quarta-feira, 13 de novembro de 2013

JOGADA NO LIXO



JOGADA NO LIXO


As flores mais belas florescem no meio do lixo, do adubo orgânico, de fezes de animais, no lodo...
Ela lamentava um dia ter sido encontrada no lixo. Começou com a sorte das flores: foi percebida e floresceu para vida.
Dizia não ter marcas, mas chorava com pena de si cada vez que contava esta história... Eu penso que marcas ficaram sim. Que ela não superou de todo o trauma, porém o lado mais belo foi ter sido encontrada. Ter sobrevivido.
É nas adversidades que nos tornamos fortes. Nada acontece por acaso. Depois falou que muito apanhou e por causa disto muito bateu: nos filhos, nos netos, na vida... Endureceu!
Por que será que as pessoas ao apanharem da vida endurecem ao invés de amaciarem? As diversidades deveriam nos amaciar. Árvores que não se envergam no vendaval ou se quebram ou são arrancadas pela raiz. Sábio é o bambu que se curva à força dos ventos.
Tudo tem uma razão de ser. Nem sempre sabemos as respostas imediatamente, mas há uma harmonia mesmo na tristeza. Se não fosse assim como saberíamos quando é chegada a hora de ser feliz?
O corpo ganha anticorpos depois de afetado por alguma doença. E, há aquelas doenças que, depois que a tivermos, jamais voltaremos a ter, tipo: sarampo, catapora, caxumba, entre outras.
 Somos fortes. Vento a gente abraça e se curva a sua realeza. Humildade é imprescindível porque é ela que nos faz maleáveis, flexíveis. A vida pede flexibilidade, maleabilidade, um olhar de doçura e nada de pagar o mal com mal.
O amor faz bem. Amor é a única coisa que quanto mais damos mais se avoluma e cresce em nossas vidas. Lixo vira adubo. Afinal somos pó e ao pó um dia voltaremos...

Mário Feijó
13.11.13

ABERRAÇÃO




ABERRAÇÃO

Há quem se sinta uma aberração
Por amar alguém mais jovem,
Mais velho, mais rico, mais pobre
Ou alguém muito diferente de você

Com frequência nos sentimos assim
Seja quando nos vemos feios
Quando amamos alguém
De outra raça ou do mesmo sexo

Há os que se escondem em “armários”
Os que não saem de casa
Que não mostram o seu amor para o mundo
Por vergonha e às vezes por posse

Eu algumas vezes na vida fui assim
Por medo do mundo
Por medo de mim...

Mário Feijó
13.11.13

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

PLENITUDE



PLENITUDE

Eu queria que tu tivesses
A regularidade da lua
E que quando eu minguante
Te recebesse cheia de amor

Até ondem havia escuridão
Lua nova escondendo-se na penumbra
Não te entendo – se te escondes

Toda tímida lua crescente
Não se entrega
Deixando-se apenas mulher
Querendo-me teu homem...

Há dias que eu te quero luz
Feito sol, sem máscaras,
Plena, mar revolto, tsunami...

Mário Feijó
08.11.13

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

BORBOLETAS NA JANELA



BORBOLETAS NA JANELA

Borboletas na janela
Enclausuradas sonham voar
Querem um dia de sol
Um dia de arco-íris floral

E da janela do casulo
Sonham viver a eternidade de um dia
Enquanto tecem seus destinos
Numa breve morte

Não pensam na transição
Não se desesperam por ela
Apenas vivem suas breves vidas

E quando finalmente suas asas
Majestosas ganham forças
Elas curiosas e felizes
Ganham os seus dias de gloria...

Mário Feijó
06.11.13