domingo, 14 de abril de 2013

POR DETRÁS DE UM AMOR PERFEITO



POR DETRÁS DE UM AMOR PERFEITO

Por trás de um amor-perfeito
Escondiam-se teus beijos
Felizes por me verem
Tão próximo de ti...

Havia ali, além dos jasmins
Os suspiros dos girassóis
As borboletas azuis extasiadas
Querendo aproveitar a vida
Nas suas merecidas 24 horas...

Eu tenho a pressa das borboletas
O encantamento dos girassóis
O deslumbramento dos colibris
A angústia das centopeias

Quero viver todos os dias
Como se fosse borboleta
Que cansada no final do dia
Vê sua carruagem virar abóbora...

Mário Feijó
14.04.13  

sexta-feira, 12 de abril de 2013

EU DECIDO OS RUMOS DA MINHA FELICIDADE



EU DECIDO OS RUMOS DA MINHA FELICIDADE

Detesto pessoas que mentem
Que não me olham nos olhos
Que se dizem meus amigos
Porém escondem tudo de mim

Não suporto pessoas infelizes
Que culpam os demais por isto
Que têm inveja de tudo
E que não se deixam amar

Não admito falta de caráter
Pessoas que atropelam os demais
Pensando somente em si
E no lucro que podem ter

Acho inconcebível quem se acha
Melhor que todo mundo
Quem não tem humildade
Quem não pede desculpas ou perdão

É por isto que mesmo
Diante de todas as dificuldades
Eu me contento com o pouco que tenho
E não tenho medo de dizer que sou feliz...

Mário Feijó
12.04.13

A LOUCA QUE EU TANTO AMEI



A LOUCA QUE EU AMEI

Minhas duas avós eram o oposto uma da outra. Uma era branca, a outra negra. Uma era louca, a outra parecia uma santa. Ambas eram lindas e eu as amava. Cada uma de um modo diferente.
É incrível como podemos amar a alguém sem nunca dizer-lhe isto. Eu nunca disse nem a uma e nem à outra, tampouco elas me disseram. Há um tempo atrás as pessoas não falavam muito de amor, tampouco diziam EU TE AMO.
Minha avó Angelina era uma idosa completamente envelhecida, enrugada, alvíssima, sem nenhuma vaidade com uns olhos que pareciam o céu, de tão azuis. Nada é perfeito e desde que eu me lembro por gente ela era senil. Na época dizíamos louca... eu nunca soube se ela sempre fora assim ou tinha ficado com a idade. Nos padrões atuais ela nem era tão velha assim. Minha tia Lourdes hoje faz 84 anos e tem a aparência mais jovem que a que tinha minha avó com 77 anos, quando morreu.
Já minha avó materna era diferente. Era gordinha, mulata, olhos verdes, cheirosa, gostosa e dava vontade de ficar abraçado nela a todo momento. Sempre foi uma benção tê-la por perto e ela me fazia feliz, não só por ser Felicidade o seu nome, mas porque ela era um anjo na minha vida.
Eu não sei os motivos que me levaram a amar estas duas mulheres tão diferentes uma da outra. Não sei se foi a minha responsabilidade social para com elas, desde criança, ou se a razão era simples e biológica.
Hoje eu reflito sobre isto. Reflito sobre nossas convivências e sobre a convivência que tenho com meus netos. Os nossos laços com os avós era mais forte. Eu também me lembro de meus avôs, mas minha interação com eles nunca foi muito relevante e ambos morreram quando eu ainda era uma criança. Tinha menos de 12 anos nos dois casos.
Vale à pena lembrar o forte amor que tive por meus avós.
O mundo mudou e hoje eu não sei se as crianças amam e respeitam os mais velhos como as crianças do meu tempo. Mas sempre houve e há um conflito de gerações em qualquer época da civilização...

Mário Feijó
12.04.13

quinta-feira, 11 de abril de 2013

DEVASSA



ÉS DEVASSA

O teu corpo vadio
Entrega-se ao primeiro que acena
E lá tu vais deitar-te
Como se foras uma cadela vadia

És pior do que elas
Ages como animal no cio
Disputando teus machos
Querendo com todos deitar

És pior do que elas
Porque as vadias cobram por tempo
E tu não tens tempo
Nem mesmo para o sexo cobrar

És coelha insaciável
Rio em dias de enchente
Lava borbulhante em erupção
Tsunami destruindo o que encontra pela frente...

Mário Feijó
11.04.13

TIMIDEZ CURIOSA



TIMIDEZ CURIOSA

Papéis escritos
Para um analfabeto
Tem o mesmo valor
Para um gato curioso

O analfabeto não sabe
O que dizem os papéis
O gato não sabe o que significam
Mas ambos estão curiosos

O gato brinca
O analfabeto folheia
O gato joga pros lados
O analfabeto o mantém virado

O gato apenas quer brincar
O analfabeto tem o desejo intimo
De um dia poder ler
E pela timidez de um gato aprender...

Mário Feijó
11.04.13