BRINCANDO
DE CASINHA
Mães
e pais não querem seus filhos meninos brincando de casinha. Preconceito? A maioria
tem medo que tal atitude influencie na sexualidade do menino.
Eu
não sou psicólogo, mas penso que não é por aí. A história de brincar de casinha
é uma preparação para ser “gente grande”.
As
crianças têm pressa em crescer e tentam imitar a quem admiram. Porém há pais que
usam chavões, tipo “isso não é coisa de menino(a)“; “homem não chora”; entre
tantos outros.
A
sexualidade é uma coisa inerente a cada um e só diz respeito à própria pessoa. E
quando você estiver pronto irá praticá-la de acordo com o que gosta de fazer e
com quem gosta, de acordo com os seus próprios desejos que lhe são inerentes. Não
dá para impor desejos e gostos a ninguém. As pessoas até podem se acostumar com
situações que a vida ou circunstâncias impostos. Mas nossos desejos são somente
nossos.
No
entanto aqueles que nunca “brincaram de casinha” e a vida lhe impor morar
sozinho, criando filhos ou uma criança qualquer que apareça em sua vida, ou
pela falta de um parceiro(a) terá mais dificuldades para enfrentar a situação.
Há
também os que acabam brincando de boneca com crianças, quando na realidade a
criança tem aprendemos a lidar com a situação, não dá para fazer de contas.
Sexo
é uma coisa tão particular, tão intima que deve dizer respeito a cada um individualmente.
É uma necessidade fisiológica – todo mundo tem, todo mundo faz – porém não
precisamos sair contando pra todo mundo como se faz.
Ser
homem ou mulher é uma questão de gênero e não necessariamente física. Temos antes
de tudo que aprender a ter caráter e é isto que nos faz homens e mulheres
dignos e não aquilo que fazemos ou deixamos de fazer quando “brincamos de
casinha” ou o que fazemos na cama sexualmente por prazer ou para reprodução.
Há
as exceções, mas isto é uma outra conversa...
Eu
tive que brincar de casinha depois que me separei três vezes, a última em
decorrência de uma morte, e agora tenho que criar sozinho duas netas. Mas acho
que agora já tenho prática para não chamar mais a vida de brincadeira. E nem
por isto deixei de ser a pessoa que hoje sou: um SER HUMANO. Quem quiser julgar
que julgue, mas vamos olhar o "outro" com mais amor e menos
preconceito...
Mário
Feijó
18.07.13