sábado, 12 de outubro de 2013

UMA CRIANÇA CHORA



UMA CRIANÇA CHORA

Onde estão as crianças?
Onde foram parar as crianças
Que comigo brincavam?

As crianças que eu pegava no colo
As que diziam me amar
Aquelas que me chamavam de herói?

Onde foram parar as crianças
Que comigo sorriam
Que brincavam de balanço
De bolinha de gude, de céu e inferno?

Onde foram parar as crianças
Que brincavam de esconder
Que brincavam de pega-pega
Que gostavam de trepar em árvores
De comer frutas no pé
E que tomavam banho no riacho?

Onde foram parar as crianças da minha vida?
Hoje sobraram as que de mim têm vergonha
Gente que topa tudo por dinheiro
Adultos mentirosos, sem solidariedade
Ficou dentro de mim há uma criança que chora...

Mário Feijó
12.10.13

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

SOU UM ABSTRATO, NUNCA FUI CONCRETO



SOU UM ABSTRATO, NUNCA FUI CONCRETO

Percebo, embora tardiamente, que poderia ter feito escolhas que me fizessem mais feliz.
Abri mão de amores, de escolhas profissionais, pelos outros. Não fiz sacrifícios por mim, mas pelos outros. Agora, embora tarde, estou começando a cuidar mais de mim, a fazer escolhas, sem me preocupar muito com o que os outros vão pensar. Houve muitos momentos que eu me esqueci de mim e me perdi pelo meio do caminho.
O encontro comigo é algo que me completa como ser humano, principalmente porque nunca me preocupei muito em acumular riquezas. Sempre quis um pouco de conforto, mas ter por ter nunca foi prioritário em minha vida. A minha riqueza é o meu caráter, embora muitas vezes tenham me julgado mal sem me conhecerem ou conversar comigo.
O ser humano é assim: o primeiro que chega falando mal do outro, leva a gente junto. Eu digo a gente porque até eu algumas vezes deixo-me levar pela opinião alheia, mas quando me dou conta disto sempre retruco e vou conversar com o outro.
Agora o tempo passa célere e cada vez mais eu dou adeus a amigos, a parentes, a conhecidos. Todos embarcam rumo a uma nova jornada e comigo também não é diferente.
Nosso corpo envelhece e com ele nossos sonhos se encolhem, a vontade desaparece e a dor é uma constante. Temos que nos preocupar conosco porque os outros nos esquecem e a solidão acaba sendo nossa rotina.
Eu não tenho mais medo dos outros, algumas vezes eu tenho medo é de mim...

Mário Feijó
11.10.13

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

NA ESQUINA DAS GALÁXIAS



NA ESQUINA DAS GALÁXIAS

Ela olhava para ele
Com um olhar
De rosa se abrindo

Ele tinha nos olhos
Um olhar de estrela
Quando a ouvia cantar

Eu senti uma felicidade
Que beirava a sol da manhã
Quando faz o dia despontar

Era como se tivéssemos marcado
Um encontro na esquina das galáxias
Só tivemos que fazer uma rota
Para que o encontro acontecesse...

Mário Feijó
10.10.13

DESCOBRINDO A NATUREZA






DESCOBRINDO A NATUREZA...

Depois de tantos anos
a natureza me surpreende
estou sempre encantado
com pores do sol,
com noites de luar,
com estrelas cadentes,
com flores que se abrem,
com abraços fraternos,
com sorrisos de crianças,
com histórias de amor,
com bons livros,
com belas músicas,
com o canto dos pássaros,
com as travessuras de gatos,
com cheiros e perfumes...
Deus nos dá presentes
todos os dias,
é uma forma de aliviar as dores
e de dizer que há amor.

Mário Feijó
09.10.2013

LIBERDADE PERDIDA





LIBERDADE PERDIDA

Tudo o que eu quero
São apenas poucos raios de sol
Num amanhecer em ruas estreitas
Onde o aconchego me leve a lugar nenhum

A vida é cheia de desencontros
De por quê sem respostas
Incertezas que às vezes
Colocam-nos no colo da depressão

Mas sóis ardendo pela manhã
Sombras num final de tarde
E uma cadeira na beira da estrada
Para um copo de água ou um café

São bênçãos tão grandes
Quanto um ombro amigo
Uma flor que se abre
Ou um pássaro que canta no campo

Mário Feijó
10.10.13