sexta-feira, 21 de março de 2014

QUANDO REINA A PAZ



QUANDO REINA A PAZ

Era a primeira tarde de outono
No mar apenas alguns surfistas
Procurando as melhores ondas
No calçadão da beira-mar
Moradores faziam exercícios e caminhadas

No parque da pracinha
Algumas crianças balançavam-se
Enquanto os quero-queros
Cuidavam dos filhotes ainda pequenos

O cenário é típico dos mares do sul
Chamados no Rio Grande de Litoral Norte
Seja em Torres, Capão da Canoa ou Tramandaí
Reina novamente a paz para aqueles
Que moram o ano inteiro na praia...

Mário Feijó
21.03.14

QUANDO SE DIZ INVERDADES



QUANDO SE DIZ INVERDADES

Ela mirou um gato
Mas acertou no mato
Duas arapongas que gritavam

E longe no lago
Cai um pato morto
Bem na beira do rio

Saltaram sapos e lagartos
Todos assustados
Mas solidários ao pato morto...

Mário Feijó
21.03.14

quinta-feira, 20 de março de 2014

ALMAS FEMININAS



ALMAS FEMININAS

Do alto do arranha-céu
Eu ouvia o mar gemendo
Enquanto as meninas
Brincavam de voar...

Elas escreviam histórias
Davam asas à imaginação
E lá no alto do arranha-céu
Flanavam feito gaivotas no ar

Contavam coisas que aconteciam
Nestes mares do sul
Falavam de crianças, de peixes
E até de cavalos marinhos

Do alto do arranha-céu
As meninas de repente silenciaram
Descobriram-se vivas
Colocaram os pés no chão
E se transformaram em belas mulheres...

Mário Feijó
20.03.14

terça-feira, 18 de março de 2014

O ASSASSINATO



O ASSASSINATO

        Ontem eu vi, quando deliberadamente, ele com seu pé esmagou-lhe o pescoço.
A vítima trabalhava numa pequena roça e naquele instante transportava para seu lar o alimento de sua família.
O agressor sabia o que estava fazendo e se aproveitou do tamanho da vítima para intentar contra ela. Ele não morria de amores por ela. Podia-se até dizer que o caso ter ares de vingança, portanto, um crime passional.
A vítima era frágil, porém, venenosa quando agredida. Percebia-se, pelo corpo esbelto, cintura finíssima, a cor estava entre o marrom escuro e o negro.
Será que fora morta por preconceito???
Isto não dá para afirmar no momento, mas penso que o menino matou a formiga porque em outra circunstância ela o tinha picado e ele sabia que seu veneno era terrível. Ainda mais que era uma formiga saracutinga (ou tocandira).

Mário Feijó
18.03.14

sexta-feira, 14 de março de 2014

DOIS AMIGOS

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DOIS AMIGOS

Eles eram dois amigos
Remendando solidões
Eu que em outros tempos
Casaria até comigo
Abri meus braços sem pudores
Para esta amizade

Ele sofria do mal de amor
Não tinha medo da solitude
Fugia apenas da solidão
Dizia-se não saber amar

Há sempre aqueles
Que trazem na pele
As dores do desamor
Dos chicotes e chibatas
Que seu lombo açoitou

Tudo se cura apenas
Abrindo os braços
Distribuindo abraços
Que o “laço” encerrou...

Mário Feijó
15.03.14