quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

PAGANDO PRA VER



PAGANDO PRA VER

Um amigo me leu
E disse quero ver
No que isto vai dar

Eu lhe afirmo
Que não dará em nada
Poemas são flores
Só sente o perfume
Quem tem bom olfato

Amor escondido em versos
São metáforas
Que os poetas costuram
E só os que tem “feeling”
São por eles tocados...

A ideia dos poemas
É fazer quem os lê
Descobrir um novo olhar
Uma nova maneira de viver...

Mário Feijó
21.12.12

SONHOS DE MENINO



SONHOS DE MENINO

Eu já tive muitos sonhos
Sonhos de menino em que as fantasias
São sempre reais, nada se desfaz e tudo
Tudo acontece em qualquer manhã

Eu já tive sonhos de adolescente
Onde tudo tem que ser rápido
Ou a gente troca de sonho
E no outro dia já se escolhe algo diferente

Eu já tive sonhos de adulto
Onde a gente batalha
E coisas acontecem
Os sonhos impossíveis... esquece!

Agora, quase parei de sonhar
Contento-me com viver
Em ter saúde todos os dias
E esperar o que vai acontecer...

Mário Feijó
20.12.12

SOB A LUZ DO SOL



SOB A LUZ DO SOL

Tem gente cometa
Satélite careta
Sem luz própria
Que precisa da luz alheia
Para poder brilhar...

Há outros
Verdadeiros sóis
Que têm luz pra si
E para outros satélites...

Somos assim:
Uns astros sem luz
Outros, estrelas brilhantes
Todos cumprindo missões...

Eu conheço satélites
Que pensam ser estrelas
Conheço cometas que nem rastros deixam
E fico feliz sempre sob a luz do sol...

Mário Feijó
20.12.12

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

SE O MUNDO ACABAR



SE O MUNDO ACABAR...

Eu sinto que o mundo não acabará, nem por estes dias, nem por agora. De tempos em tempos esta preocupação surge e alguém apresenta uma previsão funesta que se espalha e incomoda as pessoas.
Esquecemos que o planeta existe há muitos milhares de anos. Que a evolução do homem ocorre há milhões de ano e os poucos 2000 anos da civilização cristã ocidental não é tanto assim, se olharmos para o planeta com uma visão mais científica. Portanto não há com que nos preocuparmos, continuamos evoluindo.
No entanto se analisarmos o planeta com um olhar um pouco mais religioso devemos pelo menos pensar que Deus se preocupou em não deixar que descobríssemos nem a nem a hora da nossa morte, imagine se deixaria que descobríssemos o momento exato da destruição da sua criação mais perfeita(?). Claro que não... Quanto à criação mais perfeita, não penso assim, mas a religião diz que sim, principalmente quando afirma que Deus nos fez à sua imagem e semelhança...  
Além do mais somos muito pretensiosos ao pensar que nesta galáxia, com mais de duzentos milhões de planetas somos os únicos seres inteligentes e vivos (seria o homem mesmo inteligente destruindo o planeta do jeito que faz?) quando se sabe que igual a esta galáxia existem outros tantos milhões de galáxias, com outros tantos milhões de planetas... É muito complexo, mas cientificamente já se sabe que isto é verdade.
De qualquer forma sempre é um momento que devemos usar para refletir. A vida é para ser vivida intensamente como se cada momento fosse o último. Temos que usar mais o amor, em relação a nós e aos outros. Coisas pequenas, dificuldades, acumulo de riqueza, brigas em família têm que ser superados, sublimados. Só assim estaremos evoluindo, quiçá ganhando o nosso brilho de “estrelas”...
Que Deus nos abençoe todos os dias de nossas vidas e que possamos ser melhores a cada dia. Que tenhamos a humildade como veste e a caridade como instrumento para que possamos passar do estágio de simples mortais para seres de luz que em algum momento deixa um rastro meteórico por onde tenha passado...
De qualquer forma para não fugir do tema: se o mundo acabar que eu possa levar em meu coração um pouco do amor que doei às pessoas e que nem sempre foi entendido e compreendido, mas com certeza também levarei muito deste pouco que por ventura recebi porque com certeza o perdão sempre foi minha prioridade, mesmo que tudo o que me foi feito tenha deixado cicatrizes e o que eu fiz aos outros, inconscientemente ou inconsequentemente não fique cravado no peito em forma de mágoas porque eu nunca quis isto pra mim, então também nunca pretendi aos outros...

Mário Feijó
19.12.12

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

NÃO EMPURRA, PORRA!



NÃO EMPURRA, PORRA!

                Tenho andado por cidades, grandes e pequenas, aqui e acolá e tenho observado a adaptação dos pombos no ambiente urbano, por mais inóspito que ele seja.
                Quando estive em Cabo Frio, no Rio de Janeiro, observei que eles comiam até peixe frito. No mercado público de Florianópolis eu os vi comendo queijo, pirão de feijão e pipoca doce.
Mas hoje eu estava na piscina do prédio em que já morei por mais de 20 anos, no Bairro do Estreito, em Florianópolis. Estava sozinho e eles tentava se aproximar da água pela borda pela borda para bebê-la. O volume de água era quase o mesmo da medida do pescoço deles, mas os menores e as fêmeas escorregavam e não conseguiam bebê-la. Vi um macho que se esticava quando uma fêmea ao se aproximar acabava empurrado o que tentava beber n’gua. Até que uma determinada hora ele se rebelou e arrulhando bravo enxotava-a. Parecia que eu estava vendo adolescentes se empurrando e nesta hora era como se eu ouvisse adolescentes dizendo uns para o outro: “não empurra, porra!”.
Os bem-te-vi não tinham problema algum e disputavam o mesmo espaço com os pombos nesta hora, no entanto eles davam um bote n’água e saiam voando para se chacoalharem no corrimão da escada.
Os pombos continuaram por mais de uma hora tentando beber a água da piscina, num ir e vir sempre escorregando e voando para o alto das antenas. Depois voltavam.
Observei que uns pareciam ser mais espertos e saltavam no último degrau da escada que ficava um ou dois centímetros dentro d’água. Enquanto isto na borda continuava o empurra-empurra e os que se rebelavam arrulhando: “não empurra, porra!”

Mário Feijó
18.12.12