sábado, 1 de outubro de 2011

DIÁRIO DE UMA EX-PROSTITUTA ADOLESCENTE

CAP. XI - GENERAL OSÓRIO E DAIANE

 

Daiane chegou do colégio apavorada. Meu Deus do céu! Dizia ela. Vou tirar zero. Maria de Lourdes quis saber o que houve. É que eu não nasci aqui. Estou aqui há tão pouco e nada sei de história nenhuma, nem do RS e nem do Brasil. O general Osório foi um militar brasileiro, mas toda a sua história tem raízes por estes lados e nós vamos apresentar uma peça de teatro, por causa da Semana Farroupilha, e eu terei que ser Francisca Fagundes. A esposa dele, ainda por cima nós mesmos teremos que contar a sua história. Não esquenta! Disseram os meninos. Ajudamos você a buscar informações na internet. Só que ele não teve fama somente no Brasil. Sua fama ultrapassou fronteiras...


Militar e político gaúcho, Manuel Luís Osório, mais conhecido historicamente como General Osório, nasceu em 10/05/1808, na cidade de Santo Antônio do Arroio, RS. Faleceu em 4/10/1879, no Rio de Janeiro. Era filho do peão Manuel Luís, catarinense descendente de açorianos, e de Ana Joaquina Luísa Osório, filha de proprietários de terras. Foi pai de quatro filhos: Fernando, Adolfo, Manuela e Francisco.

Ingressou no Exército aos 14 anos foi militar contra sua vontade, por imposição de seu pai, mas também pela falta de alternativas para um garoto pobre do RS.

Participou de todas as batalhas ocorridas no sul do continente, desde a batalha de Sarandi, na guerra da província Cisplatina, em 1825. Lutou ainda em Passo do Rosário (1827), na Revolução Farroupilha (1835-1845) e na batalha de Monte Caseros (1852).

Em 1856, tornou-se general e, nove anos depois, marechal-de-campo, depois de ter organizado, no Rio Grande do Sul, o Exército brasileiro que participou da guerra do Paraguai (1865-1870). Comandou as tropas brasileiras que invadiram esse país, em 16/04/1866.

De julho desse ano a julho do ano seguinte, ficou no Rio Grande do Sul, reunindo novos contingentes para o Exército. Voltou ao campo de batalha em 1868 e mais uma vez demonstrou competência, conquistando a fortaleza de Humaitá e vencendo a batalha de Avaí. Conta-se que Osório era um homem simples, nada aristocrático, que se dava bem com os soldados e, assim como eles, estava sempre pronto para entrar em ação.

Sete anos depois do fim da guerra, foi chamado pelo imperador a ocupar uma cadeira no senado e promovido ao posto de marechal-de-exército. Em 1878, foi nomeado ministro da guerra, com a Ascenção do Partido Liberal ao poder. Permaneceu no cargo até a morte.

Na Guerra dos Farrapos iniciou luta ao lado dos rebelados, depois da declaração da República Rio-grandense, mudou de ideia e passou a lutar junto com as tropas imperiais do Brasil. Na 2ª Legislatura da Assembleia Legislativa Provincial do RS, elegeu-se deputado provincial. (Fonte: Google - Fernando Rebouças)

O interesse de Osório pela poesia surgiu na adolescência ao ouvir canções populares e ao presenciar improvisos de trovadores; começou a escrevê-las ao enamorar-se por Anna, e não mais parou. Osório ganhou alguma fama como repentista, glosando com rapidez os motes que lhe davam, mesmo quando já era general. Poesias, como esta, dificilmente passariam pelo crivo de críticos literários, mas por outro lado devem-se considerar as circunstâncias em que foram feitas, escritas por alguém que nem mesmo cursara a escola fundamental e que vivia em um ambiente que valorizava a força física e não a sensibilidade artística.

Para por fim ao namoro, os pais de Anna recorreram ao padrinho de batismo da moça que ocupava o cargo de comandante das forças militares para que enviassem Osório para bem longe. Anna, porém escreveu a ele reafirmando seus sentimentos, dizendo temer que fosse forçada pelos pais a casar-se e pedindo que fosse buscá-la se a amava para fugirem, mas que o fizesse rapidamente. A carta havia sido escrita há um mês, pois o portador adoecera no caminho, parou para repousar e não a entregou a outra pessoa por ter ordens de entregá-la pessoalmente. O tenente Osorio enviou a resposta no mesmo dia em que recebeu a correspondência pedindo a Anna que o esperasse e após passar o comando de seu destacamento partiu para Rio Pardo-RS a cavalo. Ao chegar ela já estava casada e mais tarde Osório soube que Anna fora enganada com a notícia de sua morte, na qual acreditou por não ter recebido resposta àquela carta (DORATIOTO, Francisco. Perfis Brasileiros. General Osório).




