MUNDO ENCANTADO
Eu que pensei que vivia num muno encantado, onde ninguém
mente, onde a verdade impera.
Achei que aquela “perereca” (ou sapo, sei lá, não sei muito a
diferença entre um e outro) fosse um bicho que futuramente se transformaria. Nada
de futuro havia naquela situação e do “futuramente” só mentiras restaram.
Sempre fui uma criança sonhadora, daquelas que transforma
lixo em arte. Daquelas que cantam para alegrar o dia e a vida. Daquelas que
parou de fazer arte, depois que cresceu, porque ninguém lhe dava valor. Mas é
isto o que acontece com todos os artistas, salvo raríssimas exceções.
No entanto, percebo que, ainda, sou um sonhador. Ainda me
encanto pela vida, mesmo depois de tantas decepções. Parei com a arte, só não
parei de escrever porque no dia que eu parar de fazer isto, pode ter certeza,
deixei de pensar. Eu quero transformar o mundo. Cansei de catar o lixo dos
outros, lixo de gente burra e ignorante. Quero me transformar! Deixar de ser
larva e voar: é o meu sonho de borboleta.
Eu queria
acreditar nas pessoas, porém, elas mentem deslavadamente com a maior “cara de
pau”. É que eu sou sensível e sensitivo. Quando não sinto, o vento me conta. Mas
eu pergunto: por que mentir? Há necessidade disto? Será que suas consciências
não pesam?
Ah! Eu
já tive muitos sonhos. Foram todos embora. Não sei se a idade me transformou em
cético ou cínico. Eu parei de confiar. Estou deixando a vida me levar. No entanto ainda
acredito nela e que a vida que tenho pela frente não será decepcionante.
Ah! Minhas
princesas, meus príncipes, meus sapos e pererecas coaxantes na lagoa rasa, de água
cristalina, que reflete o céu azul, parecendo tão distante daqui.
Ainda
acredito na natureza e nas forças divinas que nos regem. Acredito no meu anjo
da guarda. Acredito na felicidade que mora em mim e que precisa de tão pouco para
sobreviver.
Porém,
apesar de tantos seres estranhos neste planeta, ainda acredito em “meu mundo
encantado” e vou apostar que o planeta será um lugar para se viver.
Acho
que voltei a sonhar! Quem é vivo não perde esta mania...
Mário
Feijó
15.07.24
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