terça-feira, 16 de abril de 2013

HOMEM DAS CAVERNAS



HOMEM DAS CAVERNAS

Agora eu entendo
O buraco negro do universo
E o que existe nas almas
Quando esquecem seu passado

É dor que ficou
Mas por que eu lembro
Por que eu não esqueço
Por que eu trouxe esta memória tatuada?

Há embaixo da epiderme
As lembranças da poeira cósmica
As memórias do cerne
Que eu não queria

Elas me soam como chibatadas
Elas me doem feito o frio das cavernas

Mário Feijó
16.04.13
Tela: acrílico sobre tela.
 Autor: Mário Feijó
Dimensão: 40X60cm
Título: O dente.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

SANTO ANJO



SANTO ANJO

Santo Anjo
Tu que és
Meu guia e protetor
Tu que iluminas
Todos os meus caminhos
Ajuda-me a decidir meus atos

Santo anjo
Tu que és meu guardião
Ajuda-me a orientar
Outros que perto de mim
Também estejam desorientados
Perdidos...

E que Deus possa
Ajudar a todos nós
A encontrar o caminho da evolução
E do aprendizado eterno
Amém...

Mário Feijó
15.04.13

domingo, 14 de abril de 2013

POR DETRÁS DE UM AMOR PERFEITO



POR DETRÁS DE UM AMOR PERFEITO

Por trás de um amor-perfeito
Escondiam-se teus beijos
Felizes por me verem
Tão próximo de ti...

Havia ali, além dos jasmins
Os suspiros dos girassóis
As borboletas azuis extasiadas
Querendo aproveitar a vida
Nas suas merecidas 24 horas...

Eu tenho a pressa das borboletas
O encantamento dos girassóis
O deslumbramento dos colibris
A angústia das centopeias

Quero viver todos os dias
Como se fosse borboleta
Que cansada no final do dia
Vê sua carruagem virar abóbora...

Mário Feijó
14.04.13  

sexta-feira, 12 de abril de 2013

EU DECIDO OS RUMOS DA MINHA FELICIDADE



EU DECIDO OS RUMOS DA MINHA FELICIDADE

Detesto pessoas que mentem
Que não me olham nos olhos
Que se dizem meus amigos
Porém escondem tudo de mim

Não suporto pessoas infelizes
Que culpam os demais por isto
Que têm inveja de tudo
E que não se deixam amar

Não admito falta de caráter
Pessoas que atropelam os demais
Pensando somente em si
E no lucro que podem ter

Acho inconcebível quem se acha
Melhor que todo mundo
Quem não tem humildade
Quem não pede desculpas ou perdão

É por isto que mesmo
Diante de todas as dificuldades
Eu me contento com o pouco que tenho
E não tenho medo de dizer que sou feliz...

Mário Feijó
12.04.13

A LOUCA QUE EU TANTO AMEI



A LOUCA QUE EU AMEI

Minhas duas avós eram o oposto uma da outra. Uma era branca, a outra negra. Uma era louca, a outra parecia uma santa. Ambas eram lindas e eu as amava. Cada uma de um modo diferente.
É incrível como podemos amar a alguém sem nunca dizer-lhe isto. Eu nunca disse nem a uma e nem à outra, tampouco elas me disseram. Há um tempo atrás as pessoas não falavam muito de amor, tampouco diziam EU TE AMO.
Minha avó Angelina era uma idosa completamente envelhecida, enrugada, alvíssima, sem nenhuma vaidade com uns olhos que pareciam o céu, de tão azuis. Nada é perfeito e desde que eu me lembro por gente ela era senil. Na época dizíamos louca... eu nunca soube se ela sempre fora assim ou tinha ficado com a idade. Nos padrões atuais ela nem era tão velha assim. Minha tia Lourdes hoje faz 84 anos e tem a aparência mais jovem que a que tinha minha avó com 77 anos, quando morreu.
Já minha avó materna era diferente. Era gordinha, mulata, olhos verdes, cheirosa, gostosa e dava vontade de ficar abraçado nela a todo momento. Sempre foi uma benção tê-la por perto e ela me fazia feliz, não só por ser Felicidade o seu nome, mas porque ela era um anjo na minha vida.
Eu não sei os motivos que me levaram a amar estas duas mulheres tão diferentes uma da outra. Não sei se foi a minha responsabilidade social para com elas, desde criança, ou se a razão era simples e biológica.
Hoje eu reflito sobre isto. Reflito sobre nossas convivências e sobre a convivência que tenho com meus netos. Os nossos laços com os avós era mais forte. Eu também me lembro de meus avôs, mas minha interação com eles nunca foi muito relevante e ambos morreram quando eu ainda era uma criança. Tinha menos de 12 anos nos dois casos.
Vale à pena lembrar o forte amor que tive por meus avós.
O mundo mudou e hoje eu não sei se as crianças amam e respeitam os mais velhos como as crianças do meu tempo. Mas sempre houve e há um conflito de gerações em qualquer época da civilização...

Mário Feijó
12.04.13