Daiane achou muito interessante toda esta história biográfica deste herói do exército brasileiro, mas uma coisa me chama bastante a atenção nesta biografia, foi a paixão de Anna por Osório que também lhe correspondia, mas a família da moça era contra visto que achavam que um simples tenente não tinha como sustentar uma família. Ela acabou morrendo pouco tempo depois que casou com um parente rico arranjado pela família, e no momento dos preparativos funebres descobriram marcado em seu peito, numa espécie de tatuagem o nome de Manuel Osório.

No palco Marcos lia à colega de Daine um trecho do poema que o General, na época escreveu para Anna:

Tu sabes fingir suspiros...

Mas eu, firme amante, não!

Faz-me desejar a morte

A minha ardente paixão

Tu verás, ingrata, um dia

Debaixo do frio chão,

E mesmo assim respirando

A minha ardente paixão.



Enquanto isto no espelho colocado no centro do palco, trajada de Francisca, Daiane imaginava ser aquele amor adolescente de Manuel, o famoso general Osório.



Mário Feijó

Set/2011

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

ALMA DE ARTISTA


(Artista: Mário Feijó)


A alma de artista
É alma da natureza
É alma de bicho
É alma de chuva... 

Alma de artista
Não tem cor nem sexo
Não tem idade
Não se prende a um corpo... 

Alma de artista
Não fica presa a um lugar
Não fica presa a uma vida
Ela voa, tem asas e sofre com
Imagem+ação ou seja de imaginação... 

Mário Feijó
30.09.11

SIMBIOSE


#garrafasdecorativas - mario feijo




Quando eu olho sob tua pele
E vejo nela meu sangue que corre
Sei que és o meu sêmen
Que um dia te deu vida... 

De onde veio tu’alma
Que impregnada da minha
Se fez ser, se fez mulher
Noutras vidas que geraste... 

Ouve uma simbiose
Carne-espirito
Que corre hoje nas veias
Das almas que caminham mundo afora... 

Mário Feijó
30.09.11

POR ONDE ANDARÁ O AMOR?





Aonde está o amor
Que ontem tocava meu corpo
Que tanto me excitava
Que quando chegava me elevava aos céus
E que quando partia me mostrava o inferno?   

Aonde está o amor
Que não ensinou
A este velho corpo insaciado
As delícias do prazer
Que só ele ensina? 

Aonde está o amor
Que partiu levando teu corpo
Que me elevava às alturas
E que agora me deixa
Neste chão estatelado?


Por que será que não voltas?
Será que não foste feliz comigo?
Será que não sentes de mim esta falta?
Não era o que os teus olhos, os teus braços
E o todo o teu corpo me diziam... 

Aonde estará o amor? 

Mário Feijó
30.09.11

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

DIÁRIO DE UMA EX-PROSTITUTA ADOLESCENTE - Cap. XI - Daiane e o General Osório



CAP. XI - GENERAL OSÓRIO E DAIANE

                          Daiane chegou do colégio apavorada. Meu Deus do céu! Dizia ela. Vou tirar zero. Maria de Lourdes quis saber o que houve. É que eu não nasci aqui. Estou aqui há tão pouco e nada sei de história nenhuma, nem do RS e nem do Brasil. O general Osório foi um militar brasileiro, mas toda a sua história tem raízes por estes lados e nós vamos apresentar uma peça de teatro, por causa da Semana Farroupilha, e eu terei que ser Francisca Fagundes. A esposa dele, ainda por cima nós mesmos teremos que contar a sua história. Não esquenta! Disseram os meninos. Ajudamos você a buscar informações na internet. Só que ele não teve fama somente no Brasil. Sua fama ultrapassou fronteiras... 

                   Militar e político gaúcho, Manuel Luís Osório, mais conhecido historicamente como General Osório, nasceu em 10/05/1808, na cidade de Santo Antônio do Arroio, RS. Faleceu em 4/10/1879, no Rio de Janeiro. Era filho do peão Manuel Luís, catarinense descendente de açorianos, e de Ana Joaquina Luísa Osório, filha de proprietários de terras. Foi pai de quatro filhos: Fernando, Adolfo, Manuela e Francisco.

                     Ingressou no Exército aos 14 anos foi militar contra sua vontade, por imposição de seu pai, mas também pela falta de alternativas para um garoto pobre do RS.

