PESSOAS
QUE NÃO SABEM AMAR
Há
muito tempo eu fui tachado de “pessoa que não sabe amar”, por uma das minhas
ex-mulheres. Digo uma porque tive três.
Nem
me perguntem o que eu achava deste veredito: injusto, certamente. Eu fazia de
tudo para que ela não percebesse os problemas diários. Resolvia-os
silenciosamente. Não deixava que gastasse seu dinheiro com despesas da casa. Certamente
não era porque não sabia amar.
Eu
achava que era ela quem não sabia me amar, porém eu a amei tanto que o amor
acabou. Assim chegou o dia em que tudo o que eu azia para ela e para protegê-la
voltou-se contra voltou-se contra mim. Ela gastava desordenadamente em vícios e
ainda estourava minha conta.
Tudo
acabou: o amor, o dinheiro e o relacionamento. Hoje eu me considero “freelance”
no amor. Isto porque não achei ninguém a quem devesse amar de verdade ou quem
sabe porque realmente eu não sei amar.
No
entanto eu vejo que as pessoas que não foram muito amadas pela família têm
realmente medo de amar. Elas não se dão ao outro e pensam que amam
incondicionalmente, mas deixar muito a desejar e eu não estou disposto a amar
novamente da forma como já amei e depois ainda ser criticado por não saber
amar.
Certo
ou errado eu sigo procurando um grande amor e, penso que tem um monte de gente
assim. Não que eu pense viver num reino encantado, mas porque penso que é bom
amar e ser amado. Entregar-se sem sustos. O problema é achar alguém que mereça
esta entrega. Enquanto isto eu jogo “pérolas aos pombos” numa sátira horrorosa ao
“pérola aos porcos” porque meus amores estão muito mais para aves voadoras que
para suínos que chafurdam na lama.
Posso
até estar enganado em minha avaliação, mas prefiro um animal ao outro, mesmo que
como alimento, o mais sujo (o porco) é o mais saboroso quando bem preparado.
Enquanto
eu escrevia e pensava meus “pombos” voaram...
Mário Feijó
18.11.13