domingo, 2 de dezembro de 2012

A FORÇA DOS VENTOS E DO AMOR





A FORÇA DOS VENTOS

“faça o que puder, onde você está, com o que você tem”
Theodore Roosevelt

O que faço eu agora
Sem a tua força vital
Que impulsionava os meus dias?

Já não ouço o barulho do mar
Já não vejo a lua refletida
Já não piso nas areias fofas
Das dunas atrás de casa...

O que será que fazem os cata-ventos
Quando param os ventos?
Será que consomem suas energias
Ou esperam por outros ventos?

Eu já não sei mais de mim
Já não converso com os ventos
Estou consumindo a energia
Que tu geravas em mim...

Mário Feijó
02.12.12

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

VOCÊ EM MEU SONHO



VOCÊ EM MEU SONHO

Maldito seja você
Já te matei trinta vezes este mês
E nem recebi trinta moedas por isto
E te mato por prazer
Só pra te ver saindo da minha saudade

Eu não te quero em sonhos
Nem tão pouco de forma abstrata
Eu te quero concretamente
Ontem eu vi que até a lua
Já se encheu de mim...

Eu não mataria meus sonhos
Mas este eu tenho
É o sonho de não sonhar mais contigo
Sonhos não bastam, eu queria você...

Morre a cada dia
Todo aquele que não sonha
Então que eu morra todos os dias
Quando sonhar com você
E que eu renasça todas as vezes
Quando em meus braços te ter...

Mário Feijó
28.11.12

ASAS



ASAS

Asas de borboleta
Asas de passarinho
Asas de morcego
Asas de anjinho

                Eu
                Você
                Ela
                Outrem

Não importam as asas
Não importa quem
Importa os sentimentos
Importa amar alguém

                Amizade
                Fraternidade
                Amor
                Sentimentos

O mais importante
Não é quem
O mais importante
São os sonhos, acreditar, querer...

Mário Feijó
28.11.12

terça-feira, 27 de novembro de 2012

SOBREVIVÊNCIA



SOBREVIVÊNCIA

Há dentro do meu peito uma solidão que se agiganta devido a falta de solidariedade. Estar só não é uma coisa que me incomode, mas a solidão do desprezo sim.
Eu até sei que as pessoas têm seus próprios problemas, mas neste ano eu queria um pouco mais de carinho, de atenção para me fortalecer emocional e psicologicamente. Eu não queria afago no ego, eu só precisava de solidariedade. Solidariedade para não sentir culpa, pois mesmo sabendo que não a tinha, porque tudo não passou de fatalidade. No entanto a falta de solidariedade daqueles que se diziam amigos tem esculpido em mim uma “quase” senilidade.
Eu algumas vezes nem acredito que possa superar tudo sozinho, porém nada acontece por acaso...
No entanto eu descobri que sou ainda menor do que já imaginava ser. Os “amigos” sumiram e eu pude ver que os seres que me rodeavam, em grande número, têm costas e em nenhuma delas eu vi asas que pudessem me ajudar a voar.
Eu descobri que são todos humanos, que erramos, que somos frágeis e que estamos muito mais preocupados com o nosso umbigo do que com o que os amigos precisam.
Estou aprendendo pela dor não através do amor, como diz o ditado “quando não aprendemos com amor, aprendemos através da dor”. Eu estou aprendendo a me reconstruir mais uma vez. Não é a primeira vez e talvez também não seja a última que isto irá me acontecer, que perdas acontecerão... estou me reconstruindo a partir de ossos “literalmente” quebrados. Temos que aprender que quer queira ou não somos uma ilha de solitude e que a solidão pode fazer mal, mas a solitude não. Temos que aprender sempre a fazer novas escolhas mesmo quando a vida não te dá muitas alternativas.
Estou aprendendo que “cabrito bom não berra” e, não que eu seja um deles, mas parei de berrar porque o mundo continuou girando. Até a lua já está cheia novamente, só espero que desta vez não seja de mim...
Estamos todos dentro de um buraco negro, sobra-nos a alternativa de sobreviver ou entregar os pontos e quem sobrevive geralmente acaba se fechando e seguindo em frente, um pouco mais calejado, marcado pelo tempo, rugas e cicatrizes vão fazendo parte do corpo e da alma, mas não podemos mudar o estado das coisas e nem viver no passado. Só assim conseguimos ser o que nos é permitido sermos nesta eterna busca pela sobrevivência...

Mário Feijó
28.11.12

AMOR INFINITO



AMOR INFINITO

Eu te esperei
Tu nem tinhas nascido
Eu já te esperava
O tempo passou
Minha espera continuava

Passaram-se horas, dias, meses e anos
E eu ali te esperando
Agora já se passaram décadas
Ou quem sabe séculos
Já não te espero mais...

Quero que saibas
Que minha esperança não morreu
Mesmo sem querer
Eu continuo aqui
Para o caso de resolveres aparecer...

Mário Feijó
27.11.12