quinta-feira, 17 de agosto de 2017

A FESTA DE ANIVERSÁRIO (CONTOS)





A FESTA DE ANIVERSÁRIO (CONTOS)

                Carol estava feliz. Tudo em sua vida estava correndo da melhor forma possível. O filho cada dia ficava mais gracioso e já murmurava as primeiras palavras. Seu casamento com Pedro era um sonho concretizado e tudo se mostrava melhor na vida compartilhada a dois, do que antes já vivera.
Seu aniversário estava próximo, seria no mês de setembro e queria fazer uma grande festa para reunir os amigos e parentes. Seria a prova da sua superação depois de tantas perdas, mas principalmente porque ela transbordava felicidade. Pensou num churrasco e só de pensar já sentia o cheiro, coincidentemente os vizinhos faziam um e o cheiro chegava até ela. Começou a salivar, pensando nisto. Falara com Ana e já encomendara uma torta de abacaxi com recheio de leite condensado e coco.  Os 500 docinhos, falou com D. Rita, pediu desde brigadeiros a olho de sogra. Mas pensou também em encomendar 500 salgados. Afinal de contas eram todos os amigos e a família.
Tudo estava planejado com esmero e antecedência, o salão de festas estava reservado, ali mesmo no condomínio, afinal moravam em um condomínio fechado de primeira classe.
De repente sentira um arrepio, era o tempo mudando e a friagem entrava pelas frestas. Saiu para fecha-las antes que apanhasse um resfriado. Não queria adoecer e que algo saísse errado logo agora que estava tão perto da data.
Enquanto andava pela casa fechando as portas e janelas, sua cadelinha Lili, uma poodle micro-toy corria atrás dela mordendo a calça moletom que usava naquele momento, brincando e latindo querendo fazer festas.
Enfim chegara a data. O tempo havia esquentado. Já era quase primavera e aquele inverno não fora rigoroso. As árvores começavam a florir e no ar havia um perfume de flores que o vento suave se encarregava de espalhar pelo lugar e pela cidade.
Pedro percebia a sua felicidade e argumentava a si mesmo que jamais fora tão feliz. Jamais havia pensado que a vida de casado seria tão boa, como a sua estava sendo. E, depois da adoção do filho tudo ficara ainda melhor. Ele não media esforços para ajudar a esposa e colaborava com tarefas domésticas como trocar a fralda do filho, dar banho e colocar novas roupas na criança. Ajudava também com o asseio da cozinha e vez ou outra fazia um prato especial para o final de semana ou para uma determinada noite, quando abriam um bom vinho e papeavam sobre a vida e o trabalho. Tinham que se cuidar, pois ambos acabaram ganhando peso depois do casamento. Pensou “tenho que malhar um pouco mais”.
Doze de setembro! Chegou o grande dia para Carol distribuíra mais de cem convites pessoalmente e fez outros pelas redes sociais. Quase uma centena delas havia chegado. Viu que poucos faltavam.
No pátio havia um toldo onde um D.J. tocava músicas da atualidade e muito dançantes. Haviam combinado que depois ele faria uma sessão só com músicas dos nos setenta e oitenta, com os sucessos mais marcantes. Música boa de uma época boa, dizia Carol.
Naquela noite ela estava esplendorosa, seus olhos azuis sobressaiam no rosto, realçados pelo vestido de cetim com a mesma cor. Sobre os ombros usava um chalé branco. Pedro a admirava, entre embevecido e apaixonado.
A festa prometia ir até altas horas e enquanto tivessem convidados eles estariam ali com os amigos. O filho pequeno ficara na casa com uma babá...

Mário Feijó

17.08.17 

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