sábado, 20 de abril de 2013

MISTÉRIOS DE AMOR NA LUA CRESCENTE



MISTÉRIOS DE AMOR NA LUA CRESCENTE

Hoje à tarde
Eu vi a lua
Fazendo ninho
Construindo a lua cheia

E quando a noite
Era quase meia
Ela ainda alinhava raios
Na tentativa de encher-se...

Eu ainda me recuperava
Quando logo depois do meio dia
Tu te atiraste na minha cama
Fazendo manhas de amor

Eu não estou acostumado com isto:
Ver a lua enchendo-se durante o dia
Para de noite descansar muito menos
Alguém querendo me amar ao meio dia...

Mário Feijó
20.04.13

TOQUES



TOQUES

Toques no corpo
Toques na alma
Toques na boca
Toques de amor

Um leve toque
Nas pétalas macias
Da rosa vermelha
Um toque de amor

Toques na pele
Toques no coração
Toques no sexo
Noites de emoção

Agora que te foste
Ficaram as lembranças
Toques de saudade
Pitadas de desejo...

Mário Feijó
20.04.13

quinta-feira, 18 de abril de 2013

É PRECISO CALMA



É PRECISO CALMA

Calma!
               É preciso calma
               Para superar
E a alma impassível
               Quase foge pela minha boca
               Quando o peito bate
               E a tristeza arde
               Lá no interior
E tristeza,
Lembra lugar pequeno
Pouca gente
Melancolia
Cidade do interior
E tristeza dói
               Como se fora
               Dores de um parto
Porque tristeza
               Não lembra chegada
               As minhas tristezas
               São todas de partidas
É preciso calma
               Para que a alma
               Não fuja
               Feito um gato arisco...

Mário Feijó
18.04.13

terça-feira, 16 de abril de 2013

O SOL ME CONSOLA



O SOL ME CONSOLA

Uma nesga de luz
Rompe o negro da cortina
Para tecer e aquecer
A pele que é minha

E o sol me consola
Aquece meu corpo
Que por toda uma noite
Penou pela dor

De meus lábios
Não saem mais gemidos
E a noite insone
Derrete-se pelo sol da manhã

Meus ossos ainda doem
As chibatadas da eternidade
Enquanto as carnes
Apenas tremem desamor...

Mário Feijó
16.04.13

HOMEM DAS CAVERNAS



HOMEM DAS CAVERNAS

Agora eu entendo
O buraco negro do universo
E o que existe nas almas
Quando esquecem seu passado

É dor que ficou
Mas por que eu lembro
Por que eu não esqueço
Por que eu trouxe esta memória tatuada?

Há embaixo da epiderme
As lembranças da poeira cósmica
As memórias do cerne
Que eu não queria

Elas me soam como chibatadas
Elas me doem feito o frio das cavernas

Mário Feijó
16.04.13
Tela: acrílico sobre tela.
 Autor: Mário Feijó
Dimensão: 40X60cm
Título: O dente.