OLHOS QUE NADA VEEM

OLHOS QUE NADA VEEM

Por que será

Que teus olhares já não são pra mim

Será que teus olhos

Já não mais me enxergam?

E teu amor

Que parecia tão meu

Agora já nem tocas a minha pele

Nem sacias os meus beijos

O que é que eu faço

Com este meu desejo

Que corrói a minh’alma

E meu corpo atormenta...

Fico com a impressão

De ser nada pra você, de ser invisível,

Aos teus olhares

Porque nem a luz do sol me esquenta mais...

Mário Feijó

24.03.14

DIAS DE DOR E SOLIDÃO

DIAS DE DOR E SOLIDÃO

O ser humano é tão complicado:

Não percebe quando o outro sofre

A não ser que ele grite de dor,

De fome ou sede para ser notado

                              

Há uma insensibilidade,

Falta de solidariedade,

E se o outro sofre por algum motivo

A maioria afasta-se, fingindo não ver

Mesmo quando fazemos tudo

Por quem está perto de nós

Quando somos nós quem precisa

Todos estão ocupados com atividades banais

Algumas vezes nos escondemos na dor

Para não fazer o outro ter dó de nós

Mesmo assim ninguém se aproxima

Nem que seja para oferecer um copo com água...

Mário Feijó

23.03.14

PHÊNIX

PHÊNIX

Eu guardo em meu peito

As saudades das tuas risadas

Porque eu sinto falta do teu sorriso

Quando deito e quando acordo

E toda vez que a lua se renova

Tenho a esperança de que

Tudo não tenha passado de um pesadelo

E eu te veja correndo pra mim sorrindo

Dizem que a Fênix

Renasce das cinzas

E tu que parecias

Renascer todos os dias

Desta vez bateste as asas

Ficou em mim o teu cheiro

O teu riso, tua fala solta

E os meus natais

Que não serão mais iguais...

Mário Feijó

22.03.14  

QUANDO REINA A PAZ

QUANDO REINA A PAZ

Era a primeira tarde de outono

No mar apenas alguns surfistas

Procurando as melhores ondas

No calçadão da beira-mar

Moradores faziam exercícios e caminhadas

No parque da pracinha

Algumas crianças balançavam-se

Enquanto os quero-queros

Cuidavam dos filhotes ainda pequenos

O cenário é típico dos mares do sul

Chamados no Rio Grande de Litoral Norte

Seja em Torres, Capão da Canoa ou Tramandaí

Reina novamente a paz para aqueles

Que moram o ano inteiro na praia...

Mário Feijó

21.03.14

QUANDO SE DIZ INVERDADES

QUANDO SE DIZ INVERDADES

Ela mirou um gato

Mas acertou no mato

Duas arapongas que gritavam

E longe no lago

Cai um pato morto

Bem na beira do rio

Saltaram sapos e lagartos

Todos assustados

Mas solidários ao pato morto...

Mário Feijó

21.03.14