quinta-feira, 4 de abril de 2013

PEDAÇOS TEUS



PEDAÇOS TEUS

Mesmo depois que partiste
Ficaram dentro de mim
Pedaços teus...

Há partes no meu coração
Outras na minha saliva
Muitas nas minhas lembranças
E bastante nas saudades...

Em cada vez
Que fecho meus olhos
Mais perto de mim
Tu tendes a ficar...

E nas horas
Em que eu vou deitar
Lá estás comigo
Nas artes que fazíamos...

Mário Feijó
04.04.13

EMOÇÕES QUE SE FORAM







EMOÇÕES QUE SE FORAM

Não te vás agora
Espere ao menos
A lua crescente
A nova foi ausente
Nas nossas noites de amor...

Não me diga adeus
Espere pela flor
Que se abre na palmeira
Que plantei num vaso
No centro da sala...

Sei que tens tempo
Eu é que não tenho mais
E o vento geme na janela
Quando ouve o silêncio
Que deixaste em meu quarto...

O meu corpo já nem se arrepia
Quando a água por ele escorre
Tampouco reage às ondas geladas
Na beira do mar gritando saudades
Num coração que sem emoções pulsa apenas...

Mário Feijó
03.04.13

quarta-feira, 3 de abril de 2013

PROCURA-SE



PROCURA-SE

Procura-se um coração
Que faça outro pulsar disparado
Toda vez que seus corpos
Estiverem muito próximos...

Procura-se alguém
Que queira amar intensamente
Não somente deitar numa cama
Fazer amor algumas vezes e partir...

Procura-se uma boca ardente
Cheirosa, gostosa, insaciável
Que não tenha medo de beijos
Nem de palavras de amor...

Procuram-se pés
Que caminhem na mesma direção
Que quando os braços se esticam
Eles vêm sabendo que serão felizes...

Mário Feijó
03.04.13

segunda-feira, 1 de abril de 2013

SOU TEU



SOU TEU

Eu me desconheço
Quando estás na minha vida
No momento em que deitas na minha cama
Como se fosse um barco naufragando

Então eu te reconheço nos redemoinhos
Que fazes na minha pele
E quando por inteiro
Tu te afundas no meu corpo...

Mesmo assim eu me desconheço
Nas noites em que me escondo
Como se fosse um gato pardo
– À noite todos os gatos são iguais –

Nos dias eu me exponho
E descubro o teu corpo
Nas sensações do meu
E nas noites em que nos perdemos...

Mário Feijó
31.03.13

A ETERNA BUSCA DO AMOR






A ETERNA BUSCA DO AMOR

Eu sou o tipo
Que se perde em qualquer rua
Que desconhece as estradas
Mesmo quando as trilha todos os dias

Não tenho um rosto marcante
E o meu corpo
Foi desgastado pelo tempo
Feito dunas que se movem

Não tenho uma idade certa
Não tenho sexo
Porque o meu
Já se perdeu no teu

Não sei mais se sou gente
Ou apenas um bicho
Algumas vezes tenho
A fidelidade canina
Noutras sou apenas
Um gato encantado com a lua...

Mesmo assim
Eu não desisto de amar
Quem sabe um dia te encontre
Numa rua quando estiver perdido
Ou numa noite de luar...

Mário Feijó
31.03.13