O
MUNDO NÃO É JUSTO
O mundo não é justo e no Brasil a justiça
é injusta. O exemplo mais claro, para a minha indignação está estampado nas
páginas dos jornais: “julgamento do mensalão”. Isto também denota que quem tem
dinheiro, mesmo que conseguido de uma maneira não muito honesta, também não o
perde.
Em
países árabes e na China as pessoas morrem, se roubarem, ou pelo menos são
mutiladas e têm a mão cortada.
No
entanto o que me deixa indignado nem é o que acontece com os outros, mas coisas
que acontecem comigo e me atingem, me afligem e me fazem adoecer.
Há
uns dois anos, com frequência minha conta no Banco do Brasil sofre invasão e emitem
cheques que não são meus e o banco paga. Só param e o banco me repõe depois que
eu dou queixa na polícia, ou repentinamente ninguém mais manda cheques para a
minha conta corrente. Concluí que isto acontece dentro do próprio banco, pois
no inicio até se preocupavam em imitar minha assinatura, agora fazem uma
assinatura qualquer. Tentei processar o banco e todos os lugares onde fui
disseram que não posso. Ficou a insegurança de “quando será que vão fazer novamente?”.
Depois
disto sofri um acidente de carro aí aconteceram várias injustiça. Até hoje não
recebi o DPVAT (que anunciam como a coisa mais fácil para ser conseguida, isto
que eu vivi com a vítima por quase seis anos e juntos criávamos duas crianças
que tínhamos a guarda judicial). Nem o reembolso de despesas médicas me pagaram
(pra não dizer que não pagaram recebi R$214,00 porque tenho a UNIMED e eles me
cobraram este valor, então me reembolsaram
isto, mas o valor da ambulância que foi de R$ 1.740,00, não pagaram e ainda
sumiram com os documentos).
Hoje
faz quase dois anos que o acidente aconteceu, no qual por pouco eu quase não
morri, visto que tive seis costelas quebradas, uma vertebra trincada e os dois
pulmões perfurados (cabe aqui um outro parêntesis: no hospital de Capão da
Canoa-RS, cidade onde moro há sete anos, dispensaram-me durante três dias, eu
ia lá morrendo de dor e diziam que eu nada tinha).
Nada
posso fazer contra o que me fizeram, mas estou sendo processado por homicídio
culposo – a justiça não é justa. Além do mais fiquei sem dinheiro, pois tive
que recomeçar a minha vida, saindo da casa em que morávamos (que era dela e da filha)
por pressão de todos que não me queriam mais na casa. Ninguém viu meu sofrimento,
nem a dor física, apesar de eu ter perdido 15k em apenas um mês. Hoje ninguém
da família mais fala comigo (acredito que me condenam pelo acidente, além de
pensarem que eu queria ter direitos sobre a casa). Mas tenho consciência de que
foi um acidente e nem vou entrar mais nos detalhes, já falei disto em outras
crônicas e ainda me dói muito falar disto, física e emocionalmente.
Agora,
diante de tudo isto como se não bastasse, ainda tenho que pagar para um
advogado me defender das acusações de homicídio e de “estar me escondendo para
não ser encontrado” (isto que eu estive recentemente na polícia, para atualizar
meu endereço e eles disseram que já estava atualizado”, não mudei de cidade,
mesmo sendo natural de Florianópolis-SC, não voltei pra lá e meus telefones, na
ocorrência são os mesmos.
A
vida não é justa e a justiça está cada vez mais cega. Tenho a impressão que os
seres humanos evoluíram tecnologicamente mas no entanto não evoluíram mentalmente,
no sentido de serem mais compreensivos uns com os outros. Isto talvez até se
deva ao fato do aumento da criminalidade.
Eu
não endureci diante da vida. Não quero perder minha sensibilidade, nem pelos
que estão próximos, nem pela humanidade de um modo geral.
No
entanto cada vez concluo mais que o mundo não é justo e cada vez mais dói viver
quando tentamos olhar o mundo com os olhos do coração...
Mário
Feijó
18.09.13