domingo, 22 de setembro de 2013

HÁ DIAS ASSIM



HÁ DIAS ASSIM

Há dias assim:
O sol vai embora
E as chuvas alagam
A terra é devastada
A vida vira um deserto estéril
E a gente não sabe
Se, mora na Terra ou
Se vivemos na Lua

Há dias assim:
Uma completa loucura
Perde-se a noção do tempo
Seu corpo transborda
Tudo dói e a vida entorpece

Há dias assim:
Loucura e lucidez se irmanam
Ocupam o mesmo espaço
Duas realidades
Em um único corpo
Depressão e desânimo
Luzes se apagam
Mente adoece...

Quanta loucura!

Mário Feijó
22.09.13

sábado, 21 de setembro de 2013

RABO DE PAVÃO



RABO DE PAVÃO

Ele tinha um rabo de pavão
Lindo, imponente, atraente
Que fazia seu corpo pequeno
Ganhar ares de gigante

O seu peito era igual
Ao peito de um pombo quando arrulha
Quando quer conquistar no entanto
Pensa que é uma águia

A boca era um céu estrelado
Desses céus de pipoca quando estoura
Que enche a panela inteira
E fica chamando a gente ao prazer

No entanto não passava
De um pequeno frasco
Desses perfumes baratos
Que a gente compra em qualquer camelô

Mário Feijó
21.09.13

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O PRAZER DOS LIVROS



O PRAZER EM DESVIRGINAR LIVROS

É indescritível o prazer
Que eu sinto
Ao abrir um bom livro

Muito maior que aquele
Que para muitos seria
Penetrar alguém
Em momentos de luxúria

O livro é capaz de me levar
A mundos desconhecidos
Enquanto o sexo já não me apresenta
Lá muitas novidades

Além do prazer
O livro tem um cheiro inebriante
Que nem virgens inexperientes
Poderiam me oferecer

Outro dia tive orgasmos
E de mim jorrou poesia...

Mário Feijó
20.09.13

DÍVIDAS SEM PERDÃO



DÍVIDAS SEM PERDÃO

Eu não paguei tuas dívidas
Todos os recibos foram queimados contigo
Mas teu nome continua na boca
De todos os lobos vorazes
Agora eles confraternizam
Banham-se em dólares
Deixaram de amar
O que o olhar não vê

Trocaram o peso na consciência
Pela moeda corrente
E tuas dívidas (que não eram minhas)ficaram  
E os que a fizeram contigo
Fazem de conta que nada sabem

O amor não tem fronteiras
Só que se tratando dos teus
Ele se derrete em meio aos “alfajores”...

Mário Feijó
20.09.13

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

VOU À LUTA



VOU SEMPRE À LUTA

Houve muitas vezes
Que eu tive vontade de desistir
Desistir do amor
Desistir de amar
Desistir da profissão
E desistir até de viver

Sempre me superei!
Nem sempre me achei
Bom o suficiente em qualquer coisa
Mas sempre dei o melhor de mim
Em tudo o que já fiz

Nunca tive grandes vitórias.
Sempre foi com muita luta
Que galguei cada degrau
E as derrotas são frequentes.
No entanto não me deixo ficar
Estendido derrotado
Vou sempre à luta...

Mário Feijó
19.09.13