                     Participou de todas as batalhas ocorridas no sul do continente, desde a batalha de Sarandi, na guerra da província Cisplatina, em 1825. Lutou ainda em Passo do Rosário (1828), na Revolução Farroupilha (1835-1845) e na batalha de Monte Caseros (1852).

                    Em 1856, tornou-se general e, nove anos depois, marechal-de-campo, depois de ter organizado, no Rio Grande do Sul, o Exército brasileiro que participou da guerra do Paraguai (1865-1870). Comandou as tropas brasileiras que invadiram esse país, em 16/04/1866.

                    De julho desse ano a julho do ano seguinte, ficou no Rio Grande do Sul, reunindo novos contingentes para o Exército. Voltou ao campo de batalha em 1868 e mais uma vez demonstrou competência, conquistando a fortaleza de Humaitá e vencendo a batalha de Avaí. Conta-se que Osório era um homem simples, nada aristocrático, que se dava bem com os soldados e, assim como eles, estava sempre pronto para entrar em ação.

                    Sete anos depois do fim da guerra, foi chamado pelo imperador a ocupar uma cadeira no senado e promovido ao posto de marechal-de-exército. Em 1878, foi nomeado ministro da guerra, com a Ascenção do Partido Liberal ao poder. Permaneceu no cargo até a morte.

                    Na Guerra dos Farrapos iniciou luta ao lado dos rebelados, depois da declaração da República Rio-grandense, mudou de ideia e passou a lutar junto com as tropas imperiais do Brasil. Na 2ª Legislatura da Assembleia Legislativa Provincial do RS, elegeu-se deputado provincial.

                     Em julho de 1866, manteve-se no RS, onde formou novas tropas. Em 1868, retornou à batalha para conquistar a fortaleza de Humaitá, durante a batalha do Avaí. (Fernando Rebouças)

                    O interesse de Osório pela poesia surgiu na adolescência ao ouvir canções populares e ao presenciar improvisos de trovadores; começou a escrevê-las ao enamorar-se por Anna, e não mais parou. Osório ganhou alguma fama como repentista, glosando com rapidez os motes que lhe davam, mesmo quando já era general. Poesias, como esta, dificilmente passariam pelo crivo de críticos literários, mas por outro lado devem-se considerar as circunstâncias em que foram feitas, escritas por alguém que nem mesmo cursara a escola fundamental e que vivia em um ambiente que valorizava a força física e não a sensibilidade artística.

                  Para por fim ao namoro, os pais de Anna recorreram ao padrinho de batismo da moça que ocupava o cargo de comandante das forças militares para que enviassem Osório para bem longe.

                  Anna, porém escreveu a ele reafirmando seus sentimentos, dizendo temer que fosse forçada pelos pais a casar-se e pedindo que fosse buscá-la se a amava para fugirem, mas que o fizesse rapidamente. A carta havia sido escrita há um mês, pois o portador adoecera no caminho, parou para repousar e não a entregou a outra pessoa por ter ordens de entregá-la pessoalmente. O tenente Osorio enviou a resposta no mesmo dia em que recebeu a correspondência pedindo a Anna que o esperasse e após passar o comando de seu destacamento partiu para Rio Pardo-RS a cavalo. Ao chegar ela já estava casada e mais tarde Osório soube que Anna fora enganada com a notícia de sua morte, na qual acreditou por não ter recebido resposta àquela carta (DORATIOTO, Francisco. Perfis Brasileiros. General Osório).


                 Daiane achou muito interessante toda esta história biográfica deste herói farroupilha, mas uma coisa me chama bastante a atenção nesta biografia, foi o fato de que na época ele se apaixonou por Anna que também lhe correspondia, mas a família da moça era contra e quando ele estava fora a casou com outro.

                  No palco Marcos lia à colega de Daine um trecho do poema que o General, na época escreveu para Anna:

Tu sabes fingir suspiros...
Mas eu, firme amante, não!
Faz-me desejar a morte
A minha ardente paixão

Tu verás, ingrata, um dia
Debaixo do frio chão,
E mesmo assim respirando
A minha ardente paixão.
(Manoel Osório) 

                     Enquanto no espelho colocado no centro do palco Daiane, trajada de Francisca imaginava-se ser o amor adolescente de Manuel, o famoso general Osório. 

Mário Feijó
Set/2011

O PEQUENO PRÍNCIPE E O PARQUE EÓLICO





Quando mais um girassol se abrir
Ele fará dos cataventos
A energia da tua vida 
Seja na terra dos bons ventos
Ou no marasmo da tua casa
Ele tem o óleo da vida
E a luz do teu ar condicionado... 

