quinta-feira, 6 de março de 2014

RIOS QUE CORREM PARA O MAR



RIOS QUE CORREM PARA O MAR

Por que será
Que sempre sonhamos
Com o que não temos
Com o que parece impossível?

Não valorizamos
Aqueles que nos amam
Corremos sempre atrás
Daqueles que nos desprezam!

A vida parece-me
Composta de desencontros
Sol e lua, estrela no céu
Ama estrela do mar

Os rios poderiam ficar parados
Mas correm desesperadamente
Ao encontro do mar
E dentro dele desaparecem...

Por que será?
Por que será que você foge de mim?
Será que és o meu mar?

Mário Feijó
06.03.14

quarta-feira, 5 de março de 2014

CURVE-SE...



CURVE-SE...

Curve-se diante de Deus
Curve-se aos ventos e intempéries
Curve-se diante dos animais
Curve-se à sabedoria
Curve-se diante do amor
Curve-se diante das tempestades
Curve-se diante dos mais velhos
Curve-se para orar

Porque haverá um dia
        Em que nem orações
                Farão sua vida mudar

Deus é bondoso, mas inclemente
O mesmo acontece com as intempéries
Animais dão amor a quem sabe amar
Não se curvar diante da sabedoria é burrice
O amor sem entrega não funciona
As tempestades podem ser impiedosas
Não aprender com os mais velhos pode custar caro

Curve-se para agradecer seus dias e noites
É deles que se compõe a sua vida...

Mário Feijó
05.03.14


http://www.recantodasletras.com.br/poesias/4715777



terça-feira, 4 de março de 2014

ARRISCANDO



ARRISCANDO

Eu gosto do cheiro
Que as pessoas têm!
Gosto do gosto de beijos
Do cheiro da pele
Do sabor de jabuticaba madura  

Gosto de ouvir o canto dos pássaros
Que há em seus sorrisos!
Gosto de gente sem preconceitos
Que não têm medo de amar
Por causa do sol ou por causa da lua

Eu gosto de me arriscar em abraços
Cair em seus braços para ver onde vai dar!
E gosto do cheiro da relva
E do salitre do mar...

Uns até me acham despudorado
Outros dizem que não sei amar
Eu só sei que me entrego
Sem nenhum medo de me apaixonar
Porque eu gosto é de gente
E de bicho que não tem medo de amar!

Mário Feijó
04.03.13

segunda-feira, 3 de março de 2014

A MENINA DO PORÃO



A MENINA DO PORÃO

Todos os dias ele era acordado por um choro de menina, mas quando ele se levantava e ia espiar para o local de onde vinha o choro, via sair do porão uma menina que aparentava ter uns sete anos.
Era uma linda garota. Parecia-se com uma boneca que outrora vira na casa de sua tia. Ela usava um chapéu de rendas com uma fita vermelha amarrada ao redor. Usava um vestido também rendado, com rendas num tom creme. Usava um par de sapatos brancos, limpos e reluzentes.
Intrigado, depois de tantas vezes ver aquela situação, neste dia não se contivera e fora até o porão tentar decifrar o que realmente acontecia.
Havia muitas tralhas no depósito daquele porão e lá também estava sua mala de viagens que utilizara quando fora à casa de sua tia. Resolveu abri-la, não sabia se por instinto ou curiosidade, dentro da mala havia uma caixa de bonecas, onde do lado de fora havia uma foto da boneca que deveria ter ali dentro, mas... ela era a cara da menina do porão!!!
Sim aquela fora tinha muita semelhança com a menina que vira várias vezes saindo chorando do porão. Pegou a caixa nas mãos meio assustado e chacoalhou para ver se tinha algo dentro. Escutou um barulho dentro e sentiu algo se mexer.
Correu-lhe um calafrio pela espinha dorsal pensando: “como esta boneca veio parar aqui”. O que será que teria dentro daquela caixa?
Levou-a para a rua, ainda relutante sobre o que fazer com ela...
“Abro ou não abro?” pensou.
No jardim, já com o dia clareando, abriu a caixa e de dentro dela saltou uma família de ratos assustada. Eles haviam usado as roupas da boneca para fazer seu ninho e ter seus filhotes.
Algumas das extremidades da boneca estavam roídas: mãos e pés. E o vestidinho todo emaranhado e sujo.
Juntou a caixa com a boneca, limpou tudo e dentro de casa colocou-a num plástico.
Havia na cidade um hospital de bonecas. Mandou consertar aquele exemplar e o levaria de volta à sua tia, em uma próxima visita.
Aquele ano fora difícil. Tinha ido visitar a tia que adoecera com a morte do marido. Casais que estão muito tempo juntos quando um morre o outro sente demais e sofre por solidão ou saudades. Ou adoece e logo morre...
Achou tudo aquilo muito estranho. Porém a partir daquele dia nunca mais vira ou ouvira a menina do porão chorar.

Mário Feijó
03.03.14

sábado, 1 de março de 2014

POMPEIA



POMPEIA

Tão forte quanto
A força de um vulcão
Que tudo consome
Tudo destrói
Assim é a força
Que contem uma intriga
Destruindo amores
Que pareciam eternos...

Nada mais será como antes
Como aconteceu com Pompeia
Destruída pela força de um vulcão...

Não aprendemos a ser mais humanos
Nem a respeitar o planeta!
A terra que tudo dá
É também capaz de destruir...

Feito o mar tão belo
Que esconde nas suas profundezas
Os segredos de um vulcão que acorda
Provocando uma tsunami de intrigas...

Mário Feijó
01.03.14