segunda-feira, 5 de maio de 2014

ESTÁTUA DE PEDRA



ESTÁTUA DE PEDRA

Quisera eu que houvessem
Flores em teus braços na partida
Mas só havia um sorriso irônico
Meio cínico, meio “approach”
Na hora do adeus...

Eu me senti lesado
Com a tua rejeição
Dizias ter o cérebro vazio
E não saber amar, mas
Amar se aprende amando
Já profetizou Drummond...

Sinto-me como se tivesse
Aberto os olhos para Medusa
E virado estátua de pedra

Pareço não ter mais encanto
Quem eu quero não me quer
E quem me quer perde seu tempo
Tudo loucura, de um poeta neste momento...

Mário Feijó
05.05.14  

sábado, 3 de maio de 2014

quinta-feira, 1 de maio de 2014

MORRENDO DE SAUDADES



MORRENDO DE SAUDADES

As luzes da cidade acendem-se
Quando no horizonte
O alaranjado das nuvens –
Denominados arrebol –
Anunciam o anoitecer

E num misto de alegria e dor
Passo o final da tarde
Ouvindo os recados e gemidos do vento
Como se te anunciassem à minha espera

Queria abrir as janelas do décimo terceiro andar
E voar para a “nossa” casa
(penso que minh’alma ainda mora lá)
E recolher da lareira restos de cinzas da tua saudade

Não há mais quintal onde eu moro
A tua cachorra mora agora com crianças
Não tem mais o teu colo, nem o meu
E está sofrendo do coração (contaram-me)
Deve estar morrendo por saudades nossas

Mário Feijó
01.05.14

quarta-feira, 30 de abril de 2014

DEPENDENDO DA HORA



DEPENDENDO DA HORA

Tão frágil (aparentemente)
Feito a hortelã no quintal
Que quando macerada
Exala um odor agradável

Tão forte (aparentemente)
Quanto um diamante
Que tudo corta sem piedade
Mas que dependendo do toque
Fragmenta-se facilmente

Tão doce (espontaneamente)
Quanto é o mel de abelha
Que pode adoçar, alimentar ou
Ser usado como medicamento

Tão acre (esporadicamente)
Quanto o vinagre que tempera
Que já foi usado como antibiótico
Também equilibra o organismo

Sou assim dependendo do momento
Da situação e de quem comigo esteja
Se você se der eu me dou
Se me provocar eu me defendo
Mas se não se cuidar eu te envolvo com amor...

Mário Feijó
30.04.14