NUMA TARDE DE OUTONO TRANSBORDEI MEUS SONHOS
Era uma
bela tarde ensolarada. Estávamos no final de outono e o inverno se aproximava célere.
A noite não fora somente gelada, fora enregelante. No entanto o dia amanhecera
com o sol tomando conta de todo o céu límpido e azul.
Eu havia escutado o vento a
gemer suas dores reumáticas a noite inteira. As minhas guardei embaixo das
cobertas, num quarto superaquecido.
Naquela tarde eu decidira
sonhar. Eu não daqueles que dá guarida à velhice, nem mando o menino que em mim
habita ir embora.
Convidei minhas amigas (que se
dizem alunas, mas eu também aprendo com elas) para passarmos a tarde
transbordando sonhos. Levei uma cesta de vime para piqueniques (era a ideia
inicial) torradas, pão caseiro (feito com granola e açúcar mascavo), café, chá
e poesia.
O cheirinho do pão assando me
levou à Felicidade (era o nome de minha avó). O café tinha o aroma de sonhos
com doce de leite e eu voltei aos meus tempos de criança. Sonhei!
Minhas parceiras criaram asas
e borboletearam feito pandorgas ao vento a escrever seus sonhos. Que bom,
pensei: não sou o único com fome de sonhos. Peguei uma folha em branco,
coloquei fermento na minha imaginação e me pus a sovar a massa. Agora é só
deixar meus sonhos transbordarem. Enquanto isto, fomos aos quitutes...
Mário Feijó
08.06.16
Tema desenvolvido em nossa
Oficina Literária de hoje.
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