sexta-feira, 15 de novembro de 2013

BORDANDO FELICIDADE



BORDANDO FELICIDADE

Minha avó tecia
Fazia das suas cruzes
Os pontos dos seus bordados

Costurava suas tristezas
Para dentro das bainhas
Dos lençóis que tecia

Desde criança minha avó
Tecia a nossa felicidade
Escondendo a sua
Nos bordados que fazia

A minha vida teve sempre
Flores bordadas em arco-íris
Todos os dias em sóis bordados
Mesmo quando a chuva acontecia...

Mário Feijó
14.11.13

DEPOIS DA CHUVA



DEPOIS DA CHUVA

Minha vida nos últimos tempos
Era um eterno aguaceiro
– desgraças poucas eram bobagens –
Eu me planejei tudo permitir

Queria amar bastante
Ter um corpo novo a cada dia na cama
Experimentar todas as posições
Trepar no telhado e mergulhar na piscina
Cai do telhado
Nada disto aconteceu
Nem antes da chuva
Nem depois dela

Parece que o sol não brilha mais
Para mim não haverá mais amor
Resolvi relaxar e... peidar
Acho que o problema era prisão de ventre...

Mário Feijó
15.11.13

TESÃO REPRIMIDA



TESÃO REPRIMIDA

Eu adoro morder
O teu pescoço, a tua nuca,
As tuas nádegas

E na hora do amor
Eu agarro com os dentes
A pele das tuas costas

E enquanto nos fartamos
Em mordidas e beijos
Eu seguro tuas mãos
Penetrando-te quase com força

Sinto que não possa todos os dias
Ter você na minha cama
Por isto quando vou te comer
Antes eu te mastigo...

Mário Feijó
15.11.13

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

NA ESTRADA DA VIDA



NA ESTRADA DA VIDA

Na minha estrada
Há uma única direção
Não há retornos nem voltas
Ela sempre me leva a ti

Mesmo quando não me esperas
O meu pensamento chega
Minhas pernas caminham
E eu de ti me aproximo

Nem sei se me queres
Eu não entendo tuas palavras
Que não combinam
Com tuas ações comigo

Estou na estrada
Qualquer hora
Eu chego em teu coração...

Mário Feijó
14.11.13

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

JOGADA NO LIXO



JOGADA NO LIXO


As flores mais belas florescem no meio do lixo, do adubo orgânico, de fezes de animais, no lodo...
Ela lamentava um dia ter sido encontrada no lixo. Começou com a sorte das flores: foi percebida e floresceu para vida.
Dizia não ter marcas, mas chorava com pena de si cada vez que contava esta história... Eu penso que marcas ficaram sim. Que ela não superou de todo o trauma, porém o lado mais belo foi ter sido encontrada. Ter sobrevivido.
É nas adversidades que nos tornamos fortes. Nada acontece por acaso. Depois falou que muito apanhou e por causa disto muito bateu: nos filhos, nos netos, na vida... Endureceu!
Por que será que as pessoas ao apanharem da vida endurecem ao invés de amaciarem? As diversidades deveriam nos amaciar. Árvores que não se envergam no vendaval ou se quebram ou são arrancadas pela raiz. Sábio é o bambu que se curva à força dos ventos.
Tudo tem uma razão de ser. Nem sempre sabemos as respostas imediatamente, mas há uma harmonia mesmo na tristeza. Se não fosse assim como saberíamos quando é chegada a hora de ser feliz?
O corpo ganha anticorpos depois de afetado por alguma doença. E, há aquelas doenças que, depois que a tivermos, jamais voltaremos a ter, tipo: sarampo, catapora, caxumba, entre outras.
 Somos fortes. Vento a gente abraça e se curva a sua realeza. Humildade é imprescindível porque é ela que nos faz maleáveis, flexíveis. A vida pede flexibilidade, maleabilidade, um olhar de doçura e nada de pagar o mal com mal.
O amor faz bem. Amor é a única coisa que quanto mais damos mais se avoluma e cresce em nossas vidas. Lixo vira adubo. Afinal somos pó e ao pó um dia voltaremos...

Mário Feijó
13.11.13