
24.11.12