terça-feira, 23 de julho de 2013

À ESPREITA









À ESPREITA

Frente a frente
        Frente à toca
À espreita
        Sob a luz do luar
Nós dois
        Frente a frente
Lua e mar
        Noite escura
Luar

A lua lambia as ondas
Numa extensa língua brilhante
                Dividindo o mar

                E o felino esperava
Pronto para o bote

As estrelas desesperadas
Cadentes corriam

Sem nada entender
A criança se escondeu
Embaixo da cadeira
O filme apenas havia começado...

Mário Feijó
23.07.13

MAR(ILENE) DE URÂNIA



MAR(ILENE) DE URÂNIA

Ela tem na alma
As cores das araras
Que todos os dias
Pousam no seu quintal

Aquela mulher traz consigo
O azul brilhante do céu
O amarelo luminoso do sol
E os distribui em nossas vidas

Os seus sonhos
São sempre verdes
Feito os pequenos periquitos
Que lhe pousam quase nas mãos

Lança em nossas vidas a esperança
A lição de que não devemos parar
De que os sonhos são para
Serem perseguidos ou degustados...

Mário Feijó
23.07.13

quinta-feira, 18 de julho de 2013

BRINCANDO DE CASINHA



BRINCANDO DE CASINHA

Mães e pais não querem seus filhos meninos brincando de casinha. Preconceito? A maioria tem medo que tal atitude influencie na sexualidade do menino.
Eu não sou psicólogo, mas penso que não é por aí. A história de brincar de casinha é uma preparação para ser “gente grande”.
As crianças têm pressa em crescer e tentam imitar a quem admiram. Porém há pais que usam chavões, tipo “isso não é coisa de menino(a)“; “homem não chora”; entre tantos outros.
A sexualidade é uma coisa inerente a cada um e só diz respeito à própria pessoa. E quando você estiver pronto irá praticá-la de acordo com o que gosta de fazer e com quem gosta, de acordo com os seus próprios desejos que lhe são inerentes. Não dá para impor desejos e gostos a ninguém. As pessoas até podem se acostumar com situações que a vida ou circunstâncias impostos. Mas nossos desejos são somente nossos.
No entanto aqueles que nunca “brincaram de casinha” e a vida lhe impor morar sozinho, criando filhos ou uma criança qualquer que apareça em sua vida, ou pela falta de um parceiro(a) terá mais dificuldades para enfrentar a situação.
Há também os que acabam brincando de boneca com crianças, quando na realidade a criança tem aprendemos a lidar com a situação, não dá para fazer de contas.
Sexo é uma coisa tão particular, tão intima que deve dizer respeito a cada um individualmente. É uma necessidade fisiológica – todo mundo tem, todo mundo faz – porém não precisamos sair contando pra todo mundo como se faz.
Ser homem ou mulher é uma questão de gênero e não necessariamente física. Temos antes de tudo que aprender a ter caráter e é isto que nos faz homens e mulheres dignos e não aquilo que fazemos ou deixamos de fazer quando “brincamos de casinha” ou o que fazemos na cama sexualmente por prazer ou para reprodução.
Há as exceções, mas isto é uma outra conversa...
Eu tive que brincar de casinha depois que me separei três vezes, a última em decorrência de uma morte, e agora tenho que criar sozinho duas netas. Mas acho que agora já tenho prática para não chamar mais a vida de brincadeira. E nem por isto deixei de ser a pessoa que hoje sou: um SER HUMANO. Quem quiser julgar que julgue, mas vamos olhar o "outro" com mais amor e menos preconceito...

Mário Feijó
18.07.13

terça-feira, 16 de julho de 2013

FELICIDADE PERMITIDA



FELICIDADE PERMITIDA

Ontem, entre os lençóis,
Eu quase me perdi
Quando me encontrei em ti

E entre um gozo e outro
Havia uma lágrima de felicidade
Que dizia: permita-se, você merece

A tristeza escondida no peito

Deixei escorrer sobre a face

Mário Feijó
16.07.13

segunda-feira, 15 de julho de 2013

À FLOR DA PELE



À FLOR DA PELE

Tudo é sem razão, porém tudo tem um por que. Assim é o amor. Assim acontece comigo e acontecerá (ou até já aconteceu com você).
Eu desconheço tuas razões quando dizes me amar, quando pedes “ame-me e eu te amo”. Isto é incoerente, visto não parecer racional, tampouco emocional. Seria neura?
Eu não posso dizer “eu te amarei todos os dias de sol, porque nos dias de chuva terei medo de te amar”. O amor não depende das condições atmosféricas tampouco há um tempo para amar.
No amor perdemos e ganhamos, tudo depende do ponto de vista com que olhemos a relação. Ninguém sai ileso de uma relação, seja ela de amor ou outro sentimento qualquer. Geralmente ganhamos quando o assunto é amor. Porém podemos perder se tivermos medo de amar. Sendo assim posso concluir que não é amor, se o medo for maior, pois o sentimento predominante será o medo e não o amor.
E se você diz que me ama, provavelmente tem nutre por mim uma paixão, não um amor verdadeiro, porque a paixão a gente mede, mas o amor não dá pra medir. Basta assumir e seguir em frente.
Diz o ditado que “um amor a gente cura com outro amor”. Eu não acredito nisto. Nunca consegui curar um amor com outro, mas paixões sim. Uma paixão eu já curei com outra porque na paixão é o sexo que grita mais alto, então trocamos uma tesão por outra. E a paixão é algo que fica na pele ou seja “à flor da pele” enquanto o amor ultrapassa a pele. Ele vai além da epiderme e toca na alma. Por isto o amor não se explica.
Muitos amores até podem começar pela paixão, mas diante do medo não há amor que sobreviva. O medo é uma pedra que jogada sobre o lago saltita, tremula, mas faz o amor afundar.
Não podemos viver sem amor. Não podemos ficar sem amar. Não é possível brincar com a paixão sem com ela se queimar. Portanto permita-se amar. Eu prefiro um dia, um mês de amor a não ter histórias para contar.
Já soltei todas as velas do meu barco. Já o coloquei a navegar. Já icei as minhas âncoras e pus meu barco em alto mar. Para onde ele vai eu não sei. Estou deixando a brisa do amor me levar. Se você quiser desista agora porque o meu barco não vai para o cais neste momento voltar...

Mário Feijó
15.07.13