quinta-feira, 3 de julho de 2014

TARDES MONÓTONAS?



TARDES MONÓTONAS?

Eu me reúno com amigos para ler, escrever e trocar receitas. O intuito é uma Oficina Literária, mas não conseguimos escapar da arte culinária, afinal tem a hora do lanche.
Passada a hora da leitura onde lemos poesia, crônicas e contos. Fazemos uma parada para o lanche. Hoje foi assim. A Silvânia foi pra cozinha fazer um sagu especial com creme. O cheiro se espalhava pela casa. Eram essências, vinho, baunilha... Tudo atiçava nossas glândulas salivares e imaginação.
A Heloísa foi quem nos recebeu em sua casa, num condomínio fechado – INTERLAGOS – em Osório que é um paraíso, de tão lindo. Lagos, árvores e casas de um bom gosto impar.
De repente a Heloísa me diz: - Ah Mário, não vais me ensinar a fazer aquele teu pão?
Simples assim. Fui lá e peguei o fermento, trigo, gordura, ovos, dois bastam, açúcar mascavo, leite morno e deixei crescer no forno elétrico, pois agora é inverno aqui no sul.
Esqueci de dizer que adicionamos ao pão: granola e nozes pois fica mais saboroso... e a massa é pastosa, não dura.
Voltamos a escrever enquanto o pão cresce e a Silvânia terminava o creme do sagu.
Assim são nossas tardes literárias. Algumas vezes com outras guloseimas. Não é que de repente sai um chá com anis e um bolo formigueiro com coco que a Silvânia tinha trazido na sacola...
Além do encanto destes encontros revezamos cada semana na casa de um. Na semana que vem a tarde será na casa da Maria de Lourdes que já adianto fazer uma torta de maçãs. Tudo isto para que nossas tardes de quinta feira não sejam monótonas.
Quem disse que há monotonia nas nossas tardes????

Mário Feijó
03.07.14

terça-feira, 1 de julho de 2014

MEIAS DE LÃ



MEIAS DE LÃ

Quando chega o inverno
Fico com meus pés gelados
Precisando de algo para esquentá-los
Seja uma bolsa de água quente
Ou uma gostosa meia de lã

O melhor é sempre ter alguém
Que não seja friorento feito eu
Que goste de esquentar o corpo
Com alma fazendo amor
Não alguém que tenha medo de amar

Na falta de um amor urgente
Uma meia que esquenta os pés
Aquece o corpo e a alma
Pelo menos temos mais que calor
Nas frias noites sulinas de inverno

Mário Feijó
01.07.14

segunda-feira, 30 de junho de 2014

O QUE É QUE A MORENA TEM?



O QUE É QUE A MORENA TEM?

Cheia de curvas
A morena requebra
Cantando a música:
“o que é que a baiana tem?”

Boca vermelha, carnuda
Bugigangas penduradas
No pescoço, nas mãos e nos pés

Ela pensa em racismo
Mas vê que o mundo mudou
Hoje há negras atrizes
E até presidente americano

A morena pensa na África
E sai rebolando pela calçada
Guardando no peito amor
E na cabeça muitos segredos de alcova...

Mário Feijó
30.06.14

CAIXAS VAZIAS

CAIXAS VAZIAS

Tenho dúzias de caixas de presentes
Quase todas guardadas vazias
Onde dentro guardo saudades tuas
Em algumas apenas lembranças de amor

São apenas caixas vazias (para os outros)
Para aqueles que nunca viveram
Ou nunca tiveram um grande amor
Dentro delas guardo sorrisos

Não consigo jogá-las no lixo
Eram caixas onde guardavas
Lembranças nossas, fotos antigas,
Quase todas amareladas pelo tempo

Desbotadas pelo suor de mãos vazias
Que tentavam viajar no tempo
Na esperança que tu pudesses voltar...

Mário Feijó
30.06.14

domingo, 29 de junho de 2014

FLORES VERMELHAS



FLORES VERMELHAS

Neste momento sou apenas
A criança insegura
Que derrama lágrimas
Por sentir-se perdida
E me deixo levar
Pelos abraços do vento
Meu senhor - o tempo -
Que eu vejo partir.
E sem horas perdidas
Vivo minha vida
Semeando sementes
Para girar o sol
Que feito carrossel dispara
Numa tarde chuvosa
Criança chorosa
Que só pede colo
Porque se espetou
Nas flores vermelhas...

Mário Feijó
29.06.14