Quando gira o girassol
Meu cata-vento encantado
Buscará todos os ventos
Pequeno Príncipe alienado... 

Olhando o Parque Eólico
Via nele a mais linda
E amedrontadora floresta
De árvores que comiam ventos... 

Mário Feijó
29.09.11

LIBERDADE, LIBERDADE





Trancar um bicho numa jaula
E lhe oferecer comida
Não é um paraíso
Como pensam muitos... 

Trancar um pássaro numa gaiola
E lhe oferecer água e alpiste
Pedindo que apenas cante
Que abdique de sua vida, também não... 

Isto é o mesmo que represar
As águas de um rio
Que de um lado tudo alaga
E do outro tudo seca, ou mata... 

Natureza é coisa livre
Digna de ser observada
Com ela podemos aprender
E ter nossa alma lavada... 

Mário Feijó
29.09.11

FALTA ÁGUA OU AMOR?





Há dias que eu penso
Que meu coração secou
Feito o teu jardim
Onde o mato tomou conta
Tal qual as tuas violetas
Que deixaram de florescer
Desde que eu parti... 

Será que secaram
Junto com meu coração
Que por não ter mais teu carinho
Também aos poucos secou? 

Algumas vezes eu penso
Que água e amor são iguais
Quando abundam até afogam
Mas quando faltam deixam tudo seco... 

Mário Feijó
29.09.11


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

PRIMAVERA





Sempre falam da primavera
Como tempo de renovação
Existe até a excitação da primavera
Penso que alguns um dia verão... 

Eu criança pensava
Na primavera como uma mulher
E penso que encontrei algumas até
Nos caminhos por onde passei... 

Há, verão muitos homens
Que também são estações
Alguns até excitam
Feito a prima Vera... 

E o que faremos depois
Quando chegar o outono?
Quando chegar o inverno?

Chamaremos a prima
Para esquentar nossos pés?
Verões e varões já terão ido embora... 

Mário Feijó
28.09.11

terça-feira, 27 de setembro de 2011

UMA LÁGRIMA LAVA A ALMA





Por que será
Que apenas uma lágrima
É capaz de lavar nossa alma? 

Há desamores
Que não são compreensíveis
Eles não deveriam nascer
Para um grande amor morrer... 

Por que será
Que apenas uma lágrima
É capaz de lavar nossa alma? 

Uma flor nasce de um botão
E ela nunca substitui a que morreu
Cada uma é diferente da outra
Mesmo quando todas são amarelas... 

Por que será
Que apenas uma lágrima
É capaz de lavar nossa alma? 

Aprendamos com a natureza
Já dizia Leonardo da Vinci
No rio a água se renova todos os dias
Mas já conhece seu rumo... 

Por que será
Que apenas uma lágrima
É capaz de lavar nossa alma? 

Vem a chuva cem profusão
Lava nossos caminhos-destinos
Então por que apenas uma lágrima
É capaz de lavar a alma? 

Por que será
Que apenas uma lágrima
É capaz de lavar nossa alma? 

Mário Feijó
28.09.11

HÁ PESSOAS QUE NÃO TÊM ALMA





Eu penso que meu cachorro
Morreu com depressão, abandonado
Como você fez comigo... 

Eu penso por que será
Que eu o deixei contigo? 

Havia dias em que ele
Não tinha água pra beber
Não tinha comida para comer 

Eu penso por que será
Que eu o deixei contigo? 

Havia tempo que bastava
Passear com ele na quadra
Ele só queria dar bom dia
Pra todos os cheiros do mundo
Era o que lhe bastava... 

Eu penso por que será
Que eu o deixei contigo? 

O poeta já perguntou:
Dizem que bicho não tem alma
Mas será que vivente tem? 

Mário Feijó
27.09.11

SONHOS DE MARIA





Quando chega a luz do dia
Vejo os olhos de Maria
Que ainda estão fechados 

É que Maria dorme
Quando o dia desperta
Porque Maria só acorda
Quando sua alma liberta sorrisos 

Tudo isto porque Maria sonha
Com seus sonhos de menina
É que Maria dá vida a sapos de pano
E aos que se disfarçam de homens 

E quando chega a luz do dia
É que Maria encantada
Tece planos pra sua vida
Brincando contos na internet... 

Mário Feijó
27.09.11

AH! SE O MEU CACHORRO FOSSE POETA





Se o meu cachorro fosse poeta
Eu leria todos os seus poemas
Porque assim eu o compreenderia
Compreenderia, ainda, suas angústias, seu mundo... 

Se o meu pai fosse poeta
Eu penso que a nossa distância
Jamais seria tão grande
Porque teríamos sobre o que conversar... 

