ANIMAL
SELVAGEM
Eu não
dependo de você – eu sei
Porque eu
mesmo posso me abraçar
E conviver
muito bem comigo e com a solidão
Porém o meu
coração se sente partido
Quando o teu
não bate junto ao meu
Eu até
adoraria que tu me doasses flores
Então eu
mesmo vou ao florista e as compro
Sei que
lembrarás disto quando eu partir
Mas do que
me valerá amanhã
Tuas lembranças
tardias
E quando tu
me abraças
Ou apenas
sussurras que me amas
Porque nunca
foi este o teu jeito de ser
O meu corpo
se regozija
Sempre foste
um animal selvagem
Uma força da
natureza
Abatendo tuas
caças
Para depois
sair lambendo o sangue
Que escorria
dos lábios e das feridas
Porém agora
quando te vejo
Dócil ao meu
lado
Penso que o
amor opera mudanças
Mesmo nos
mais brutos dos animais...
Mário Feijó
17.02.23
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