quinta-feira, 22 de novembro de 2012

AMOR BIZARRO (OU SERIA BANDIDO?)




AMOR BIZARRO (OU SERIA BANDIDO?)

Oi! Antes de matar-te
Eu queria te dizer
Que esqueci de falar:
“Eu te amo”...

Porém isto já não importa
A faca que atravessou teu coração
Acabou com a possibilidade
De colocar dentro dele amor

Cabe lá agora
Somente as flores
Que com carinho cultivei
Especialmente para te dar

Agora não importa mais
Que tu tenhas partido
Que tenhas me deixado dividido
Entre a culpa e a solidão...

Mário Feijó
22.11.12

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

SOLITÁRIA?





SOLITÁRIA?

Quando eu era criança
De tão magro diziam
Que havia dentro de mim
Uma voraz solitária...

Enganavam-se! Eu não comia o suficiente
Porém passei a acreditar
Que tudo o que comia sustentava o verme
Que morava no meu interior...

Acabei por me tornar
Um ser acompanhado
Porque dentro de mim
Morava uma companheira...

Hoje compreendo melhor a vida
Sei que não tenho mais companhia
Foi aí que descobri
Que o solitário era eu...

Mário Feijó
21.11.12

P.S. desculpem a temática, mas ontem lembrei deste assunto e resolvi brincar com ele...

terça-feira, 20 de novembro de 2012

PENSAMENTO DO DIA

(Foto: Marciano - site: www.olhares.com.pt)



Temos que ter a humildade de aceitar que estamos nesta vida para aprender, então não perca a oportunidade de participar de todos os eventos que a vida te proporciona, sejam eles fatos da natureza, a leitura de um livro, um poema, um filme ou simplesmente estendendo os braços para um abraço...

Mário Feijó

O MISTÉRIO DA LUA CRESCENTE



O MISTÉRIO DA LUA CRESCENTE

Eu poderia ter vivido e sobrevivido sem conhecer a delícia de estar contigo. Foste do jeito que eu sempre sonhei: corpo cheiroso, beijos ardentes, alguém que fazia amor como ninguém jamais soube fazer. Pele macia, gostosa, boca deliciosa que sabia beijar e que me falava de amor, do jeito que eu queria ouvir.
Tudo durou apenas um mês e eu voltei à minha antiga solidão. O tempo parou. Nada mais aconteceu de novo e até a lua continua crescente há muitos dias. Tenho a impressão que ela não sai mais do lugar. Será que no resto do mundo ela continua a crescer? Aqui no meu quintal não.
Hoje resolvi sair, caminhar, o sol estava totalmente aberto, sem nenhuma nuvem. De repente olho para o céu e lá estava a lua novamente a me acompanhar. Parecia meio entristecida, mas não me abandonava nem durante o dia. Quero ver esta noite se ela fará plantão em minha janela...
E o tal amor-perfeito? Eu sabia que amor perfeito ele não era. Talvez até fosse uma flor de cactos que abre por uma noite e quando o sol desponta morre, apodrece. Eu sabia que era uma pedra falsa, mesmo assim deixei me enganar, eu queria me iludir, acreditar que poderia ser feliz, que tinha este direito.
Acabei me mudando para um reino encantado e fiz de nós “sapos” príncipes encantados. Contento-me com tuas roupas intimas que ficaram esquecidas em meu quarto. Ligo para o teu telefone e só ouço mensagens de “deixe seu recado”, mas eu não quero deixar recados, eu quero te ouvir, quero saber o que houve para que te fosses sem nem me dizer adeus.
Tudo foi tão bom, mas se era só para eu ter provado a felicidade de ter conhecido você eu preferia ter continuado como estava antes de te conhecer. Dói muito mais provar e ficar na saudade do que sonhar com amores platônicos.
Agora vivo a frustração de que ninguém será perfeito como foste. E minha cama parece enorme sem ti. Os meus dias ficaram vazios e eu sinto falta do teu sorriso que era a luz que me iluminava.
Sei que voltarás, mas o tempo parou pra mim enquanto pra ti a vida continuou. Não seremos mais os mesmo porque terás mudado e eu parei no tempo enquanto te esperava...
E a lua? A lua continua no céu pela metade, feito eu aqui na terra...

Mário Feijó

(foto: Laurence Leveder - França)
20.11.12

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

À TUA ESPERA



À TUA ESPERA

Conto as horas que passam
Os dias, as noites e os gemidos do vento
Tudo parece o mesmo
Até a lua crescente de ontem
Hoje estava no mesmo lugar
Eu também, porém tu não voltas...

O que será que acontece contigo
Enquanto eu fico à espera?
Era só o que eu queria:
Que tu estivesses aqui, agora...

O meu corpo sofre
A abstinência da tua ausência
A Minh’alma parece sumir
Feito água que se infiltra numa rachadura...

Mário Feijó
19.11.12

ESQUECENDO DE MIM



ESQUECENDO DE MIM

Parece que tudo parou
Faz três dias que olho para o céu
E a lua crescente continua no mesmo lugar
Fico com a impressão que não cresceu
Está vazia feito eu...

As pessoas continuam suas vidas
O vento é o mesmo
Gemendo em minha janela
Como se me cobrasse uma reação

Parei de ter expectativas
Cansei de tudo, até de sofrer
Então tudo parece também parar
Feito a lua permanente no céu

Só minha velhice continuou a toda velocidade
Eu ganhei mais rugas
Os cabelos encanecem
E a minha memória quer
Que eu esqueça de mim...

Mário Feijó
19.11.12