Se o meu vizinho fosse poeta
Não haveria portas nos separando
Teríamos um mundo de poesias
Para trilhar, para conviver... 

Ah! Se você fosse poeta
Eu penso que te amaria muito mais
Eu conheceria os teus sonhos
E embarcaria contigo num mundo de amor... 

Ah! Se o meu cachorro fosse poeta!!!...


Mário Feijó
27.09.11

APRENDA OLHANDO


Aprenda olhando a natureza.
Utilize-a como mentora.
Leonardo da Vinci



E vem a mim
Teus lábios sedutores
Imitando beijos que jamais deste
E que pela vida não tive noutros amores... 

Todos os atos são eventos
Imperfeitos imitadores
Das promessas que foram feitas
E dos sonhos irrealizados... 

Ao amor jamais será
O ágape que na realidade
O sonho deseja
Promessas que não cumpre... 

Mário Feijó
27.09.11


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

MEGERA ADORMECIDA




Patética
Caquética
Boca enrugada
Maquiagem borrada
        Divina ela se dizia 

Pernas finas
Barriga aparecendo
Saia curta demais
        Gatinha ela se achava... 

Ridícula
Bipolar
Tinha quase setenta
        E se dizia com 35... ah!


Mário Feijó
26.09.11

TUA INSENSATEZ





Quando você diz
Que eu não posso te amar
É o mesmo que me dizer
Para não me alimentar... 

E se queres que eu morra
Faça isto comigo
Proíba-me de respirar
Proíba-me de ir e vir... 

Mas também diga
Que eu não posso beber
Que eu não posso te ver
Nem tampouco olhar o mar... 

Meu insensato coração
Não irá entender
E parará de bater
Tudo isto por quê?
Eu ainda amo você... 

Mário Feijó
26.09.11

sábado, 24 de setembro de 2011

VOCÊ É ASSIM





Você é assim:
Feito o vento
Que balança o bambuzal
E eu sou assim
Bambu, pernas bambas
Tremendo pelo vento
Que passa e me balança... 

E meu coração
É um bumbo
Em dias de ensaio
Quando chega o carnaval... 

E o bambuzal
Balança ao vento
Sob o som de um coração
Que ensaia sua festa... 

Sem ti tudo é silêncio
Nem tem festa
Não tem pernas bambas
Não tem dias de carnaval...


Mário Feijó
24.09.11

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

ANTES E AGORA


ANTES...

Antes eu conseguia juntar os pedacinhos
e voltar a ser eu.
Impossível, agora. Como conseguir reconstituir-me
se me falta você?

(J. G. de Araújo Jorge)



AGORA E ANTES 

Antes o poeta não
Conseguia se reconstituir
Porque lhe faltava você
Agora o poeta aprendeu 

Que a sua felicidade
Não depende de outro ser
Ela está dentro de nós
Precisamos ser felizes em primeiro lugar... 

Não devemos depender de nada
Nem tampouco de alguém
Para construir nosso caminho
E nossa felicidade... 

Agora o poeta sai pelo mundo
É feliz vendo as estrelas
Inteirando-se com o mar
Aspirando o perfume das flores... 

Agora o poeta sai a sonhar
Não depende dos sonhos de ninguém
Só depende da sua própria vontade
Descobriu que algumas mulheres o faziam chorar... 

Agora o poeta sai pelo mundo
Joga conversas ao vento
Beija-flores e troca com elas segredos
Agora o poeta ganhou o mundo e partiu...


Mário Feijó
22.09.11

A GRANDE DÚVIDA





        Jurema era uma moça tímida e pacata de uma cidade à beira-mar. Ganhou um filhote de pica-pau e o colocou em um viveiro. Como adorava bichos juntou-os a outros pássaros feridos e abandonados que encontrava na pequena cidade praiana.

        Havia no viveiro de Jurema muitos pássaros e uma fêmea de quero-quero que tinha sido encontrada com uma asa quebrada e esta se apaixonou pelo pica-pau que lhe correspondia com sinceridade. Acabaram fazendo um ninho e lá chocaram três ovos, mas a grande dúvida de Jurema era como seriam chamados aqueles bichinhos.

Como serão chamados filhos de quero-quero com pica-pau? Pensou Jurema. Quero-Pica? Ou Quero-Pau? Oh! Dúvidas.

Estamos aceitando sugestões do Brasil e do Exterior. Jurema quer registrar seus pássaros híbridos...
A primeira sugestão veio do Rio de Janeiro: QUEROPICA QUEROPAU, mas Jurema achou muito grande (o nome)... risos.



Mário Feijó

22.09.11