sexta-feira, 23 de novembro de 2012

LOUCURA



LOUCURAS

Eu gosto quando chegas
E me Jogas na cama
Mordendo todo o meu corpo
Arrancando a minha roupa
Dizendo “hoje eu te como todo”...

Só de pensar meus pelos eriçam
Minha cabeça roda
E eu tomo algo
Porque a cabeça gira
E a boca fica seca...

É claro que não fazes nada disto
Mas minhas fantasias
Não me impedem de querer
De pensar que tu farias tudo isto
E que poderia ser êxtase...

Mário Feijó
23.11.12

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O VELUDO



O VELUDO

Há entre nós dois
Um vácuo tão grande
Que nem os ecos sobrevivem

Há vãos entre nossos corpos
Protuberâncias entre minhas coxas
Que quase são incompatíveis com as tuas
Não têm problemas, eu me adapto...

No entanto o veludo
Dos teus carinhos
São lenitivos certos
Capazes de curar meus males

És quase tão cruel
Quando estabeleces preço ao amor
Quanto eu que por carência
Aceito as condições estabelecidas...

Mário Feijó
22.11.12


AMOR BIZARRO (OU SERIA BANDIDO?)




AMOR BIZARRO (OU SERIA BANDIDO?)

Oi! Antes de matar-te
Eu queria te dizer
Que esqueci de falar:
“Eu te amo”...

Porém isto já não importa
A faca que atravessou teu coração
Acabou com a possibilidade
De colocar dentro dele amor

Cabe lá agora
Somente as flores
Que com carinho cultivei
Especialmente para te dar

Agora não importa mais
Que tu tenhas partido
Que tenhas me deixado dividido
Entre a culpa e a solidão...

Mário Feijó
22.11.12

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

SOLITÁRIA?





SOLITÁRIA?

Quando eu era criança
De tão magro diziam
Que havia dentro de mim
Uma voraz solitária...

Enganavam-se! Eu não comia o suficiente
Porém passei a acreditar
Que tudo o que comia sustentava o verme
Que morava no meu interior...

Acabei por me tornar
Um ser acompanhado
Porque dentro de mim
Morava uma companheira...

Hoje compreendo melhor a vida
Sei que não tenho mais companhia
Foi aí que descobri
Que o solitário era eu...

Mário Feijó
21.11.12

P.S. desculpem a temática, mas ontem lembrei deste assunto e resolvi brincar com ele...

terça-feira, 20 de novembro de 2012

PENSAMENTO DO DIA

(Foto: Marciano - site: www.olhares.com.pt)



Temos que ter a humildade de aceitar que estamos nesta vida para aprender, então não perca a oportunidade de participar de todos os eventos que a vida te proporciona, sejam eles fatos da natureza, a leitura de um livro, um poema, um filme ou simplesmente estendendo os braços para um abraço...

Mário Feijó

O MISTÉRIO DA LUA CRESCENTE



O MISTÉRIO DA LUA CRESCENTE

Eu poderia ter vivido e sobrevivido sem conhecer a delícia de estar contigo. Foste do jeito que eu sempre sonhei: corpo cheiroso, beijos ardentes, alguém que fazia amor como ninguém jamais soube fazer. Pele macia, gostosa, boca deliciosa que sabia beijar e que me falava de amor, do jeito que eu queria ouvir.
Tudo durou apenas um mês e eu voltei à minha antiga solidão. O tempo parou. Nada mais aconteceu de novo e até a lua continua crescente há muitos dias. Tenho a impressão que ela não sai mais do lugar. Será que no resto do mundo ela continua a crescer? Aqui no meu quintal não.
Hoje resolvi sair, caminhar, o sol estava totalmente aberto, sem nenhuma nuvem. De repente olho para o céu e lá estava a lua novamente a me acompanhar. Parecia meio entristecida, mas não me abandonava nem durante o dia. Quero ver esta noite se ela fará plantão em minha janela...
E o tal amor-perfeito? Eu sabia que amor perfeito ele não era. Talvez até fosse uma flor de cactos que abre por uma noite e quando o sol desponta morre, apodrece. Eu sabia que era uma pedra falsa, mesmo assim deixei me enganar, eu queria me iludir, acreditar que poderia ser feliz, que tinha este direito.
Acabei me mudando para um reino encantado e fiz de nós “sapos” príncipes encantados. Contento-me com tuas roupas intimas que ficaram esquecidas em meu quarto. Ligo para o teu telefone e só ouço mensagens de “deixe seu recado”, mas eu não quero deixar recados, eu quero te ouvir, quero saber o que houve para que te fosses sem nem me dizer adeus.
Tudo foi tão bom, mas se era só para eu ter provado a felicidade de ter conhecido você eu preferia ter continuado como estava antes de te conhecer. Dói muito mais provar e ficar na saudade do que sonhar com amores platônicos.
Agora vivo a frustração de que ninguém será perfeito como foste. E minha cama parece enorme sem ti. Os meus dias ficaram vazios e eu sinto falta do teu sorriso que era a luz que me iluminava.
Sei que voltarás, mas o tempo parou pra mim enquanto pra ti a vida continuou. Não seremos mais os mesmo porque terás mudado e eu parei no tempo enquanto te esperava...
E a lua? A lua continua no céu pela metade, feito eu aqui na terra...

Mário Feijó

(foto: Laurence Leveder - França)
20.11.12