sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

HOUVE ENCANTO



HOUVE ENCANTO

Eu não te deixaria
Sonhar sem razão
E depois ficar acordado
Se o motivo não fosse amor

Eu fiquei esperando
Por ti acordado
Vendo o dia nascer
Pensando em um desamor

Até parece que ontem
Não existiu calor
Que não houve um encontro
Que não houve encanto, amor...

Sem ti voltei a ser lua
Ontem cheia
Hoje minguante
A esperar-te crescente...

Mário Feijó
15.02.13

DEPOIS DE UM BEIJO...



DEPOIS DE UM BEIJO...

Há no meio de grãos
Sonhos que perdi
Uns pelo caminho
Um deles quando foste embora

Feito um colibri
Que refresca e beija
A sua rosa preferida
Tu me beijaste dizendo voltar

Não houve adeus
Ao contrário houve um encontro
Deste-me o teu néctar
No final eu me lambuzei

Mas voaste assustado
Penso que não conhecias
Um amor tão grande
Deves ser daqueles que temem amar...

Mário Feijó
15.02.13

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

UM AMOR EM BRASAS



UM AMOR EM BRASAS

Ainda ontem
Eu senti que haviam
Muitas cinzas e
Poucas brasas no amor

Sai à procura de lenha
Quero uma nova fogueira
Sei que é carnaval quase todos os dias
E a maioria pula feito pipoca

Eu quero fogueira
Feito aquelas de São João
Brasas que assem as carnes
Que me dêem água na boca
Até antes de comê-las...

Ainda ontem eu te achei
Degustei por toda a noite
Hoje estou aqui
Roendo os ossos do que sobrou...

Mário Feijó
14.02.13  

CICLOS



CICLOS

O horizonte tinge-se
De rosa e laranja
Enrubescendo a lua pálida
De um vermelho quase púrpura

Nos braços da noite
O dia se perde
Inspirando poetas enamorados

Indiferente a tudo
A noite cumpre sua trajetória
Quando ao amanhecer
Uma nova luz surge...

A cada noite que termina
Novos ciclos se renovam
Trazendo a esperança
À luz de um novo dia...

Lu Nalbort e Mário Feijó
12.02.13

PEIXINHOS AZUIS



PEIXINHOS AZUIS

Desde menino eu crio peixinhos ornamentais. Os peixinhos no inicio eram apenas piavinhas que eu pegava num córrego, perto da minha casa. Os primeiros filhotes eu colocava dentro de uma velha panela de barro com água...
                Um dia minha mãe foi visitar minha tia no Rio de Janeiro, eu não tinha mais que dez anos. Quando ela voltou trouxe-me de presente um saco de plástico com água e dois peixinhos azuis (trigogáster).  
                Lembro até hoje o mimo. Primeiro porque em Florianópolis não haviam pet-shop para venda de peixinhos. Segundo porque eu não conhecia peixinhos azuis. Terceiro porque minha mãe viajara de ônibus por mais de vinte horas e me excitava e fascinava o fato dos peixinhos sobreviverem àquela viagem (descobri que o vendedor colocou oxigênio extra no saco).
                Até hoje crio peixinhos dentro de casa (tenho três aquários), hoje sofro menos quando um morre, pois eles não têm vida muito longa. E eu cada vez mais tenho aparelhos sofisticados para não precisar trocar a água do aquário e manter adequado aquele micro-cosmos aquático...
               Eu continuo o mesmo menino encantado com a água e suas pequenas criaturinhas. Descubro nelas a paz e a tranquilidade que eu quero pra mim e me harmonizo nela...

Mário Feijó
14.02.13