sexta-feira, 4 de julho de 2014

PAIXÃO NACIONAL



PAIXÃO NACIONAL

Hoje é dia de jogo. Há quase um eco de 200 milhões de brasileiros com o coração batendo em um mesmo compasso. Não há como contestar: o futebol é uma paixão nacional. Ainda mais sendo época da copa, jogada no nosso quintal: aí a coisa pega fogo. Tem gente que infarta, outros roem todas as unhas que têm.
É uma beleza ver o país inteiro vibrando numa mesma causa. O país para e todos se sentam numa mesa de bar ou nos sofás disponíveis. Há os, como eu, que desandam a trabalhar e deixam a televisão ligada na expectativa de ouvir um grito de gol. Não consigo ficar quieto sentado ou tomando todas.
Normalmente já há uma polaridade quando é jogo de campeonato estadual. No Rio Grande do Sul é Grêmio e Internacional, o famoso GRENAL. No Rio de Janeiro é Flamengo e Fluminense ou Vasco e Botafogo. Em São Paulo é Santos e Corinthians, quando o São Paulo não está na briga. Em Minas Gerais é Cruzeiro e Atlético. E por aí vai. O país se transforma em final de campeonato. E agora caminhamos para uma final de campeonato mundial – A copa do Mundo – evento que só acontece uma vez a cada quatro anos e a cada vez num canto do mundo. Desta vez somos os contemplados.
Antes da Copa começar até havia aqueles que eram contra, mas foi o jogo começar e tudo se acalmou. O país botou o agasalho e virou técnico. Todos palpitam e o país inteiro joga com as pernas de Neymar. Eu já vi isto antes, todos dependíamos de Pelé, depois todos dependíamos de Ronaldo e num país onde todos os meninos querem ser jogadores de futebol elegemos a cada temporada um Salvador da Pátria. E se o país perde a culpa é sempre do treinador e dos “pernas de pau”. Os ídolos viram Judas e são malhados como se estivéssemos em pleno sábado de aleluia. Só a vitória interessa...
A bem da verdade não queremos mesmo saber se o guri de 22 anos tem perfil psicológico e pernas para aguentar tanta responsabilidade, mas colocamos nele e nos demais “coadjuvantes” a responsabilidade de uma vitória de todos nós. É a frustração que queremos jogar fora; são as decepções da vida que queremos eliminar, então só a vitória interessa.
Sendo assim vamos torcer... e seja lá o que Deus quiser...

Mário Feijó
04.07.14  

quinta-feira, 3 de julho de 2014

TARDES MONÓTONAS?



TARDES MONÓTONAS?

Eu me reúno com amigos para ler, escrever e trocar receitas. O intuito é uma Oficina Literária, mas não conseguimos escapar da arte culinária, afinal tem a hora do lanche.
Passada a hora da leitura onde lemos poesia, crônicas e contos. Fazemos uma parada para o lanche. Hoje foi assim. A Silvânia foi pra cozinha fazer um sagu especial com creme. O cheiro se espalhava pela casa. Eram essências, vinho, baunilha... Tudo atiçava nossas glândulas salivares e imaginação.
A Heloísa foi quem nos recebeu em sua casa, num condomínio fechado – INTERLAGOS – em Osório que é um paraíso, de tão lindo. Lagos, árvores e casas de um bom gosto impar.
De repente a Heloísa me diz: - Ah Mário, não vais me ensinar a fazer aquele teu pão?
Simples assim. Fui lá e peguei o fermento, trigo, gordura, ovos, dois bastam, açúcar mascavo, leite morno e deixei crescer no forno elétrico, pois agora é inverno aqui no sul.
Esqueci de dizer que adicionamos ao pão: granola e nozes pois fica mais saboroso... e a massa é pastosa, não dura.
Voltamos a escrever enquanto o pão cresce e a Silvânia terminava o creme do sagu.
Assim são nossas tardes literárias. Algumas vezes com outras guloseimas. Não é que de repente sai um chá com anis e um bolo formigueiro com coco que a Silvânia tinha trazido na sacola...
Além do encanto destes encontros revezamos cada semana na casa de um. Na semana que vem a tarde será na casa da Maria de Lourdes que já adianto fazer uma torta de maçãs. Tudo isto para que nossas tardes de quinta feira não sejam monótonas.
Quem disse que há monotonia nas nossas tardes????

Mário Feijó
03.07.14

terça-feira, 1 de julho de 2014

MEIAS DE LÃ



MEIAS DE LÃ

Quando chega o inverno
Fico com meus pés gelados
Precisando de algo para esquentá-los
Seja uma bolsa de água quente
Ou uma gostosa meia de lã

O melhor é sempre ter alguém
Que não seja friorento feito eu
Que goste de esquentar o corpo
Com alma fazendo amor
Não alguém que tenha medo de amar

Na falta de um amor urgente
Uma meia que esquenta os pés
Aquece o corpo e a alma
Pelo menos temos mais que calor
Nas frias noites sulinas de inverno

Mário Feijó
01.07.14

segunda-feira, 30 de junho de 2014

O QUE É QUE A MORENA TEM?



O QUE É QUE A MORENA TEM?

Cheia de curvas
A morena requebra
Cantando a música:
“o que é que a baiana tem?”

Boca vermelha, carnuda
Bugigangas penduradas
No pescoço, nas mãos e nos pés

Ela pensa em racismo
Mas vê que o mundo mudou
Hoje há negras atrizes
E até presidente americano

A morena pensa na África
E sai rebolando pela calçada
Guardando no peito amor
E na cabeça muitos segredos de alcova...

Mário Feijó
30.06.14

CAIXAS VAZIAS

CAIXAS VAZIAS

Tenho dúzias de caixas de presentes
Quase todas guardadas vazias
Onde dentro guardo saudades tuas
Em algumas apenas lembranças de amor

São apenas caixas vazias (para os outros)
Para aqueles que nunca viveram
Ou nunca tiveram um grande amor
Dentro delas guardo sorrisos

Não consigo jogá-las no lixo
Eram caixas onde guardavas
Lembranças nossas, fotos antigas,
Quase todas amareladas pelo tempo

Desbotadas pelo suor de mãos vazias
Que tentavam viajar no tempo
Na esperança que tu pudesses voltar...

Mário Feijó
30.06.14