quinta-feira, 5 de junho de 2014

O AMOR ME BASTA




O AMOR ME BASTA

Algumas vezes
Estar apenas comigo
Com o que eu acredito
E com amor em meu peito
É o que me basta
É o que me faz feliz!

Eu tenho a paz
Eu te dou a minha paz
Disse Jesus Cristo
E eu acredito nisto
Por isto eu sou feliz
Por isto o amor me basta!

Mário Feijó
05.06.14

A DEUSA



A DEUSA

No livro de arte
A deusa descansava
Linda em pedra
Oras em bronze
Noutras efêmera...

Mudou-se para
A minha memória.
Ganhou vida e dançava

Pés descalços
Chocalhos
Colares no pescoço
Beiços rosados

Pálidas lágrimas
Escorriam pelo rosto
Expostas ao sol
Pareciam estrelas...

Mário Feijó
04.06.14

POR ONDE ANDARÁ O AMOR?



POR ONDE ANDARÁ O AMOR?

Andei pelas ruas da cidade à procura de eventos que respondessem “por onde andará o amor”? passei por marquises de lojas e lá estavam mendigos doentes. Vi transeuntes que os olhavam com nojo: o amor por ali não estava.
Andei por estradas desertas e vi crianças que furavam os olhos de pássaros e depois os soltavam, para ver o que lhes acontecia: o amor por ali não passava.
Andei pelos hospitais e vi doentes no chão, sem leitos para descansar. Alguns por ali morriam: o amor por ali não estava.
Andei pela capital e vi nos jornais políticos corruptos que se valiam dos cargos para enriquecer: por ali o amor nem passava.
Andei, andei, andei e entrei numa igreja. Era hora da prece. O padre e o pastor lembravam que “deus” queria o dízimo e ajuda para suas obras (o meu Deus nada pede): por ali penso que o amor não andava.
Num dormindo à tarde eu vi um homem que retirava o seu cobertor porque o seu cão tremia de frio. Depois vi uma criança que trazia um pedaço de pão e oferecia a um velho faminto. Ele dizia: ”não precisa”, e ela insistia: “fique”.
Percebi que o amor desinteressado ainda não morrera. Que alguns entendiam o que era o amor ao próximo.
Neste momento acreditei que o amor não morreu.  Ele só precisa ser cultivado feito flores num jardim e quando se dá amor ele é capaz de se multiplicar infinitamente em nossas vidas...

Mário Feijó
05.06.14

terça-feira, 3 de junho de 2014

BOCA DA NOITE



BOCA DA NOITE

Você diz ter medo
Da minha boca grande
Penso que o que você tem
É medo que eu te coma

Como se fora um lobo
Devorando a vovozinha
Mas você conheceu apenas
Minha boca da noite no final do dia

Tu não imaginas a minha boca de vento
Tampouco as estrelas que nela brilham
Viste apenas os meus dias de sol...

Você diz que tem medo da minha boca
Eu não tenho medo de ti
Tampouco tenho medo de mim
Quando depois d’amor nos sentimos mais lindos...

Mário Feijó
03.06.14

A NEGRA



A NEGRA

Fazendo beiços
A negra sorria
Balançava os quadris

Dançando rebolava
Na tarde de sol
Deixando quem a olhava
Com água na boca

E a negra andava
De pés descalços
No piso molhado
Das chuvas de verão

Escorregava na água
Brilhante de sol
Como se renascesse na chuva

Mário Feijó
03.05.14