quinta-feira, 27 de junho de 2013

AMIGA SILENCIOSA



AMIGA SILENCIOSA

Quando eu mais precisei
Teus braços me acolheram
E não foi uma, nem duas vezes
Foram muitas...

Sempre silenciosa
Tu me compreendeste
Frondosa me amparaste
E sob a tua proteção eu me refresquei

Outrora, na fome,
Recebi o teu alimento
Além da tua sombra acolhedora
Deste-me o perfume de tuas flores

Não te basta acolher ninhos
Divides minhas angústias
No entanto usando de desculpas
Serraram o teu caule – eu morri um pouco...

Mário Feijó
27.06.13  

quarta-feira, 26 de junho de 2013

NOITES DE SACANAGENS



NOITES DE SACANAGENS

Por estes lados
A lua que ontem se despia
O fazia na mesma hora
Em que nós tirávamos nossas roupas

Hoje ela se esconde
Por detrás de nuvens lacrimosas
Eu não sei se é porque tu
Aqui hoje não estás

Ou se simplesmente
Porque ela é voyeur
E hoje não pode nos assistir

Tu distante ris na solidão
Enquanto a “síndica” (ao lado)
Apura suas antenas pensando ouvir
Nós dois em noites de sacanagens...

Mário Feijó
25.06.13

CHEIRO ADOCICADO DO AMOR



CHEIRO ADOCICADO DO AMOR

Tuas faces
Tua pele rosada
O que fazes?

Não tem cheiro de pele
Mas um cheiro
Quase adocicado de amor

Não tem gosto
Nem desgosto
Agora que o inverno chegou

É apenas uma gota de sêmen
Fruto de uma história de amor

Não espere a lua crescer novamente
Ela inteira se renovou
E tu o que fazes? O que expeles?
É só cheiro doce do amor...

Mário Feijó
26.06.13

terça-feira, 25 de junho de 2013

CARNES DA ETIÓPIA




CARNES DA ETIÓPIA
Quem é firme em seus propósitos molda o mundo a seu gosto

Goethe

As tuas carnes magras
Que tanto me encantam
Lembram antagonicamente
Com humor negro a Etiópia

As crianças choram
A fome do que não têm...
Você chora as mordidas
Que eu dou em tuas carnes...

Enquanto isto o mundo gira
A vida passa feito roda vida
E eu fazendo dos limões
Uma refrescante limonada...

Parece cínico?
Pra mim não é...

Mário Feijó
25.06.13

A ESTRADA DO AMOR



A ESTRADA DO AMOR

Imponha limites à paixão
Ela é um animal peçonhento
Que quando provocado
Dá alguns botes mortais...

Paixão demais às vezes
Ultrapassa os limites do amor
Pode passar pelas estradas do ódio
E até entrar nos campos da loucura!

Somos assim:
Sonho e fantasia
Paixão e loucura
Delírio e prazer...

Aonde estou?
Para onde vou?
Não sei!
Trilho a estrada do amor...

Mário Feijó
25.06.13