quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

PENSAMENTO É PASSARINHO APRENDENDO A VOAR



PENSAMENTO É PASSARINHO APRENDENDO A VOAR

Não ria quando não tiver vontade
Pode parecer falta de juízo
O choro que virá

Se tiver motivos para rir
Sorria muito pois o sorriso
Atrai a alegria e a tristeza
Dela não é amiga...

Um bom sorriso
Descortina o quarto fechado
Que se esconde
Dentro dos seus pensamentos...

E pensamento é sonho
Que não deve ser evitado.
Pensamento é passarinho
Aprendendo a voar...

Mário Feijó
06.02.13

FORA SOLIDÃO



FORA SOLIDÃO

Algumas vezes a solidão
Entra em minha vida
Por frestas que nem eu
Sabia que estavam abertas

E vai minando o corpo
Como água em um vazamento
Começa numa beiradinha
E quando vemos se espalha por tudo

O pior é que se instala
Como se doença fosse
Dói o coração, dá sono
E quando vemos estamos prostrados

Eu não quero isto pra mim
Posso até estar sozinho
Mas não sofrerei pela solidão
Aproveito estes momentos para me amar mais...

Mário Feijó
03.02.13

AMOR PLURAL



AMOR PLURAL  

Na cama
Dois podem enchê-la
Parecem muitos...

Mário Feijó
07.02.13

ENCONTRANDO A SI MESMO



ENCONTRANDO A SI MESMO

Tem sido redundante e ridículo
Eu tentar me convencer
Da juventude do corpo

Minh’alma parece esclerosada
E se comporta feito menina
Como se eu fosse adolescente

Tudo tem seu tempo
E não podemos parar
Naquele que é
Uma zona de conforto...

Maturidade é perceber a maturidade
E com elegância e sabedoria
Tirar proveito do aprendizado
Que aquele instante nos proporciona...

Eu não vou procurar
Em corpos alheios
A minha juventude perdida
Mas viver a maturidade encontrada...

Mário Feijó
07.02.13

domingo, 3 de fevereiro de 2013

P. S. EU TE AMO



P. S. EU TE AMO

               Todos os dias da minha vida, desde que eu me entendo por “gente” sempre estou preocupado com alguém.
Quando era criança vivia preocupado com minha mãe. Ela tinha a saúde frágil e estava sempre doente. Aquilo me dava muita insegurança. Acho que eu tinha razão, ela morreu com apenas quarenta e seis anos, depois de uma cirurgia.
Tornei-me um adolescente e logo me tornei adulto, com tantas responsabilidades, quase não tive tempo para ser criança, tinha que ajudar a cuidar dos meus irmãos. Algumas vezes, diante da dificuldade pelas quais passamos, eu nem comia direito para sobrar mais para meus irmãos (acho que eles nunca souberam disto). Eu queria que eles estudassem, pois ouvia dizer que só teriam melhores chances se estudassem. Não estudaram além das primeiras séries. No entanto eu fiz faculdade, pós-graduação. Passei a ser visto como o “rico”, o “distante”, mas eles é que se distanciaram de mim pela incompreensão em relação aos meus objetivos na vida. Passei a ser tratado como esnobe (penso que por despeito).
Casei, antes que minha adolescência terminasse e meu foco de preocupação passou a ser meus filhos e um pouco com meu pai que estava viúvo e do qual eu nunca tinha me aproximado. Ele sempre fora distante (éramos seis filhos) e eu não era um dos preferidos... somente o mais velho.
Tentei me aproximar daquele homem, tão querido por todos, mas que era quase um estranho para mim. No entanto ele também morreu antes de completar sessenta anos. Não cuidava da saúde e teve um infarto quatro meses depois que meu filho mais moço fora atropelado e faleceu (eu com trinta anos era pai de quatro filhos).
Nesta época eu já havia casado pela segunda vez. Meu foco ainda era meus filhos, porém tinha agora uma nova família. Estava sempre próximo à minha avó que já tinha mais de 90 anos (sempre fôramos muito próximos). Já escrevi muito sobre a felicidade de conviver com D. Felicidade. Também sempre me preocupava com meus tios... quase nunca comigo.
Depois de duas décadas meu casamento desmoronou e não teve mais solução. Fui embora. Mudei até de estado, não só de cidade. Tive um novo relacionamento que acabou se tornando uma união estável por quase seis anos.
Continuava preocupado com os filhos, agora tinha também uma filha do segundo casamento. Também começaram a aparecer os netos... muitos. Feito ninhada de gatos (hoje já são oito). Acabei chamando pra mim a responsabilidade na educação de três deles (o mais velho hoje com dezessete anos voltou a morar com a mãe, depois de ter morado comigo por nove anos). As meninas ainda moram comigo. Uma agora tem 14 anos e a outra 13.
Estou começando a aprender a me desapegar um pouco. Nunca é tarde para cuidar um pouco de mim. Mesmo depois de tudo isto quero deixar-me um P.S. EU TE AMO! Quem sabe a vida ainda possa me dar uma chance de ser feliz...

Mário Feijó
03.02.13

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O MENINO SE DESCOBRE



O MENINO SE DESCOBRE

Eu que já fui menino
Em algum passado remoto
Sonhava ser adulto
Imaginando como seria o amor

Sonhava que haveria alguém
Destinado somente a mim...
Não foi bem assim
O menino três vezes casou...

Experimentou todas as emoções de adulto
Agora queria amores adolescentes
Nada é como a gente sonha
Ou é a vida que sempre nos mente?

Ser adulto hoje me assusta
Tenho sobressaltos com a velhice
Com o abandono de quem nos ama
Fico assustado com o mundo real...

Mário Feijó
01.02.13